DouroAzul insiste no levantamento da imunidade de Ana Gomes
A empresa de Mário Ferreira defende que só com o levantamento da imunidade parlamentar da eurodeputada é possível "poder provar as insinuações e calúnias que dirigiu à empresa" e ao seu fundador.
A DouroAzul reafirmou o pedido de levantamento da imunidade parlamentar da eurodeputada Ana Gomes, já solicitada ao Parlamento Europeu. Em comunicado enviado às redações, a empresa de Mário Ferreira defende que só desta forma é possível “poder provar as insinuações e calúnias que dirigiu à empresa” e ao seu fundador.
Este comunicado, que na substância é idêntico às declarações que Mário Ferreira fez ao ECO na segunda-feira, ganha uma nova relevância depois de Ana Gomes ter dito, em declarações à Renascença, que nunca acusou ninguém de corrupção no caso da compra e venda do navio “Atlântida”, mas constatou que o patrão da DouroAzul, Mário Ferreira, “enfia a carapuça”. Ainda assim, a eurodeputada apela à empresa colabore no apuramento da verdade.
Esta afirmação — “melhor que ninguém [Mário Ferreira], saberá porque é que enfia a carapuça” — levou a empresa a reagir: “Se a senhora eurodeputada está tão certa da razão que lhe assiste deveria, antes e em prol da transparência que tanto apregoa, libertar-se do escudo protetor que lhe é dado pela imunidade parlamentar e colocar-se à disposição da Justiça portuguesa”.
Se a senhora eurodeputada está tão certa da razão que lhe assiste deveria, antes e em prol da transparência que tanto apregoa, libertar-se do escudo protetor que lhe é dado pela imunidade parlamentar.
A DouroAzul, no mesmo comunicado, classifica o estilo de Ana Gomes de “trauliteiro” e lamenta a “pirueta verbal” feita pela eurodeputada “tentando esclarecer que nunca acusou ninguém de corrupção no caso do navio Atlântida e que se referiu apenas a um comunicado do Ministério Público, fazendo ainda alusão a uma ‘carapuça’ que, certamente, ela própria enfiou”.
A empresa de Mário Ferreira reafirma a “sua disponibilidade para colaborar com as autoridades portuguesas no inquérito em curso sobre a venda do navio Atlântida” e deixa uma ameaça. “A DouroAzul e o seu Presidente estão conscientes que a imunidade parlamentar que protege, atualmente, a Sra. Eurodeputada Ana Gomes não será definitiva e, por isso, esperará o tempo que for necessário até que o seu estatuto de deputada portuguesa ao Parlamento Europeu termine ou voluntariamente decida enfrentar a justiça portuguesa”.
A DouroAzul e o seu Presidente estão conscientes que a imunidade parlamentar que protege, atualmente, a Sra. Eurodeputada Ana Gomes não será definitiva e, por isso, esperará o tempo que for necessário.
Na origem do pedido de levantamento de imunidade parlamentar estão declarações proferidas em abril de 2016 por Ana Gomes, que as empresas queixosas consideram ofensivas e caluniosas, em reação a um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) a anunciar buscas e diligências do DCIAP e da Polícia Judiciária, no quadro da designada “Operação Atlantis”, relacionadas com a subconcessão dos ENVC e a venda do navio “Atlântida”.
Na ocasião, Ana Gomes declarou ao Diário de Notícias que a investigação era “um sinal de que algo está a mexer num caso de flagrante corrupção”, envolvendo a venda “a patacos” do ferryboat Atlântida ao Grupo Douro Azul, o qual, segundo a eurodeputada, tinha “muito que contar” às autoridades.
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