Dividendos: Portugal e Espanha no pódio europeu
Estudo da Allianz Global Investors identifica Portugal e Espanha, entre os mercados europeus em que as cotadas apresentam os dividendos mais rentáveis. Rendem, em média, 4,4% na bolsa de Lisboa.
O valor dos dividendos a distribuir pelas empresas europeias deverá atingir um nível recorde, este ano, com Portugal a figurar no topo das oportunidades em termos de retorno dos dividendos, logo atrás de Espanha. Quem o diz são os analistas da Allianz Global investors, que estimam para este ano um aumento dos lucros e uma melhoria das margens.
Os cálculos da gestora de ativos, apontam para que as companhias do Velho Continente distribuam pelos seus acionistas um total de 315 mil milhões de euros, em dividendos, batendo assim o anterior recorde de 302 mil milhões registado em 2016. No estudo Capital Income: Dividends, Jörg de Vries-Hippen, responsável pelo investimento em ações europeias, salienta que as empresas e em particular os investidores beneficiam de economias fortes em países como a Alemanha. “Os fluxos financeiros (cash flows) estáveis e contínuos podem ser partilhados via pagamento de dividendos acima da média”, diz.
O especialista da Allianz Global Investors está confiante que os dividendos manter-se-ão uma importante alternativa de investimento para os investidores em 2017. “Mesmo sendo provável que as taxas de juro recuperem dos seus mínimos históricos este ano, parece improvável que alcancem o nível de rentabilidade dos dividendos no curto prazo”, prevê Jörg de Vries-Hippen.
Neste âmbito, refere que existem boas oportunidades de investimento entre as empresas portuguesas e espanholas, onde identifica uma elevada rentabilidade por dividendo em 2016. Espanha e Portugal apresentaram as rendibilidades por dividendos (dividend yield) mais elevadas da Europa, situando-se em 2016 nos 4,9% e 4,4%, respetivamente, o que segundo a gestora de ativos “explica-se com o facto de que estes mercados apresentam ainda valorizações baixas.” No final de 2016, a rentabilidade (yield) média do dividendo situou-se em torno dos 3,5% em toda a Europa.
Já Hans-Jörg Naumer, Head of Capital Market Analysis e autor do estudo, explica os benefícios dos dividendos num contexto mais alargado de carteira e ao longo de períodos longos: “Os dividendos poderiam compensar as perdas no valor da ação, pelo menos parcialmente. Os dividendos contribuíram cerca de 38% para a rentabilidade agregada do MSCI Europe ao longo de todo o ano passado.
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