Samsung: foi por isto que as baterias arderam
O escândalo que no ano passado manchou a marca de telemóveis sul-coreana já tem uma explicação: o problema esteve sempre nas baterias, e foi explicado esta segunda-feira pela empresa.
Depois de tanta especulação chegou a explicação. A razão pela qual as baterias do Samsung arderam foi uma: defeitos nas baterias. A Samsung Electronics explicou esta segunda-feira quais os motivos pelos quais teve de deixar de produzir os Galaxy Note 7.
Numa apresentação e conferência de imprensa esta segunda-feira, a Samsung revelou os resultados de uma investigação feita aos telemóveis Galaxy Note 7, cujas baterias começaram a arder, segundo apontam algumas queixas registadas no ano passado. A empresa apesar de justificar os problemas com algumas falhas nas baterias, assumiu toda a responsabilidade legal sobre o que aconteceu.
Investigações internas e independentes “concluíram que as baterias foram a causa dos incidentes com o Note 7”, disse a empresa sul-coreana em comunicado.
O responsável da divisão de telemóveis, Koh Dong-jin explicou que a publicação do relatório foi motivada pela necessidade de a empresa “recuperar a confiança” dos consumidores depois da perda de cerca de 6,1 biliões de won (cerca de 4.863 milhões de euros), e de o escândalo ter chegado também às máquinas de lavar a roupa e aos modelos Galaxy Note J5.
O estudo aponta que algumas das baterias de lítio estudadas tinham curtos-circuitos internos. Em entrevista à Bloomberg, Koh Dong-jin acrescentou ainda que as baterias eram, por vezes, maiores do que o espaço que lhes estava reservado. “Foi a bateria, não o design ou o software do telemóvel. Portanto, nos restantes modelos de telemóveis da marca as dúvidas vão desaparecer”, referiu, à Bloomberg, Greg Roh, analista do banco HMC Investment Securities Co.
A bateria fabricada inicialmente para estes telemóveis foi produzida por uma filial, a Samsung SDI. As reposições feitas depois das queixas apresentadas, que eram provenientes da Amperex Techonology, também apresentavam alguns defeitos. A solução foi parar por completo a produção deste modelo.
“Assumimos toda a responsabilidade e vamos certificar-nos de que isto não volta a acontecer”, referiu Koh. Assumir a responsabilidade implica que é a empresa sul-coreana que vai assumir todos os custos deste incidente, e não as filias que produziram as respetivas baterias.
A investigação foi realizada durante um mês pela própria empresa tecnológica sul-coreana e outras três organizações: as empresas norte-americanas UL e Exponent e a empresa alemã de inspeção técnica e certificação TÜV Rheinland. Koh explicou que cerca de 700.000 investigadores e engenheiros recriaram processos de carga e descarga com cerca de 200.000 dispositivos e cerca de 30.000 baterias de lítio para detetar e analisar os defeitos.
Este incidente acabou por não afetar os investidores. As ações da Samsung, que têm estado a negociar perto dos valores mais altos de sempre, mantiveram-se pouco alteradas esta segunda-feira depois das declarações e das investigações apresentadas. Negoceiam nos 1.903,000 won, com uma valorização de 2,31%.
O grande desafio agora, segundo o analista consultado pela Bloomberg, é fazer com que não existam nenhuns problemas com o modelo Galaxy S8, porque “os consumidores não iriam perdoar”.
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