Novo secretário-geral da ONU quer “nova abordagem” para prevenir conflitos
Na primeira intervenção perante o Conselho de Segurança, o novo secretário-geral da ONU diz que é preciso prestar mais atenção à prevenção de conflitos e à mediação.
O novo secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu hoje “uma nova abordagem” para prevenir as guerras, na primeira intervenção perante o Conselho de Segurança, depois de assumido o cargo no passado dia 1.
Guterres sucedeu ao sul-coreano Ban Ki-moon prometendo fazer evoluir a organização internacional e redobrar os esforços para resolver as crises mundiais.
A ONU deve prestar muito mais atenção à prevenção de conflitos e à mediação, disse Guterres, adiantando ter começado já a estimular reformas nesse sentido, a começar pelo processo de tomada de decisões na secretaria-geral, com a criação de uma nova comissão executiva e uma assessora especial para assuntos políticos.
"Devemos reequilibrar o nosso foco sobre a paz e segurança. Durante décadas esteve dominado pela resposta ao conflito. Para o futuro, devemos fazer muito mais para prevenir a guerra e manter a paz.”
Para o secretário-geral, a prevenção de conflitos deve ser a prioridade máxima da ONU e pediu que 2017 seja um ano “para a paz”.
“Perderam-se demasiadas oportunidades de prevenção porque os Estados-membros desconfiam dos motivos dos outros e por preocupações relacionadas com a soberania nacional”, garantiu Guterres, que disse compreender estes receios devido ao desequilíbrio de poder no mundo e o “uso seletivo” feito no passado de certos princípios.
A prevenção de conflitos nunca pode ser usada para fins políticos, nem com “dois pesos e duas medidas”, insistiu o diplomata português.
“Mas isso não significa que não existam regras. A ação preventiva é essencial para evitar atrocidades em massa ou violações graves dos direitos humanos“, sublinhou.
Nesse sentido, Guterres pediu ao Conselho de Segurança para atuar aos primeiros sinais de alarme de um possível conflito e lembrou os enormes custos de ignorar estes sinais.
O discurso do secretário-geral da ONU abriu um debate, no qual estão previstas mais de 90 intervenções, incluindo as de vários chefes de diplomacia.
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