Teixeira Duarte passa de lucros a prejuízos
Grupo Teixeira Duarte registou até setembro prejuízos de 26,3 milhões de euros. A empresa imputa este valor às variações cambiais e ao aumento das imparidade com a participação no BCP.
A Teixeira Duarte fechou os primeiros nove meses do ano com prejuízos de 26, 3 milhões de euros o que compara com o lucro de 17 milhões registado no período homólogo do ano anterior, anunciou a empresa esta segunda-feira em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa justifica estes prejuízos com a variação das diferenças cambiais e a variação da perda por imparidade na participação do BCP que em setembro foi de 16,2 milhões de euros, enquanto nos primeiros nove meses de 2015 tinha sido de 10,7 milhões de euros.
A Teixeira Duarte reconhece que registou prejuízos nos primeiros nove meses do ano, apesar do melhor desempenho operacional das empresas do grupo face ao terceiro trimestre do ano anterior. No terceiro trimestre do ano, o grupo registou mesmo um resultado positivo de 9,5 milhões de euros que, compara com os prejuízos registado no período homólogo de 2015, de 7,2 milhões de euros.
Já o volume de negócios do grupo atingiu os 828 milhões de euros, uma diminuição de 17,6% face aos primeiros nove meses de 2015. Por seu turno os mercados externos, que representavam 84,1% no final de setembro de 2015, caíram 17,9% passando a representar 83,8% do total do volume de negócios do grupo Teixeira Duarte. A Venezuela foi o mercado que mais caiu (44,2%), logo seguida por Angola (31,7%) e Espanha (26,8) e Brasil (2,8). O peso dos mercados externos só aumentou na Argélia (19,9%) e em Moçambique (12,2%).
Os proveitos operacionais caíram 16,9% para os 863 milhões de euros e os custos operacionais diminuíram 21,9% para os 713,4 milhões de euros negativos.
O EBITDA cresceu 19,6% para os 149,9 milhões de euros para o período em análise. Já os resultados financeiros agravaram-se 47,8% para os 97 milhões de euros negativos.
O endividamento líquido do grupo aumentou 1,6% em relação ao fim do ano passado, sendo a 30 de setembro de 1.166 milhões de euros. Com a autonomia financeira do grupo a passar dos 18,1% no final de 2015 para os 15,8% no final de setembro.
O número médio de trabalhadores no final dos primeiros nove meses do ano era de 11.534, cerca de 13,7% mais baixo do que o registado em dezembro de 2015. A empresa imputa esta descida à diminuição da atividade.
Estes dados são conhecidos depois deste fim de semana se ter ficado a saber que a empresa pediu o estatuto de empresa em reestruturação para poder despedir cerca de 300 trabalhadores no espaço de três anos. A empresa justificou o pedido com a necessidade de alargar a quota de trabalhadores possivelmente abrangidos pelo mencionado Regime Jurídico da Proteção ao Desemprego.
Neste período a Teixeira Duarte investiu 41,9 milhões de euros.
A carteira de encomendas era no final de setembro de 2.109 milhões de euros, o que representa um queda de 5,5% face ao final de 2015.
A Teixeira Duarte adianta em comunicado que para 2016 “prevê atingir proveitos operacionais não superiores a 1.200 milhões de euros, refletindo uma diminuição da atividade provocada pelas dificuldades de acesso a dívidas em mercados externos”. Esta realidade, acrescenta o grupo “tem implicado uma adequada redução das estruturas, o que, associado à dificuldade de ampliação de financiamentos em Portugal, tem conduzido ao ajustamento da capacidade produtiva do grupo”.
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