CEO da Uber já não é conselheiro de Trump após críticas

Críticas dos utilizadores da Uber levaram o CEO daquela plataforma online de transporte de passageiros a demitir-se do conselho consultivo de Donald Trump.

O presidente executivo da Uber, Travis Kalanick, afastou-se do conselho consultivo criado por Donald Trump depois das críticas dos clientes e condutores à ligação entre a companhia e o Presidente norte-americano que decidiu proibir a entrada de imigrantes e refugiados de alguns países nos EUA.

A participação de Kalanick naquele conselho de negócios de Trump não foi bem recebida e depressa a bola de neve ganhou expressão nas redes sociais com uma campanha #DeleteUber, que beneficiou a rival Lift. De acordo com o New York Times (acesso gratuito/conteúdo em inglês), mais de 200 mil contas foram apagadas numa semana, o que é mais do que o habitual — embora o número de novos utilizadores tenha sido maior.

Num e-mail aos seus trabalhadores, o presidente da Uber revelou que manteve uma conversa com Donald Trump onde teve a oportunidade de manifestar a sua preocupação com ordem executiva em relação à proibição de imigrantes oriundos de sete países com uma população maioritariamente muçulmana. E a sua resignação do cargo de conselheiro.

“A imigração e a abertura aos refugiados são uma parte importante do sucesso do nosso país e também para a Uber”, adiantou Kalanick num e-mail citado pela Bloomberg. “Há muitas maneiras de continuar a defender mudanças na imigração, mas ficar no conselho era um obstáculo a isso. A ordem executiva está a afetar muitas comunidades em toda a América”, disse.

"A imigração e a abertura aos refugiados são uma parte importante do sucesso do nosso país e também para a Uber. Há muitas maneiras de continuar a defender mudanças na imigração, mas ficar no conselho era um obstáculo a isso. A ordem executiva está a afetar muitas comunidades em toda a América.”

Travis Kalanick

CEO da Uber

Entre os membros do Strategic and Policy Forum, um conselho consultivo para matérias económicas de Trump, estão ainda os CEO da BlackRock, Blackstone, General Motors, IBM, Tesla e Walt Disney.

Elon Musk, da Tesla, já referiu que vai marcar presença na próxima reunião deste conselho económico, que está agendado para a próxima sexta-feira. “Conselhos consultivos apenas dão conselhos e participar neles não significa que estamos de acordo com as ações da Administração”, escreveu Musk no Twitter esta quinta-feira. “Compreendo a perspetiva daqueles que se opõem à minha presença no encontro, mas acredito que neste momento envolver-me nestes assuntos críticos vai no final ser positivo”, acrescentou.

Face à onda de críticas, a Uber disponibilizou três mil milhões de dólares (2,8 milhões de euros) para ajudar os seus condutores, muitos dos quais imigrantes, com eventuais custos judiciais, oferecendo serviços de tradução e acesso telefónico 24 horas por dia para assistência legal.

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