PCP diz que “só sobrarão promessas” se Governo continuar “amarrado” ao défice

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

"Contradições” da mensagem de Natal surgem, segundo o PCP, quando Costa “afirma o compromisso em ultrapassar obstáculos ao desenvolvimento do país, mas reitera a importância de se cumprirem com a UE".

O PCP apontou esta segunda-feira “contradições” à mensagem de Natal do primeiro-ministro, considerando que “só sobrarão promessas” de desenvolvimento do país se o Governo continuar “amarrado às metas do défice” e aos “compromissos com a Europa e o grande capital”.

“Se o Governo continuar amarrado às metas para redução do défice ou a pagar dívida a este ritmo dificilmente terá recursos para cumprir objetivos como revitalizar o interior ou avançar com o reordenamento da floresta. Depois faltarão meios humanos e financeiros, sobrando apenas promessas”, afirmou Gonçalo Oliveira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, numa reação à mensagem de Natal do primeiro-ministro, feita a partir do Centro de Trabalho do partido no Porto.

Se o Governo continuar amarrado às metas para redução do défice ou a pagar dívida a este ritmo dificilmente terá recursos para cumprir objetivos como revitalizar o interior ou avançar com o reordenamento da floresta. Depois faltarão meios humanos e financeiros, sobrando apenas promessas.

Gonçalo Oliveira

Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP

Destacando a importância de “valorizar as conquistas” até agora alcançadas e previstas o Orçamento do Estado para 2018, Gonçalo Oliveira notou que elas serão sempre “limitadas” enquanto “não se colocar a soberania nacional no primeiro plano”, centrando a discussão nos “grandes temas”, como “a renegociação da dívida e fim da submissão de Portugal à política do euro”.

De acordo com o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, as “contradições” da mensagem de Natal tiveram lugar quando o primeiro-ministro “afirma o compromisso em ultrapassar obstáculos ao desenvolvimento do país, mas reitera a importância de se cumprirem compromissos com a União Europeia e o grande capital”. Isto porque, para o PCP, estes compromissos “resultam em constrangimentos e limitam a capacidade de desenvolvimento” de Portugal.

“Quando o primeiro-ministro refere como prioridade o emprego digno com um salário justo, é preciso não esquecer que, ainda há pouco tempo foi o Governo quem travou o Salário Mínimo Nacional nos 580 euros, quando devia ter ido até aos 600”, frisou Gonçalo Oliveira. Para o comunista, isto “significa continuar a apostar numa política de baixos salários e de exploração de quem trabalha”. “O PCP está confiante de que é possível assegurar futuro melhor, mas tem de ser construído. Para continuar a chegar lá é preciso uma política diferente”, vincou.

De acordo com Gonçalo Oliveira, tal passa pelo que tem vindo “a ser defendido pelo PCP”, como a “valorização dos salários e pensões”, a “retoma das empresas e dos setores estratégicos para o controlo do Estado” ou por “garantir os serviços públicos e o acesso à saúde e educação para todos”.

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Utilização de genéricos permitiriam poupança de 30 milhões aos hospitais

  • ECO
  • 26 Dezembro 2017

A utilização de genéricos no tratamento hospitalar de doenças como o cancro e o VIH permitiriam uma poupança de 25,5 milhões entre janeiro e outubro.

Se, nos primeiros dez meses do ano, os hospitais portugueses tivessem utilizado medicamentos genéricos, teriam poupado cerca de trinta milhões de euros. Isto se fossem substituídos apenas três medicamentos.

As contas são feitas pelo Infarmed e divulgados esta terça-feira pelo Diário de Notícias, e utilizam como exemplo tratamentos na área do cancro e do VIH, que permitiriam uma redução da despesa de 25,5 milhões entre janeiro e outubro, comparando com o mesmo período do ano passado.

A este valor, juntar-se-iam 2,2 milhões de euros num antibiótico usado em meio hospitalar. Em 2017, a despesa com medicamentos hospitalares ficará acima dos mil milhões de euros, prevendo-se um aumento superior a 5% face ao ano passado.

