Comércio mundial trava a fundo

A OMC reviu em baixa previsão para crescimento do comércio mundial em 2016. A evolução será mais lenta após a crise financeira de 2009.

As trocas comerciais em todo o mundo estão a travar a fundo. É preciso recuar aos tempos da crise financeira de 2009 para observar um crescimento tão fraco do comércio mundial. Segundo as estatísticas hoje divulgadas pela Organização Mundial de Comércio, este ano, as trocas comerciais deverão crescer apenas 1,7%, muito abaixo dos 2,8% inicialmente previstos em abril.

As previsões para 2017 também foram revistas em baixa — a evolução deverá situar-se entre os 1,8% e os 3,1%, contra os 3,6% estimados anteriormente. A razão deste maior pessimismo prende-se com “a maior volatilidade da economia” e o abrandamento do crescimento mundial, que este ano se deverá ficar pelos 2,2%, como explicou o diretor-geral da organização, Roberto Azevêdo, em conferência de imprensa. Esse abrandamento é sobretudo notório nas economias em desenvolvimento, como a China e o Brasil, mas também na América do Norte, que teve, em 2014-15, o mais forte crescimento das importações de todas as regiões, mas que desacelerou desde então.

Comércio abranda para níveis da crise

Fonte: OMC (Valores em %)
Fonte: OMC (Valores em %)

“O abrandamento dramático do crescimento das trocas comerciais é grave e deveria servir como um sinal de alarme”, disse Roberto Azevêdo. “É particularmente preocupante no contexto de um crescente sentimento antiglobalização. Temos de garantir que isto não se traduzirá em políticas mal orientadas, que tornariam a situação muito pior, não só numa perspetiva comercial, mas também de criação de postos de trabalho e de crescimento económico e de desenvolvimento, que estão tão intimamente relacionados com um sistema comercial aberto”, acrescentou.

Para a OMC, os últimos dados revelam um desenvolvimento dececionante e revelam um enfraquecimento recente na relação entre o comércio e o crescimento do PIB. A tendência de longo prazo tem revelado que, tipicamente, o comércio tem crescido 1,5 vezes mais depressa do que o PIB, embora nos anos 90 o volume do comércio de mercadorias tenha crescido cerca de duas vezes mais depressa do que o crescimento real do PIB mundial. Contudo, nos últimos anos, o rácio resvalou de um para um, abaixo do pico do anos 90 e da média de longo prazo. É a primeira vez que isso acontece em 15 anos.

"O abrandamento dramático do crescimento das trocas comerciais é grave e deveria servir como um sinal de alarme.”

Roberto Azevêdo

Director-geral da OMC

Desde as previsões que a OMC fez em abril houve vários riscos negativos que se concretizaram, nomeadamente um período de turbulência financeira que afetou, no início do ano, a China e outras economias em desenvolvimento, mas que desde então se amenizaram, defende a organização sedeada em Genebra.

Contudo, há alguns indicadores de que o comércio poderá recuperar na segunda metade de 2016, embora o ritmo de expansão deverá manter-se lento. Isto porque persistem uma série de incertezas, incluindo volatilidade nos mercados financeiros que vão desde as alterações na política monetária nos países desenvolvidos, a possibilidade de aumentar a retórica anti-comércio mundial e os efeitos potenciais do Brexit no Reino Unido, que aumentou a incerteza sobre os futuros acordos de comércio na Europa uma região na qual o crescimento do comércio tem sido relativamente forte.

A OMC reconhece que o Brexit não provocou um abrandamento imediato na atividade económica, medida pela produção industrial ou emprego — o principal impacto foi uma queda de 13% na taxa de câmbio da libra face ao dólar e uma quebra de 11% face ao euro. “Os efeitos a longo prazo ainda não se fazem sentir”, diz a OMC no relatório hoje publicado. A organização apesar de admitir que há previsões para todos os gostos — de bastante otimistas até bastante pessimistas — frisa que assume o cenário intermédio, com um abrandamento do crescimento no próximo ano, mas não uma recessão.

O diretor-geral da OMC defendeu que este é o momento de tentar criar “um sistema comercial mais inclusivo”, com um “maior apoio aos países mais pobres, mas também empresários e pequenas empresas, assim como grupos marginalizados nas economias”. “Este é o momento de aprender as lições que a história nos dá e reassumir o compromisso com a abertura dos mercados, que pode ajudar a impulsionar o crescimento económico”, concluiu Roberto Azevêdo.

