PSD: “Não temos um Governo socialista, mas de unidade das esquerdas”
Matos Correia, deputado do PSD, acusou o Governo de “eleitoralismo, oportunismo, falta de vergonha” por aumentar pensões em agosto, antes das autárquicas.
Não é um Governo socialista, “mas de unidade das esquerdas”, atirou Matos Correia, deputado do PSD, do alto da tribuna, no encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2017, esta terça-feira. O social-democrata acusou o Executivo de “eleitoralismo, oportunismo, falta de vergonha” por aumentar pensões antes das eleições e pediu “consequências políticas” pela “desastrosa gestão” da CGD.
No fecho do debate orçamental, o PSD optou por passar em revista as metas que tinham sido prometidas pelo Governo — tanto no âmbito do Orçamento do Estado para este ano, como no documento preparado por um grupo de economistas para a campanha eleitoral — com os resultados obtidos.
Notou que os números do PIB estão aquém do projetado, que as exportações crescem menos e que os resultados não são, afinal, melhores do que o conseguido em 2015, com o anterior Governo do PSD/CDS-PP. “A receita falhou. A economia registará um crescimento de 1,2% quando cresceu em 2015 1,6%, aquilo que o primeiro-ministro caracterizou desdenhosamente como um crescimento anémico”, disse.
E mesmo “o défice”, argumentou Matos Correia, que “ficará abaixo do limite de 3%”, ficará “à custa de quê”, questionou. De “cativações que se transformaram em cortes sem critério” e “degradaram de forma inadmissível a prestação de serviços públicos”, respondeu o social-democrata.
De seguida, entrou no dossier da Caixa Geral de Depósitos. Acusou o Governo de “gestão desastrada” e pediu responsabilidades: “Alguém tem de assumir a responsabilidade e retirar as consequências políticas, porque desta vez a questão é demasiado grave para a culpa morrer solteira.”
A rematar a intervenção, acusou o Governo de eleitoralismo por aumentar as pensões apenas em agosto, em vésperas de eleições autárquicas, em vez de ser logo em janeiro. E alargou as críticas ao BE e PCP, os partidos que apoiam o Governo no Parlamento, juntamente com o PS.
Esta é uma “coligação entre quatro partidos com um programa político comum” e o Orçamento do Estado para 2017 denuncia a “progressiva radicalização do PS, que abandona a matriz política que fez dele um partido central da democracia”, defendeu.
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