Farmácias recebem quatro milhões de incentivos

No uso externo, os números relativos aos genéricos são bem diferentes. Só no primeiro semestre de 2017, as farmácias portuguesas receberam quatro milhões de euros de incentivos para vender mais medicamentos genéricos. No mesmo período, os portugueses pouparam 257,7 milhões de euros ao optarem por estes medicamentos.

Os dados são do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde e são divulgados esta terça-feira pelo Correio da Manhã (acesso pago), que aponta ainda para que a quota dos genéricos tenha atingido, em setembro, os 47,9%

Ainda assim, os incentivos estatais cobrem apenas um terço da quebra de receitas que as farmácias registam com a dispensa de genéricos, que totaliza os 12,6 milhões de euros. Em média, uma farmácia perde 0,39 euros por embalagem dispensada dos quatro medicamentos mais baratos de cada substância ativa, estima o Infarmed.

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Banca protege-se contra eventuais limites às comissões

  • ECO
  • 26 Dezembro 2017

O Parlamento vai discutir as comissões de manutenção das contas bancárias cobradas pelos bancos, que têm vindo a subir nos últimos anos. Mas o setor já se terá protegido contra eventuais limites.

As comissões cobradas pelos bancos aos clientes tenderam a subir durante o último ano. De tal forma que tem vindo a aumentar a pressão para que se legislem limites a esses valores. No entanto, o setor já se protegeu contra essa eventualidade e estará a encaminhar os clientes para as chamadas “contas-serviço” ou “contas-pacote”, que agregam vários produtos sem que nenhum tenha uma comissão específica.

A notícia é avançada esta terça-feira pelo Público [acesso condicionado]. O Parlamento vai ter de debater nos próximos meses uma petição da Deco, já com 13.000 assinaturas, que incide no tema das comissões bancárias, sobretudo nos custos de manutenção das contas bancárias. O valor médio cobrado aos clientes nos cinco maiores bancos ronda os 5,28 euros mensais, segundo o diário, e aumentou 45% na última década.

Mas mesmo que venham a ser impostos novos limites máximos às comissões, o setor estará protegido. Mediante a lei em vigor, essas comissões têm de corresponder a um serviço bancário específico, sem definir que serviço é esse nem que custo lhe é associado. De acordo com o Público, os bancos têm vindo a encaminhar os clientes para as “contas-serviço” ou “contas-pacote”. São contas que juntam vários serviços, como conta à ordem, transferências, cartões de débito e cartões de crédito.

Desta feita, os bancos não cobram uma comissão pelo produto em concreto, mas contam um “custo de gestão”. É desta forma que a banca se estará a proteger contra eventuais tetos impostos em leis que venham a surgir no próximo ano. Números da Deco apontam que os principais bancos portugueses estarão a registar uma receita de cinco milhões de euros por dia nestas taxas.

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BE diz que PM focou “mais importante no país” ao centrar-se no “trauma” dos incêndios

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

Para o próximo ano, o Bloco apontou como prioridades o combate à precariedade laboral e a recuperação dos serviços públicos, em particular na saúde e educação.

O BE considerou esta segunda-feira que a mensagem do primeiro-ministro “focou o mais importante no país”, ao centrar-se nos incêndios e, em segundo lugar, na recuperação da economia, que o partido diz dever-se aos acordos à esquerda.

Para o próximo ano, o Bloco apontou como prioridades o combate à precariedade laboral e a recuperação dos serviços públicos, em particular na saúde e educação. “Temos de olhar para o trauma dos incêndios e perceber o tanto que há para fazer, tanto na recuperação destas zonas, como na criação de emprego, no reordenamento do território, da floresta e garantir que há prevenção e combate ao incêndio que permita garantir a segurança das populações”, afirmou o vereador do BE na Câmara Municipal de Lisboa, Ricardo Robles, numa reação à mensagem de Natal de António Costa.