Veja quais as principais conclusões do relatório:

  • O volume do comércio de mercadorias deverá crescer 1,7% em 2016, acompanhado de um crescimento real do PIB de 2,2%. Este será o ritmo de crescimento mais lento das trocas comerciais e do Produto desde a crise financeira.
  • O crescimento do comércio foi mais fraco do que o esperado, na primeira metade de 2016 devido à quebra da procura por importações e abrandamento do PIB nos principais países em desenvolvimento e na América do Norte.
  • O comércio em 2017 deverá crescer entre 1,8% e 3,1%, um intervalo que reflete as potenciais alterações nas relações entre o comércio e o PIB.
  • Alguns indicadores relacionados com o comércio melhoraram, incluindo as exportações e o movimento de contentores nos portos, mas regra geral as trocas comerciais permanecem fracas.

 

 

 

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CarNext desaparece. É tudo LeasePlan

A marca dedicada à venda de automóveis usados da empresa de renting e gestão de frotas vai desaparecer. Passa a ser tudo LeasePlan.

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Adeus CarNext. Olá LeasePlan… para tudo. A marca dedicada à venda de automóveis usados deixa de existir no âmbito de um plano de uniformização da identidade do grupo líder em renting e gestão de frotas que pretende passar a “ser reconhecido como o parceiro de referência na mobilidade automóvel”.

A LeasePlan dedica-se ao renting automóvel e gestão de frotas. No final dos contratos, a empresa faz a retoma, mas utilizava a CarNext como marca para escoar esses veículos para o público em geral. Agora, mantém tudo, mas desaparece a marca específica para os veículos usados.

Há uma uniformização da identidade empresarial que é, diz António Oliveira Martins, diretor geral da LeasePlan Portugal, “a tradução do empenho, da união e do espírito com que trabalhamos e do que queremos dar aos nossos clientes”.

“O resultado será um reforço da marca LeasePlan, capaz de traduzir a abrangência da oferta de serviços de mobilidade automóvel”, acrescenta o responsável em comunicado.

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É um BMW? Não, é um Transformer (mais ou menos)

Nasceu na Turquia, mas está a fazer furor no mundo todo. Uma empresa turca está a criar Transformers a partir e carros comuns. E quer vendê-los.

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Carros que se transformam? Há muitos anos que os desenhos animados trouxeram esse sonho para os muitos aficionados pela indústria automóvel. Um dois em um que parecia estar só ao alcance da ficção, mas que agora é uma realidade. Uma empresa turca já criou o primeiro a partir de um BMW.

Foram 14 meses de produção, mas a empresa liderada por Evren Tanrikulu, a Letvision conseguiu terminar o projeto e fazer erguer um robô a partir de um automóvel. A base escolhida foi um BMW Série 3 que depois se transforma num monstro com cerca de três metros de altura.

Tem tudo o que um Transformers tem: cabeça, braços, pernas… E tudo isto ocupa muito espaço dentro da carroçaria do BMW. Tanto que não há espaço para que uma pessoa possa estar dentro do veículo quando ele se transforma, mas para o futuro há esse objetivo, assim haja financiamento para o projeto.

O BMW é, atualmente, controlado por um comando remoto que permite passar o automóvel a um Transformer em ponto grande. A Letvision espera que a espetacularidade da criação se transforme em dinheiro para a empresa. O objetivo é vender o Transformer para feiras e espetáculos, mas ainda não há preços.

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Brexit: Portugal vai lançar campanha para não perder turistas ingleses

  • Ana Luísa Alves
  • 27 Setembro 2016

Contrariamente ao que foi dito a semana passada, a secretária de Estado do Turismo reconheceu que o Brexit vai ter impacto e, por isso, vai ser lançada uma campanha de promoção de Portugal.

Vai ser feita uma campanha para não perder turistas ingleses em Portugal, no momento em que se aproxima o “divórcio” entre o Reino Unido e a União Europeia (UE). Esta informação, revelada esta terça-feira, pela secretária de Estado do Turismo, vem contrariar aquilo que a própria Ana Mendes Godinho, disse, a semana passada, à Bloomberg.

Na passada quinta-feira, Ana Mendes Godinho disse acreditar que a saída do Reino Unido da UE não ia afetar o turismo britânico por terras lusas. Isto porque, segundo a secretária de Estado, o mercado britânico está em crescimento e a relação entre Portugal e o Reino Unido é “muito forte há vários anos”.

