EuroBic: Eleições em Angola? “Não vejo quaisquer implicações” diz Teixeira dos Santos
O presidente do EuroBic, antigo banco BIC, fala sobre a influência de Angola na instituição que tem Isabel dos Santos, filha do presidente angolano, como acionista.
Teixeira dos Santos afirma que, em relação a Angola, “o único aspeto que será relevante” para o EuroBic será a situação económica e financeira. Não antevê portanto qualquer efeito da saída de José Eduardo dos Santos do poder angolano, que poderá consumar-se nas eleições que se aproximam.
“Trabalho para um banco que, para além dos seus acionistas, tem os seus trabalhadores e clientes“, afirma Teixeira dos Santos em entrevista ao Negócios (acesso pago). Aliás, diz que “de forma alguma” sente trabalhar para Isabel dos Santos, a filha do atual presidente angolano, preferindo “manter um equilíbrio de todos esses interesses“: dos clientes, empregados e acionistas.
A crise financeira surge assim como o fator mais relevante, não só para o EuroBic mas também para “qualquer banco que atue no mercado português” dado os efeitos negativos que tem nas várias portuguesas empresas que têm negócios e relações com Angola. Aponta “dificuldades de divisas”, que causam problemas ao investimento e depois em “obter o retorno do seu investimento e expatriar esse retorno”, aumentando assim o risco de financiar. O peso deste tipo de operações no EuroBic diminuiu com a aquisição do BPN, garante Teixeira dos Santos.
Em relação aos processos judiciais que envolvem figuras da política angolana, nomeadamente o vice-presidente Mauel Vicente, Teixeira dos Santos diz-se “relativamente tranquilo” pois não tem sentido a saída de capitais angolanos do EuroBic na sequência destes processos.
Já os processos de branqueamento de capitais e procedimentos de concessão de crédito de que o EuroBic é alvo, “não há decisões” por agora, pelo menos que sejam do conhecimento do presidente. Mas já foram tomadas medidas para reforçar sistemas de controlo interno e de ‘compliance’.
Relativamente às dezenas de milhões de euros perdidas na sequência da exposição do ao BES à PT, Teixeira dos Santos diz que “foram investimentos que pareceram racionais e que faziam sentido na conjuntura que se vivia no então banco BIC” e declara que foram feitos “com autonomia e não sob a influência ou pressão fosse de quem fosse“.
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