Temos de olhar para o trauma dos incêndios e perceber o tanto que há para fazer, tanto na recuperação destas zonas, como na criação de emprego, no reordenamento do território, da floresta e garantir que há prevenção e combate ao incêndio que permita garantir a segurança das populações.

Ricardo Robles

Vereador do BE na Câmara Municipal de Lisboa

O primeiro-ministro afirmou hoje, na tradicional mensagem de Natal, que a prioridade do Governo em 2018 será “mais e melhor” emprego e prometeu, “naquilo que é humanamente possível”, total empenhamento para evitar novas tragédias com incêndios. António Costa dedicou toda a primeira parte da mensagem de Natal às tragédias ocorridas com os incêndios em junho e em outubro deste ano, dizendo que o Governo nunca esquecerá “a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível de destruição” provocado por estas catástrofes.

Por outro lado, o primeiro-ministro congratulou-se com os resultados alcançados em 2017 e defendeu a tese de que só com emprego de qualidade Portugal poderá ter “um crescimento sustentável”.

Sobre este ponto, Ricardo Robles sublinhou que foi “a solução política que resultou dos acordos de Governo com os partidos de esquerda que permitiu a recuperação da economia”. “Isso é a marca que é deixada também neste ano e se nota na vida das pessoas: recuperação de salários e pensões, descida do IRS e aumento do salário mínimo”, destacou, apontando que, a partir do início do ano, essa remuneração mínima subirá para os 580 euros e para os 600 euros no final da legislatura.

O vereador da autarquia lisboeta admitiu que “há muito para fazer” e que 2018 terá “esse desafio”, apontando a recuperação dos serviços públicos – sobretudo na saúde e educação – e o combate à precariedade como prioritários. “É na devolução da dignidade no trabalho que temos de nos focar e sobretudo na questão da precariedade onde há tanto para fazer”, afirmou, assumindo que a revisão da legislação laboral será uma das prioridades do BE no próximo ano.

Sobre o facto de o primeiro-ministro ter afirmado que o país se libertou da austeridade e conquistou a credibilidade, Ricardo Robles classificou-a como “a prova de que o discurso da direita não funcionava”. “Temos um país que devolveu rendimentos e ao mesmo tempo permitiu à economia crescer e recuperar emprego. A receita da austeridade falhou e este ano é essa prova”, disse.

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Produção da Autoeuropa interrompida a partir de hoje e até sexta-feira por falta de peças

  • Lusa
  • 26 Dezembro 2017

A fábrica de automóveis de Palmela deverá retomar o ritmo normal de produção no turno da manhã do dia 2 de janeiro de 2018.

A fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, Setúbal, vai interromper a produção a partir desta terça-feira e até sexta-feira “devido à quebra no fornecimento de peças”, segundo anunciou a empresa.

A fábrica de automóveis de Palmela deverá retomar o ritmo normal de produção no turno da manhã do dia 2 de janeiro de 2018.

A interrupção da produção ocorre num período conturbado da Autoeuropa devido à definição de horários para assegurar a produção do novo modelo T-Roc, depois de os trabalhadores da empresa terem aprovado na passada quarta-feira, nos plenários realizados, uma proposta para uma greve de dois dias, em 2 e 3 fevereiro, disse o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), Fernando Gonçalves.

Segundo Fernando Gonçalves, durante os plenários foi também apresentado um caderno reivindicativo da CT, que será, posteriormente, apresentado à administração da Autoeuropa, mas que “ainda não é um documento fechado” porque vai ser submetido a discussão durante o mês de janeiro.

“É um documento de 24 pontos que incluiu várias matérias, como prémios por objetivos, progressão nas carreiras, seguro de saúde, apoio escolar, bem como uma proposta de aumentos salariais de 6,5% em 2018”, disse.

É um documento de 24 pontos que incluiu várias matérias, como prémios por objetivos, progressão nas carreiras, seguro de saúde, apoio escolar, bem como uma proposta de aumentos salariais de 6,5% em 2018.