Poucas semanas depois de se ter tornado pública a decisão de o Reino Unido de sair da UE, os responsáveis do setor turístico e o Governo reuniram-se para rever e definir a estratégia do país para não perder os turistas britânicos.

Agora, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, Ana Mendes Godinho disse que o Governo vai lançar uma campanha de sensibilização em Inglaterra, de forma a desvalorizar eventuais efeitos da saída da UE, e como solução para continuar a ter o mercado britânico como um dos principais emissor.

Embora ainda não tenha sido adiantada a data da campanha, esta deverá vai coincidir com o momento em que se der o “divórcio” formal entre o Reino Unido e a UE, no início de 2017. A promoção terá por base a ideia “da mais velha aliança na Europa” e a secretária de Estado refere que vai ser aproveitada como um “ativo de estabilidade com o mercado do Reino Unido”. “Sabemos que estas questões das expectativas têm muita influência nas decisões dos turistas”, acrescenta.

Editado por Mónica Silvares

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Verão foi sinónimo de mais reservas na Airbnb, face a 2015

  • Ana Luísa Alves
  • 27 Setembro 2016

Aumentou, nos meses de verão, o número de pessoas que reservaram alojamento em Portugal através da plataforma Airbnb.

Verão foi sinónimo de Europeu, em França, mas foram os franceses quem mais utilizou o Airbnb em Portugal. No total registou-se um aumento no número de reservas feitas com a aplicação para o nosso país.

Foram cerca de 705 mil os visitantes que reservaram alojamento em Portugal através da plataforma Airbnb, durante o verão. Este valor representa um aumento de 76% face ao mesmo período de 2015, segundo dados da empresa enviados à Lusa.

Aqueles que visitaram Portugal eram oriundos de França (a maioria, 164.300), Espanha (70.000), Reino Unido (52.400), Alemanha (46.300) e Estados Unidos (35.500). O destino escolhido mais vezes foi a capital, que se tornou a “quarta cidade europeia mais requisitada”, depois de Barcelona, Paris e Londres.

Em contrapartida, cerca de 50 mil portugueses reservaram também alojamento através da Airbnb para deslocações ao estrangeiro. Os países mais visitados foram Espanha, Itália, França, Reino Unido e Croácia.

“Os dados deste verão mostram também que cada vez mais cidadãos europeus decidem viajar dentro do seu próprio continente”, adianta a Airbnb. Os três países com mais reservas feitas foram França, Itália e Espanha (2,2 milhões). Portugal ocupa o quinto lugar.

“No total – viajantes portugueses domésticos e que se deslocaram ao estrangeiro -, cerca de 100 mil portugueses utilizaram a Airbnb para viajar no verão de 2016, quase o dobro do ano anterior”, salienta a empresa sediada nos EUA.

A nível europeu, no período compreendido entre 1 de junho e 31 de agosto, mais de 16 milhões de pessoas usaram a Airbnb para reservar alojamento, representando este valor um aumento de mais de 70% face ao verão de 2015.

Editado por Mónica Silvares

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Um ringue de boxe e mais. 5 análises ao debate que não deve perder

Depois do debate, analisar a discussão e o que está nas entrelinhas é a tarefa fundamental dos meios de comunicação. Nos EUA, não se fala de outra coisa. E até já há paródias com os candidatos.

O debate durou 90 minutos, muito menos do que vai durar o buzz em torno das ideias discutidas por Hillary Clinton e Donad Trump, candidatos à Casa Branca, nos dias seguintes ao primeiro frente a frente. A maioria dos meios de comunicação dão a vitória à líder republicana. Estas são as cinco análises que não deve perder.

O The New York Times analisa os números: além dos evidentes, um dos fatores é o número de vezes que Trump e Hillary se interromperam mutuamente. Segundo o jornal, Trump venceu… por muito.

Só que o NYT não foi o único a fazer contas às interrupções: segundo o Vox, os números chegam mais longe.

Se não viu o debate, o Washington Post agrega, num vídeo de apenas três minutos, os momentos fundamentais que não deve perder. O vídeo, divulgado via Facebook há cerca de cinco horas, conta com mais de 70 mil visualizações.

A NPR faz uma análise do primeiro frente a frente entre Trump e Clinton com comentários em direto e conclusões sobe a veracidade das afirmações dos dois candidatos. A equipa de política dedicou-se a sublinhar a amarelo as afirmações e, de seguida, à prova dos factos – ou não.

