Juros da dívida voltam a bater os 4%
O agravamento das yields lusas acontece em dia de reunião do Eurogrupo, onde Mário Centeno deverá ser chamado à atenção de que em Portugal a "situação não está boa".
Os juros da dívida nacional voltaram a bater a barreira dos 4% no prazo a dez anos, em máximos desde fevereiro do ano passado, num dia que está a ser marcado pela subida das yields soberanas um pouco por toda a Europa. Um sinal do agravamento da perceção do risco soberano.
A taxa de juro da dívida nacional a dez anos avança 10 pontos base, até aos 4,092%, o que representa o valor intradiário mais elevado desde 9 de janeiro deste ano, dilatando assim face aos 4,004% a que os juros seguiam no início da sessão. Já o spread face à dívida alemã está nos 355,9 pontos base, o que corresponde ao patamar mais elevado desde a mesma ocasião. Ou seja, um sinal de que o agravamento da perceção do risco não é exclusiva a Portugal. As yields espanholas e italiana sobem 3,5 e 9,5 pontos base, para 1,577% e 2,206%, respetivamente. Já as bunds alemãs a dez anos avançam perto de 2 pontos base, para os 0,484%.
O agravamento dos juros nacionais, e o ultrapassar da fasquia psicológica dos 4%, acontece no mesmo dia em que Mário Centeno deverá ser chamado à atenção por parte dos Eurogrupo relativamente à situação do país. Uma fonte do Eurogrupo citada pela Bloomberg, afirmou após uma reunião que decorreu nesta quarta-feira com vista à preparação do encontro dos ministros das Finanças dos países da zona euro, que a “situação de Portugal não é boa”, destacando a fragilidade da banca nacional.
Juros lusos a 10 anos voltam a agravar
No encontro do Eurogrupo, um dos temas em cima da mesa será o acompanhamento do pós-programa de assistência financeira a Portugal, mas também à Irlanda. Mas em concreto se existem riscos que possam coloca em causa a capacidade de devolver os empréstimos recebidos ao abrigo do programa de assistência financeira.
A preocupação revelada pelo Eurogrupo acontece após um período de agravamento dos juros da dívida nacional, que no prazo a dez anos ultrapassou a fasquia dos 4%, neste mês. Ou seja, para níveis máximos de fevereiro do ano passado.
(Notícia atualizada às 11:30 horas)
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