Fernando Gonçalves

Coordenador da Comissão de Trabalhadores

O novo horário imposto pela administração para vigorar de fevereiro a julho de 2018 inclui a obrigatoriedade do trabalho ao sábado, para cumprir o objetivo de produzir 240 mil veículos T-Roc na fábrica de Palmela em 2018.

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5 coisas que vão marcar o dia

O dia a seguir ao Natal não é rico em novidades para os investidores. As principais bolsas estão fechadas, e as atenções dos investidores viram-se para a Ásia, onde os mercados não encerram.

A suspensão da produção da fábrica da Volkswagen de Palmela é o acontecimento que marca o lento regresso à normalidade em Portugal após as comemorações natalícias, num dia em que a bolsa nacional à semelhança das pares europeias e norte-americanas estão encerradas. As atenções dos investidores viram-se assim para a Ásia. No Japão a bolsa não fecha e espera-se a divulgação de alguns dados económicos relevantes, bem como um discurso do governador do Banco do Japão.

Autoeuropa suspende produção

A fábrica da Volkswagen de Palmela suspende a produção a partir desta terça-feira e até ao próximo dia 29 de dezembro. A decisão surge no seguimento da falha de fornecimento de peças por parte de um fornecedor estrangeiro. Trata-se da segunda vez, em menos de 15 dias, que a Autoeuropa vai determinar dias de não produção por falta de peças.

Bolsas encerradas após o Natal

A maioria dos principais mercados acionistas estão encerrados na sessão que se segue à comemoração do Natal. Será assim nas principais praças bolsistas europeias, mas também os Estados Unidos. A bolsa japonesa não acompanha esta tradição, havendo lugar a negociação nesta sessão.

Japão divulga dados da economia

Num dia morno para os mercados, as atenções estão centradas em dados económicos do Japão. Serão divulgados dados sobre a inflação, o emprego e a despesa das famílias nipónicas relativas ao mês de outubro. O Japão está agora no mais longo período de crescimento em mais de duas décadas. Os investidores também prometem estar atentos às palavras do governador do Banco do Japão, no dia em que Haruhiko Kuroda discursa num evento em Tóquio perante empresários. Esta presença pública de Haruhiko Kuroda acontece depois de na última reunião de 2017 do Banco do Japão não ter resultado em qualquer alteração de política monetária.

Como vai a confiança na economia dos EUA?

Os últimos dados conhecidos comprovam o sólido crescimento da economia norte-americana. No terceiro trimestre deste ano, o PIB dos EUA cresceu 3,2%, segundo dados divulgados pelo departamento do Comércio na passada quinta-feira. Esta terça-feira será possível saber se os consumidores norte-americanos mantêm a confiança nesse rumo, já que será divulgada a Confiança do Consumidor do Conference Board, um indicador importante, pois pode antecipar os gastos do consumidores.

Boxing Day — dia de trocar as prendas e aproveitar as promoções

Depois do Black Friday e da CiberMonday, chega a vez do Boxing Day. O dia a seguir ao Natal, que coincide com esta terça-feira, é o dia de trocar as prendas recebidas no dia 25 e aproveitar as promoções. A tradição do Boxing Day tem a sua origem no Reino Unido, mas celebra-se em vários países que anteriormente faziam parte do Império britânico. Para os retalhistas, este dia constitui uma oportunidade para se desfazerem de stocks que não conseguiram vender antes da quadra natalícia e antes da chegada do fim do ano.

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Depois de 1.160 dias, Ramalho fechou a venda do Novo Banco

O Novo Banco foi comprado a 18 de outubro. Foram necessários mais de três anos para encerrar o processo de venda do banco que resultou da falência do Banco Espírito Santo.

18 de outubro, 11h30, o Lone Star sela a compra do Novo Banco. Foram necessários 1.160 dias para António Ramalho concluir esta venda do banco que resultou da falência do Banco Espírito Santo (BES). “É um passo decisivo de estabilização do setor financeiro nacional“, disse Carlos Costa, governador do Banco de Portugal (BdP), depois de assinar o acordo de venda da instituição financeira com o senior managing director do Lone Star.