Já o Los Angeles Times detalha, round a round, o debate no ‘ringue‘. Com uma ilustração de Trump e Hillary empunhando luvas de boxe, a análise é feita por analistas especializados Cathleen Decker, David Lauter e Doyle McManus, que avaliam a prestação de Hillary Clinton e de Donald Trump ao longo dos 90 minutos de debate. Os especialistas não têm dúvidas: dentro do ringue, quem venceu todos os rounds foi Hillary.

No caso do Voz Media, a análise é também acompanhada de outras: por um lado, os tweets mais estranhos divulgados durante a noite do frente a frente e, longe do debate, analisa-se a altura dos candidatos à Casa Branca e coloca-se o eleitor face aos líderes partidários. Eleições, eleições, alturas à parte?

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Ana Mendes Godinho quer “afinar” lei do alojamento

O Governo está a preparar um seguro de responsabilidade civil para alojamento local.

São necessárias “afinações” na lei do alojamento local. A secretária de Estado, Ana Mendes Godinho, falou à TSF no dia mundial do turismo, referindo preocupações com as questões de higiene e segurança.

De modo a garantir melhores condições e controlar a segurança dos alojamentos, até ao final do ano, Ana Mendes Godinho disse que quer criar um seguro de responsabilidade civil. Uma ideia que é aplaudida pelos proprietários.

Para a secretária de Estado, os alojamentos devem “ter um certo tipo de responsabilidade civil, para proteção de todos. Proteção do próprio proprietário, dos restantes condóminos, proteção do turista”, referindo ainda que esta medida “faz parte do processo de amadurecimento de uma nova realidade”.

“O alojamento local é uma atividade económica. É como se fosse um estabelecimento com a porta aberta ao público. Por isso, os proprietários minimamente sensatos devem fazer um seguro de responsabilidade civil, mesmo que não fosse obrigatório”, sublinha António Frias Marques, em declarações ao ECO. “Com a invasão de turistas começa a haver alguns acidentes como escorregar nas escadas ou na banheira, uma queimadura num fogão, por isso aconselhamos a que se faça esse seguro para se transferir a responsabilidade para uma seguradora”, acrescenta o presidente da Associação Nacional de Proprietários.

O responsável lembra ainda que além deste seguro de responsabilidade civil, os proprietários de alojamento local têm de se proteger-se contra incêndios, inundações e explosões, sendo que as seguradoras deixaram de ter este serviço especifico, que é apenas abrangido por um pacote multirrisco. “E este é um seguro obrigatório”, lembra Frias Marques, ao ECO.

“Como qualquer fenómeno que cresce, precisa sempre de alguns ajustes, e a própria lei tem algumas incongruências”, acrescenta Ana Mendes Godinho, referindo-se a questões de higiene ou segurança.

À TSF, a secretária de Estado do Turismo referiu que, nos últimos anos, os centros históricos de Lisboa e Porto foram reabilitados devido ao aumento da atividade turística no país.

Editado por Mónica Silvares

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Listas negras de devedores já renderam 58 milhões ao Fisco e à Segurança Social

  • Marta Santos Silva
  • 27 Setembro 2016

Particulares e empresas devem 4,1 mil milhões. A lista da Segurança Social vai crescer no fim do mês.

As listas de contribuintes em dívida, publicadas pela Autoridade Tributária e pela Segurança Social, já fizeram com que fossem regularizados 58 milhões de euros só este ano, revela esta terça-feira o Dinheiro Vivo.

O registo público de empresas e indivíduos que têm dívidas ao Fisco e à Segurança Social faz parte da estratégia para tentar recuperar os 4,1 mil milhões de euros que os contribuintes têm em dívida — um montante que, se pudesse ser todo recuperado, seria suficiente para ajudar Portugal a cumprir a meta do défice, que o país se comprometeu a baixar em 4,6 mil milhões de euros até ao final de 2016.

A Segurança Social, que reativou a lista negra de devedores em junho, já recuperou 1,26 milhões de euros este ano. Já a Autoridade Tributária recuperou 28,3 milhões de euros devidos por empresas e 28,4 milhões pagos por indivíduos, segundo dados do Ministério das Finanças facultados ao Dinheiro Vivo. Há mais de 41 mil contribuintes na lista de devedores do Fisco: 29.490 pessoas e 11.573 empresas. Só os particulares devem 2,65 mil milhões de euros à Autoridade Tributária.

