Lagarde: “Recuperação económica global está a ganhar força”
A diretora do FMI mostrou-se otimista em relação à recuperação económica global, mas alertou para alguns riscos que podem ameaçar este processo.
Christine Lagarde mostrou-se mais otimista em relação à economia global, afirmando que, depois de esta ter passado por um longo processo de recuperação, está a “ganhar força”. A líder do FMI aplaudiu as medidas fiscais e monetárias tomadas até agora, mas alertou para os riscos que podem surgir se se deixar para trás a cooperação comercial.
“A boa notícia é que, depois de seis anos de crescimento desapontante, a economia global está a ganhar força”, afirma Lagarde em Bruxelas, antes de seguir para o encontro anual organizado pela instituição que lidera e pelo Banco Mundial. A diretora do FMI reconhece ainda que “uma recuperação cíclica oferece a promessa de mais empregos, salários mais altos e mais prosperidade”.
Lagarde fez questão de destacar o papel da atividade industrial e do aumento dos preços das matérias-primas, que tem aliviado a pressão sobre países em desenvolvimento. “Juntando tudo isto, vemos uma economia global que avança confiante, beneficiando de opções políticas sólidas tomadas em vários países, nos últimos anos”, concluiu a líder do FMI.
Protecionismo pode travar recuperação
Ainda assim, existem algumas nuvens negras a pairar sobre este cenário de recuperação, principalmente aquelas que ameaçam a estabilidade política e comercial mundial. “Ao mesmo tempo, há riscos negativos claros: incerteza política, incluindo na Europa, a espada do protecionismo sobre o comércio global e piores condições financeiras” que podem provocar uma saída de capital dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento, refere a diretora do FMI.
Nestas declarações, Lagarde não falou diretamente de Donald Trump ou dos seus planos para colocar a “América Primeiro”, mas reforçou que pôr restrições ao comércio poderá ser uma “ferida autoinfligida” que se manifestaria nos preços para o consumidor.
Para que tal não aconteça, deverão ser adotadas medidas fiscais e monetárias, bem como reformas estruturais, que impulsionem o crescimento e que o tornem mais inclusivo. Lagarde afirmou também que os países têm de se juntar e trabalhar em conjunto para reduzir os desequilíbrios comerciais e garantir a estabilidade financeira.
Esta declaração de otimismo reforçado poderá indicar que o Fundo Monetário Internacional está pronto para melhorar as suas previsões para a economia mundial no próximo World Economic Outlook a ser conhecido no dia 18 deste mês.
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