Com este acordo, o fundo norte-americano concordou transferir 750 milhões de euros para o Novo Banco uns dias antes da assinatura. E só depois injetou 250 milhões — o Lone Star comprometeu-se a passar o segundo “cheque” até ao final do ano. Ao todo, é uma injeção de mil milhões de euros em troca de uma participação de 75% no capital. Os restantes 25% ficam nas mãos do Fundo de Resolução. Para o norte-americano Donald Quintin, esta operação traduziu-se numa “melhoria significativa” da posição de capital do Novo Banco.

Este acordo envolveu ainda outra operação: uma troca de dívida por depósitos que permitiu uma poupança de 500 milhões de euros, condição essencial para a venda ao Lone Star. António Ramalho congratulou-se com o resultado da operação, afirmando ao ECO que “foi uma prova de dupla confiança [dos investidores] no banco”. Primeiro quando aceitaram a oferta, depois por manterem o dinheiro no banco em depósitos, garantindo-lhe liquidez.

Este reforço do capital do banco foi o resultado de vários meses de negociação desde que o BdP anunciou no início do ano que iria entrar em negociações exclusivas com o Lone Star. O BdP “concluiu com base nos elementos disponíveis nesta data que o potencial investidor Lone Star é a entidade mais bem colocada para finalizar com sucesso o processo negocial”, lia-se no comunicado do regulador.

Foi a 18 de outubro que Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, com Donald Quintin, senior managing director do Lone Star, na assinatura da venda do Novo Banco.Paula Nunes / ECO

O fundo norte-americano já faz parte de uma segunda tentativa de venda do Novo Banco, que contou ainda com o interesse do BCP, BPI e do fundo norte-americano Apollo Management, em parceria com a Center Bridge. O banco liderado por Carlos Costa tentou, no final de 2014, vender a instituição financeira que resultou da falência do BES. Mas sem sucesso. Eram 17 os interessados, mas nenhuma proposta se encaixava nas exigências do regulador.

Esta primeira tentativa do BdP aconteceu pouco tempo depois de o governador ter anunciado a resolução do BES. “O conselho de administração do Banco de Portugal deliberou hoje aplicar ao BES uma medida de resolução. A generalidade da atividade e do património do BES é transferida para um banco novo, denominado de Novo Banco, devidamente capitalizado e expurgado de ativos problemáticos”, anunciou Carlos Costa a 4 de agosto de 2014.

Depois de vários meses de pressão, o BES desapareceu de domingo para segunda e nasceu o Novo Banco, uma instituição financeira de marca branca. Uma falência que é considerada “culposa” pela comissão liquidatária do BES. Segundo o parecer proposto, há 13 responsáveis, entre estes Ricardo Salgado e toda a gestão do banco, pela má gestão que terá “gerado um prejuízo global para o BES de 5,9 mil milhões de euros, o que conduziu, ou agravou, inelutavelmente, a situação de insolvência em que se encontra”. Cabe agora ao Ministério Público avaliar este parecer.

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Incêndios, crescimento e fim da austeridade. A mensagem de Natal de Costa em três pontos

O primeiro-ministro salientou o "maior crescimento económico desde o início do século" e apontou a criação de emprego "digno" como a grande aposta do próximo ano.

Um ano marcado pelos incêndios de junho e outubro, pelo crescimento económico e pelo fim da austeridade e conquista da “credibilidade”. É desta forma que o primeiro-ministro, António Costa, olha para 2017, na mensagem de Natal que transmitiu esta segunda-feira.

O “momento de luto nacional”

António Costa começou o discurso lembrando a “dor e o sofrimento das pessoas” afetadas pelos incêndios deste ano.

“O ano que agora termina foi dramaticamente marcado pela perda de vidas humanas em incêndios que, enlutaram famílias e devastaram uma grande parte do nosso território”, disse o primeiro-ministro, em declarações transmitidas pela RTP. “Foi uma tragédia para todo o País. Foi um momento de luto nacional, que sofremos coletivamente”, acrescentou.