Do lado da Segurança Social, desde 21 de junho a lista que integrava 1789 devedores já perdeu 44 dos nomes de empresas e singulares na lista, que já optaram por regularizar as suas dívidas. A publicação dos nomes dos devedores foi reativada no âmbito do Plano de Luta Contra a Fraude e Evasão Prestacionais. Os contribuintes mencionados devem um total de 187 milhões de euros em contribuições e prestações.

Lista negra da Segurança Social vai crescer

Até ao final do mês, no entanto, vão ser acrescentados mais nomes. O Dinheiro Vivo sublinha que os listados até agora eram os singulares com mais de 25 mil euros em dívida e as empresas com mais de 50 mil euros. No final deste mês, a Segurança Social vai publicar os nomes das empresas que devem entre dez mil e 50 mil euros, assim como aquelas entre as 4520 empresas que já deviam mais de 50 mil euros e não tiverem aproveitado o período desde a publicação da primeira lista para regularizar essas dívidas.

As listas de devedores da Autoridade Tributária são publicadas por escalões numa secção do Portal das Finanças. Foi publicada pela primeira vez em 2006, com referência a dívidas anteriores a 2004, e é atualizada diariamente.

A lista da Segurança Social, por sua vez, voltou a ser publicada em junho, após ter estado suspensa desde agosto de 2013 por dificuldades na sua manutenção e atualização.

Editado por Mónica Silvares.

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Economia chinesa mostra sinais de crescimento

  • Ana Luísa Alves
  • 27 Setembro 2016

Do aumento da confiança nos negócios à expansão da produção industrial, há indicadores que têm evidenciado o crescimento económico chinês.

A economia chinesa está a mostrar sinais de crescimento, de acordo com indicadores de setembro, que sugerem que a atividade industrial atingiu o nível mais alto dos últimos dois anos. A estabilidade verificada tem impulsionado a venda de propriedades, ajudando a compensar as perdas nas exportações e o contínuo enfraquecimento do investimento privado, que têm contribuído para o abrandamento do PIB.

Os primeiros indicadores, apresentados pela Bloomberg esta terça-feira, demonstram que o índice de confiança nas pequenas e médias empresas subiu de 54,9 pontos em agosto para 56 pontos, em setembro. Isto deve-se à recuperação das vendas e da produção, depois de algumas perturbações climáticas, ainda que o “apetite” para o investimento tenha permanecido inalterado.

Outro dos indicadores, que apontam para a recuperação da economia chinesa é o índice da visão satélite – que usa as imagens satélite de centenas de infraestruturas em solo chinês, está acima dos 50 pontos pela primeira vez desde novembro de 2014, ou seja, indica que se vive uma expansão da produção chinesa. O índice atingiu o valor de 50,2 pontos nas primeiras semanas de setembro, de acordo com uma base de análise em São Francisco.

De salientar ainda o sentimento registado pelos líderes das empresas: estão mais satisfeitos. De acordo com o indicador que revela o sentimento dos CEO chineses, registou-se um aumento de quase um ponto em relação ao mês passado. “A economia chinesa vai terminar o terceiro trimestre do ano com um crescimento evidente na indústria e nos serviços”, revela Andy Wu, economista chinês, num comunicado a que a Bloomberg teve acesso.

O indicador que avalia as perspetivas quanto à produção do aço subiu para os 74,43 pontos, o segundo valor mas alto deste ano, depois de se ter registado 62,68 em agosto, segundo os comerciantes e as siderúrgicas.

Editado por Mónica Silvares

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Trump não se aguentou contra Hillary em debate marcado por diferenças de temperamento

  • Marta Santos Silva
  • 27 Setembro 2016

No primeiro frente a frente entre os dois candidatos à Casa Branca, Hillary Clinton mostrou-se ponderada e argumentativa contra a agressividade de Donald Trump.

No primeiro frente a frente dos candidatos da corrida à Casa Branca, Hillary Clinton mostrou-se mais preparada do que Donald Trump para responder às questões colocadas pelo moderador, assim como mais ponderada do que o adversário, que a interrompeu frequentemente e mostrou dificuldades em defender o seu ponto de vista.

