Furar o Alentejo à procura de petróleo? Só em 2018, diz Galp

A Galp deverá procurar petróleo no Alentejo em 2018. Empresa não aproveitou a janela de oportunidade este ano, mas prevê fazê-lo entre abril e junho do ano que vem.

A Galp Energia apresentou esta segunda-feira um lucro semestral de 250 milhões de eurosPaula Nunes/ECO

O presidente executivo da Galp Energia, Carlos Gomes da Silva, disse aos jornalistas que a Galp já só vai avançar com o poço de avaliação no Alentejo no próximo ano, numa região conhecida por “Caranguejo”.

Os poços de avaliação são perfurações realizadas pelas petrolíferas para avaliarem se existem reservas daquele combustível fóssil num dado local, e avaliar se é economicamente viável prosseguir para a fase de exploração.

No caso do Alentejo, onde se acredita poderem haver reservas de ouro negro, a Galp só deverá fazer esse estudo no terreno, aproveitando uma “janela de oportunidade” que se deverá situar algures entre os meses de abril e junho. Essa janela de oportunidade representa o período do ano para o qual se antecipam as condições ideais para a realização dessa avaliação.

“Temos projetado o poço de avaliação para 2018”, confirmou Carlos Gomes da Silva numa conferência de imprensa de apresentação de resultados relativos ao primeiro semestre. Confirmada a existência de petróleo e a viabilidade da exploração, o arranque da mesma poderá ter início num período entre três e seis anos.

Ainda sobre o dossiê das possíveis explorações de petróleo em Portugal, a Galp foi alvo de uma providência cautelar por parte da Plataforma Algarve Livre de Petróleo, aceite em junho por um tribunal de Loulé, para impedir uma perfuração petrolífera deste género em Aljezur. Sobre isso, o presidente da Galp disse estar “baralhado”: “Há uma figura que é o abuso de Direito, que não sei se não será a figura que está a ser utilizada”, atirou.

Galp desiste da prospeção em três das quatro concessões em Peniche

A Galp Energia desistiu de avançar com a pesquisa de petróleo em três das quatro concessões que detinha na bacia de Peniche, o que levou a petrolífera a registar uma imparidade de 22 milhões de euros nas contas do semestre.

Em conferência de imprensa, o presidente executivo da Galp Energia, Carlos Gomes da Silva, afirmou que a petrolífera decidiu manter somente uma das áreas de pesquisa ao largo de Peniche, sem referir quais das quatro foram abandonadas (Camarão, Ameijoa, Mexilhão e Ostra).

“Decidimos devolver a concessão em três áreas da bacia de Peniche. Tomámos a decisão de abandonar estas áreas antes de furar”, disse Carlos Gomes da Silva, referindo que a decisão foi tomada com base na análise aos dados geológicos recolhidos.

Em declarações aos jornalistas, o presidente executivo da Galp explicou “as três zonas [abandonadas] não têm magnitude nem dimensão que justifiquem o desenvolvimento de um projeto”. A quarta concessão ainda aguarda a análise de mais informação recolhida pelo estudo geológico: “Deixámos a quarta para um momento posterior quando tivermos mais informação”.

A petrolífera registou imparidade de 22 milhões de euros relativas a esta decisão, o que o gestor precisou tratar-se do montante investido em dez anos, com os vários estudos, nomeadamente de sísmica, realizados naquelas concessões.

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