Agora, sublinhou, “é tempo de dar nova vida ao que o fogo consumiu” e “reerguer as casas destruídas, recuperar a capacidade produtiva das empresas atingidas e devolver o verde aos territórios e a esperança às populações”.

O primeiro-ministro reiterou ainda o “compromisso de fazer tudo o que tem de ser feito para prevenir e evitar, naquilo que é humanamente possível, tragédias como as que vivemos”, através da melhoria da “prevenção, o alerta, o socorro e a capacidade de combater as chamas”. E, sobretudo, com a “revitalização do interior e o reordenamento da floresta”.

“O maior crescimento económico desde o início do século”

O crescimento económico foi o segundo ponto-chave do discurso de Costa, que voltou a salientar o “virar de página da crise“.

“A verdade é que este ano vamos ter o maior crescimento económico desde o início do século, as empresas já criaram 242 mil novos postos de trabalho, a pobreza e a desigualdade diminuíram e o país cumpriu as metas orçamentais, registando o défice mais baixo da nossa democracia, assegurando a saída do Procedimento por Défices Excessivos”.

Esta evolução, acrescentou, permitiu “diminuir o peso da nossa dívida” e “reduzir os seus custos”, o que, por sua vez, liberta “recursos para investir responsavelmente na melhoria do nosso sistema de ensino, do serviço nacional de saúde e na modernização do país”.

O fim da austeridade, a conquista da credibilidade

Libertámo-nos da austeridade e conquistámos a credibilidade“, destacou António Costa. Agora, “chegou o tempo de vencer os bloqueios ao nosso desenvolvimento”.

A criação de emprego será o grande investimento a fazer no próximo ano. “Não apenas mais, mas melhor emprego. Essa é a prioridade que definimos para o ano de 2018. Emprego digno, salário justo e oportunidade de realização profissional”.

“Só assim teremos um crescimento sustentável, um país preparado para agarrar as oportunidades que o futuro nos traz e para enfrentar os desafios tão complexos do século XXI”, concluiu.

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Marcelo apela à deslocação aos territórios afetados pelos incêndios

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2017

Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos portugueses para se deslocarem aos territórios afetados pelo incêndio de Pedrógão Grande. Quer que contribuam para "a mudança em curso".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou aos portugueses para que se desloquem aos territórios afetados pelo incêndio de Pedrógão Grande durante o próximo ano, contribuindo para a sua reconstrução.

“Penso que o que é preciso, no futuro próximo, na próxima primavera, no próximo verão, é as pessoas virem, estarem cá. Contribuírem para esta mudança em curso, este reconstruir o futuro, é muito importante”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à saída da missa de Natal em Pedrógão Grande.

É muito importante porque quem cá está, sente esse calor da presença. E é muito importante porque mexe com a vida, mexe com a economia, mexe com a sociedade. É aquilo que é preciso que aconteça sobretudo no próximo ano, porque engrenando no próximo ano, já engrenou”, frisou o chefe de Estado.

À saída da cerimónia, Marcelo destacou a presença na igreja matriz de Pedrógão Grande de pessoas de vários pontos do país no dia de hoje, manifestando-se impressionado: “Alguns dos que estavam aqui nesta igreja vieram de Vila Flor, uma família veio de Coimbra, uma família veio de Famalicão”, revelou, adiantando que essas se pessoas se deslocaram em solidariedade com as vítimas dos incêndios.

O Presidente da República recordou também a homilia do bispo de Coimbra, durante a missa em Pedrógão Grande, que chamou a atenção para um lado que “demora sempre algum tempo que é ultrapassar aquilo que existe”.

Aquilo que existe, explanou, é “uma saudade que começa por ser dolorosa, que depois passa a ser uma saudade triste”.

“Demora tempo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que “é sempre mais fácil refazer as obras materiais do que refazer o espírito”.