Visto por uma audiência estimada em cerca de 100 milhões de pessoas, o debate foi marcado por discussões acerca de racismo e sexismo, das declarações fiscais de Trump e do currículo político de Clinton, que o adversário tentou repetidamente atacar. No final do debate, representantes de ambos os candidatos disseram ter ganho mas, a maioria da imprensa norte-americana de referência atribuiu a vitória a Hillary Clinton, que se manteve maioritariamente calma perante a agressividade de Donald Trump.

O candidato do Partido Republicano foi também criticado por se ter mostrado pouco preparado, respondendo a algumas das questões colocadas pelo moderador Lester Holt sem coerência e com uma estrutura argumentativa dispersa, que tornava difícil compreender o que tentava dizer. Hillary Clinton, por sua vez, atacou Trump por estar pouco preparado.

“As palavras importam numa candidatura à presidência, e importam ainda mais quando se é presidente”, afirmou, dizendo que tinha passado tempo a preparar-se para o debate. “E sabe o que fiz mais? Preparei-me para ser presidente”.

Trump continua sem revelar declarações fiscais

“Temos que nos perguntar porque é que ele não revela as suas declarações fiscais”, disse Clinton. “E acho que pode haver várias razões. A primeira é que talvez não seja tão rico como diz que é”, acusou. Trump já afirmou em várias ocasiões ter um património na ordem dos dez mil milhões de dólares, mas nunca o comprovou, e ao contrário dos restantes candidatos à nomeação para a Casa Branca nunca tornou públicas as suas declarações fiscais. Uma análise do Wall Street Journal concluiu que Trump terá provavelmente uma fortuna líquida próxima dos 250 milhões de dólares.

“A segunda possibilidade é que talvez ele não dê tanto para causas de caridade como diz que dá”, continuou Clinton, antes de sugerir que Trump talvez não pague impostos sobre o rendimento, ao que Trump respondeu: “Isso faz de mim inteligente”.

Trump repetiu uma justificação que já deu várias vezes — de que está a ser sujeito a uma auditoria e os seus advogados o aconselharam a esperar pelo final da auditoria antes de divulgar as suas declarações fiscais publicamente — mas foi contrariado pelo moderador, Lester Holt, que lhe disse que, segundo a autoridade tributária norte-americana, Trump poderia divulgar os documentos quando quisesse. Nesse momento Trump optou por mudar de assunto e afirmar que revelaria as suas declarações fiscais quando Hillary Clinton revelasse os 33 mil emails que tinha eliminado, fazendo referência ao escândalo em que a candidata democrata esteve envolvida devido ao uso de um servidor privado de email enquanto cumpria o seu mandato enquanto Secretária de Estado.

Acusações sobre nacionalidade de Barack Obama foram “dolorosas”

Trump foi ainda pressionado na questão da certidão de nascimento do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Após anos a insistir que Obama tinha nascido no Quénia, Donald Trump afirmou na semana passada que acredita que Obama nasceu nos Estados Unidos. Barack Obama nasceu em Honolulu, no Havai. Questionado acerca do que o tinha feito mudar de ideias, Trump respondeu: “Não digo nada, visto que eu consegui que ele a revelasse”, disse, referindo-se à certidão de nascimento que o atual presidente tornou pública após grande pressão por parte de Trump, entre outros.

Hillary Clinton aproveitou para acusar Trump de ter começado a carreira política “com base nesta mentira racista de que o nosso primeiro presidente negro não era um cidadão americano”. As acusações foram “muito dolorosas”, disse Clinton.

Acordos de comércio livre “levaram empregos para fora do país”

Donald Trump usou os seus argumentos mais fortes no início do debate, quando aproveitou para acusar Clinton de ter apoiado o NAFTA, um acordo de comércio livre entre os países da América do Norte: os EUA, o Canadá e o México. O candidato republicano à Casa Branca disse que, ao apoiar este acordo, Clinton tinha ajudado a levar empregos para fora dos Estados Unidos, e descreveu o NAFTA como “o pior acordo de comércio alguma vez assinado”.

O International Business Times sublinha, na sequência do debate, que o NAFTA tem sido elogiado por criar “um mercado regional que vale 19 biliões de dólares”, citando números da Câmara do Comércio dos EUA: “cerca de seis milhões de empregos nos Estados Unidos dependem do comércio com o México e outros oito milhões do comércio com o Canadá”.

Trump também referiu que Clinton já apoiou o TPP, a Parceria Transpacífico, um acordo abrangente de comércio livre que está a ser negociado e do qual tanto Clinton como Trump agora se declaram opositores.