Para o Presidente da República, hoje é um dia “com sentimentos contraditórios”, em que por um lado é “dia de alegria, por ser Natal”, mas por outro de “saudade por aqueles que partiram”.

Para o futuro, Marcelo pretende que aconteça aquilo “que já começou a acontecer” – as pessoas a arregaçarem as mangas e recomeçarem as suas vidas.

“Começaram a fazer, começaram a construir, a partir para um futuro diferente e é isso que está a acontecer”, realçou, sublinhando que, “felizmente”, as populações dos concelhos afetados contam também “com um grande apoio de toda a gente no país”.

No entanto, frisou, “não há dúvida de que os grandes obreiros são os homens e as mulheres desta terra”.

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Do presente indesejado à carteira cheia. Saiba como transformar as prendas em dinheiro

  • ECO
  • 25 Dezembro 2017

Não gostou do que recebeu neste Natal? Não se preocupe. Há sempre forma de a transformar... em dinheiro. Saiba como reforçar a carteira para comprar o que realmente queria receber.

A troca de presentes nem sempre é o mais feliz para todos no Natal. Desde a camisola com o padrão natalício até à peúga das raquetes, passando por todo um conjunto de bibelôs que acabam na arrecadação, saiba que pode transformar tudo isso… em dinheiro. O ECO reuniu um conjunto de plataformas onde as suas prendas indesejadas podem ter um potencial de negócio. E permitir gerar fundos para comprar a prenda tão desejada.

OLX e CustoJusto

São provavelmente os sites de vendas mais populares entre os portugueses. Basta escrever o anúncio, tirar fotografias ao produto, e esperar por potenciais compradores. Em ambas as plataformas não é necessário efetuar um registo de utilizador para anunciar, e no caso do CustoJusto o artigo mantém-se à venda no site durante 60 dias. As categorias são várias, tais como tecnologia, vestuário, artigos de bebé, móveis, entre outros.

Mercado Livre e Há Tudo

Embora não tão populares como os anteriores, o Mercado Livre e o Há Tudo são duas plataformas online que permitem a venda e compra de artigos em segunda mão. Em ambos a publicação de anúncios é gratuita, e no caso do Mercado Livre não precisa de se registar. No Há Tudo os anúncios permanecem online durante um período máximo de 30 dias e pode ter até cinco anúncios ativos.

Fnac Marketplace

Se o seu presente também é comercializado na Fnac, saiba que poderá vendê-lo no site da empresa retalhista. O anúncio será colocado junto da página do artigo vendido pela Fnac. A plataforma coloca em contacto o vendedor e o possível comprador, e a sua prenda indesejada estará um passo mais próximo de sair de casa.

Cash Converters

Se esperar pelo potencial comprador não é alternativa, sempre pode optar por uma das várias lojas Cash Converters, em Lisboa ou no Porto. Se estiver noutro ponto do país, a rede de lojas dispõe agora de uma webshop, onde poderá brevemente transformar aquela prenda em dinheiro rapidamente.

Lojas Cex

À semelhança da Cash Converters, as lojas Cex permitem a venda e compra de produtos como jogos, filmes, e tecnologia em segunda mão. A rede Cex conta com 584 lojas em todo o Mundo, 12 delas em Portugal. O grupo marca presença em Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro e Lisboa.

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PSP avisa quantos bombons com licor pode comer sem acusar no balão

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2017

Mulher de 55 quilos? Cinco bombons. Homem de 75 quilos? Pode ir até aos oito. A explicação é da PSP.

A PSP alertou, esta segunda-feira, para o limite máximo de bombons com licor que se pode comer sem ultrapassar a taxa de alcoolemia, exemplificando que uma mulher de 55 quilos pode comer cinco e um homem de 75 quilos oito.

A explicação é dada numa infografia publicada na rede social Facebook que refere que um homem de 75 quilos deve limitar-se a oito bombons de licor para continuar a conduzir. No caso de uma mulher de 55 quilos a fasquia fica nos cinco bombons.

Sob o título “sabia que demasiados bombons de licor podem influenciar a taxa de alcoolemia?”, a PSP relembra ainda que a presença de entre 0,5 e 0,8 gramas de álcool por litro (g/l) de sangue corresponde a contraordenação grave e multa até 250 euros.

Entre 0,8 e 1,2 g/l trata-se de uma contraordenação muito grave e a multa a pagar pode ir até aos 500 euros, enquanto na presença de mais de 1,2 g/l existe crime, o que prevê um julgamento sumário em Tribunal.

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Esqueça as rabanadas. Cinco livros para “devorar” neste Natal

  • ECO
  • 25 Dezembro 2017

Igualdade económica e social nos EUA, criptomoedas e a crise financeira de 2008 são alguns dos temas dos livros que o ECO recomenda para as leituras natalícias.

O Natal é também tempo para nos recolhermos nos livros. Aproveitar o frio que se faz sentir lá fora para conhecer um pouco melhor aquilo que se escreve sobre Economia ou Finanças. De autores estrangeiros ou portugueses, da bitcoin à crise financeira de 2008, o ECO reuniu cinco livros para aproveitar e ler ao longo desta quadra festiva.

“Comportamento Inadequado”

Richard Thaler, recentemente reconhecido com o Nobel da Economia, é um dos autores incontornáveis deste Natal. O destaque vai para “Comportamento Inadequado: A Construção da Economia Comportamental”. Mais do que Economia, esta obra entrelaça-se no campo da Psicologia. Fazendo uma ponte entre a teoria e a realidade, o autor pretende elucidar o leitor de como a “economia comportamental” pode trazer novos pontos de vista ao mundo que nos rodeia, desde temas mais profundos como Finanças ou Gestão até ao mero programa televisivo ou jogo de futebol.

“Blockchain Revolution”

Num ano marcado pela crescente popularidade e valorização das criptomoedas, este livro de Alex Tapscott e Don Tapscott vem trazer alguns esclarecimentos sobre a nova divisa e os processos que a sustentam, num contexto em que a internet apresenta algumas falhas no que toca ao comércio. Em “Blockchain Revolution: How The Technology Behind Bitcoin Is Changing Money, Business And The World”, os autores explicam como funciona o blockchain, o sistema que rastreia a localização das moedas digitais e valida transações, de forma a evitar que qualquer pessoa faça cópias de criptomoedas. Num livro que junta pai e filho, é argumentado que este novo sistema marcará uma nova era de prosperidade.

“Unfinished Business”

Publicado no passado mês de outubro, este livro da autoria de Tamim Bayoumi explora as falhas de regulação entre bancos europeus e norte-americanos, que terão levado à crise financeira de 2008. O livro recua até à década de 80, descrevendo o acumular de erros que foram minando a estabilidade dos setores financeiros da Europa e dos Estados Unidos. Um nova perspetiva sobre as origens da crise, pelas mãos de Bayoumi, vice-presidente no departamento de estratégia, política e revisão do FMI.

“Economism: Bad Economics and the Rise of Inequality”

Como se de uma religião se tratasse, James Kwak escreve sobre “uma ideologia que distorce os princípios e ferramentas válidas da economia introdutória de faculdade, difundida por especialistas autodenominados, lobistas zelosos, políticos sem ideais e especialistas ignorantes”. O autor parte do atual contexto norte-americano, nomeadamente no mercado laboral, das finanças, no comércio internacional, entre outros, para provar as falácias desse “economismo”.

The Vanishing Middle Class

O título não podia ser mais explícito. Ainda no contexto dos Estados Unidos, o economista Peter Temin explica por que razão o país tem vindo a tornar-se numa terra de pobres e ricos, com cada vez menos pessoas no meio do espetro. O autor serve-se da história do país para explicar as atuais desigualdades, e propõe uma via mais igualitária, de forma acabar com a existência de uma economia para os mais ricos e outra para os mais pobres nos EUA.

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