Embates acerca de temperamento

Um dos momentos mais comentados do debate nas redes sociais foi a defesa agressiva de Donald Trump do seu próprio temperamento, que considerou o seu “trunfo mais forte, talvez de longe”, e que lhe valeu uma reação divertida de Hillary Clinton.

Mais perto do final do debate, Trump foi questionado acerca de declarações prévias de que Hillary Clinton não tinha “o aspeto” necessário para ser presidente — declarações que ele reiterou, acrescentando que a candidata não tinha “vigor”. De acordo com o site norte-americano Vox, só em interrupções Trump venceu: das 68 interrupções mútuas, 51 foram atribuídas ao candidato.

“Bem, quando ele viajar para 112 países e negociar um acordo de paz, um cessar-fogo, uma libertação de dissidentes, a abertura de novas oportunidades em nações por todo o mundo, ou passar sequer 11 horas a depor para um comité do congresso, então pode vir falar-me de vigor”, respondeu Hillary Clinton.

Resposta dos mercados mostra aposta em Clinton

A Bloomberg destaca esta terça-feira, que os mercados financeiros estão a declarar vitória para Clinton no debate de segunda à noite. Os mercados de futuros do índice norte-americano reverteram as perdas, o peso mexicano recuperou após ter chegado a mínimos históricos, e bens como o yen e o ouro caíram — uma demonstração de que os investidores veem o futuro menos arriscado. A Citigroup tinha alertado esta semana que uma vitória de Trump nas eleições de novembro poderia causar volatilidade nos mercados do ouro e de câmbio.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa.

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Interessados em comprar Twitter podem herdar problemas

  • Bloomberg
  • 27 Setembro 2016

Salesforce.com e Disney são duas das interessadas na compra da rede social. Mas, no pacote, pode vir uma 'surpresa' desagradável.

A Salesforce.com, a Disney e outras empresas que estão interessadas em adquirir o Twitter poderão pagar mais de 14,2 mil milhões de euros (o equivalente a 16 mil milhões de dólares) para porem as mãos nos valiosos dados da empresa de rede social. Mas herdarão também os desafios, como as turbulências na direção da empresa, o crescimento medíocre e uma crise de identidade não resolvida.

Embora continue sendo um destino de conversas entre pessoas influentes, o Twitter seria difícil de assimilar. O CEO e cofundador Jack Dorsey tem outro emprego de CEO na Square e pode não seguir à frente da empresa após a venda. A empresa colocou-o no comando no ano passado após uma busca extensa: a escolha provocou saídas de executivos, e a execução de novas mudanças estratégicas poderá levar à partida de mais funcionários valiosos. A equipa de produto do Twitter, por exemplo, passou pelo comando de pelo menos cinco pessoas em seis anos.

Outro fator é a falta de crescimento — o motivo pelo qual comenta-se que a empresa está considerando uma venda. A base de utilizadores do Twitter estagnou nos EUA em seis trimestres seguidos. Os anunciantes não estão gastando tanto quanto se esperava, em grande parte porque não podem justificar a compra de mais anúncios se o público não está crescendo. “A proposta de valor do Twitter para os anunciantes pode estar desaparecendo”, escreveu o analista Mark Mahaney, da RBC Capital Markets, após pesquisa recente com anunciantes.

Além disso, a empresa está passando por uma mudança de identidade que poderia transformá-la em uma empresa mais de media do que de tecnologia.

O Twitter ainda tem um grande potencial — as eleições geram uma enxurrada de tweets, milhões ainda seguem estrelas como Kim Kardashian e os cidadãos ainda utilizam o serviço para protestar contra regimes opressores ao redor do mundo. Mas a empresa não transformou tudo isso em um público mais amplo, embora Facebook, Instagram, Snapchat e outros estejam assumindo papéis semelhantes na sociedade.

A empresa tem tentado mudar isso com uma nova estratégia focada no conteúdo. O Twitter assinou um acordo com a Liga Nacional de Futebol Americano (NFL, na sigla em inglês) para transmitir vídeos ao vivo dos jogos de quinta-feira à noite juntamente com tweets sobre eles e está a fazer o mesmo com outros desportos, eventos políticos e programas de entretenimento. Com novos aplicativos em serviços de streaming como a Apple TV, o Twitter exibirá conteúdo, com foco em vídeos, para tentar atrair novos utilizadores, sem a confusão de criar uma conta e decidir quem seguir. Qualquer empresa que adquirir o Twitter assumirá essa estratégia, com poucas evidências de que ela esteja a reanimar o crescimento da base de usuários.

“A empresa aspirava ser algo que nunca conseguiu alcançar — queria ser um serviço onipresente que todos usassem diariamente ou com maior frequência”, disse Brian Wieser, analista da Pivotal Research Group. “O problema é que se presumiu que todos queriam o que o Twitter oferecia — e esse foi o erro que eles cometeram”.

O Twitter não tinha recebido propostas oficiais até sexta-feira e não há garantia de que ocorrerá uma aquisição. Contudo, a Salesforce já expressou interesse suficiente para que o conselho do Twitter contratasse o Goldman Sachs e o Allen & Co. para buscarem outros potenciais compradores, segundo pessoas familiarizadas com a situação.

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IMI representou metate das receitas fiscais de 2015 para municípios do Norte

  • Lusa
  • 27 Setembro 2016

Com as transferências do Estado, asseguraram 74% do financiamento autárquico, revelam dados do "Norte Estrutura".

O Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) representou metade das receitas fiscais conseguidas pelos municípios da região Norte em 2015, tendo estas, juntamente com as transferências do Estado, pesado mais de 74% do financiamento, revelam dados do “Norte Estrutura”.

“Nos dois últimos anos, 2014 e 2015, as receitas fiscais tiveram uma importância acrescida face aos anos anteriores, situação que ficou a dever-se sobretudo ao reforço do peso relativo do IMI, que passou a assegurar cerca de metade das receitas fiscais dos municípios do Norte de Portugal”, refere hoje, em comunicado, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), responsável pelo “Norte Estrutura”.

Segundo o “Norte Estrutura”, um novo separador do relatório trimestral “Norte Conjuntura” lançado pela CCDR-N, cerca de 74,3% dos quase 2,5 mil milhões de euros do financiamento conseguido em 2015 pelos municípios do Norte resultaram de transferências da administração central e de receitas fiscais.

As receitas de IMI corresponderam, em 2015, a metade (49,6%) dos 862 milhões de euros de receitas fiscais conseguidas pelos municípios.

Numa análise por entidades intermunicipais, a Área Metropolitana do Porto foi aquela em que as receitas fiscais tiveram um maior peso em 2015, com os impostos municipais (IMI, IMT, IUC, Derrama e taxas municipais) e participação no IRS a representarem 49,4% dos proveitos.

Seguem-se o Cávado (40,3%), o Ave (30,3%), o Tâmega e Sousa (23,5%), o Alto Minho (22,3%), o Alto Tâmega (16,3%), o Douro (16,3%) e Terras de Trás-os-Montes (14,4%).

De entre os 86 municípios da região Norte, Vila Nova de Gaia foi aquele em que as receitas fiscais assumiram maior relevância para os proveitos de 2015 (65,4% da receita), seguindo-se a Maia (58,3%) e o Porto (55,3%).

De acordo com a CCDR-N, “a participação no IRS foi, em 2015, a segunda mais importante receita fiscal dos municípios do Norte, mesmo que o seu peso relativo tenha sido inferior a um terço do assumido pelo IMI”, refere o relatório.

De entre as transferências da administração central para os municípios, destacam-se o Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF) e o Fundo Social Municipal (FSM) que, em conjunto, representaram um pouco mais de 27% das receitas dos municípios da região.

Por contraponto, as receitas provenientes da União Europeia representaram no último ano apenas 6,4%, “ficando abaixo da importância relativa assumida em anos anteriores”.

Ainda ao nível da receita, a venda de bens e serviços correntes e a cobrança de rendas asseguraram, em conjunto, quase um oitavo das verbas conseguidas pelos municípios da região.

Já do lado da despesa, e segundo o relatório, “avultam sobretudo as despesas com o pessoal (28,4% do total das despesa dos municípios do Norte, em 2015) e com a aquisição de bens e serviços correntes (27,8%)”.

Das oito entidades intermunicipais da região, a Área Metropolitana do Porto é a que apresenta maior percentagem de despesas com o pessoal (30,2%) e, dentro desta, Valongo é o município que tem o valor superior (36,3%).

A aquisição de bens de capital representa a terceira maior fatia das despesas dos municípios do Norte (18,6%) que se dividem entre instalações desportivas e recreativas, escolas, viadutos, arruamentos e obras complementares, viação rural e outros.

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