Presidente da Caixa Montepio ganhou mais de 400 mil euros em 2016
Os vencimentos dos sete elementos da administração da Caixa Económica Montepio Geral ascenderam a quase dois milhões de euros no ano passado.
O presidente da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) ganhou mais de 400 mil euros em 2016 e cada um dos seis vogais do conselho de administração auferiram de mais de 250 mil euros, o que totaliza quase dois milhões de euros.
O Relatório de Governo Societário de 2016 da CEMG, que foi enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), detalha a remuneração dos órgãos sociais no ano passado, indica que Félix Morgado ganhou 401.248,47 euros em 2016 a título de remuneração fixa não tendo auferido qualquer remuneração variável.
Cada um dos seis vogais do conselho de administração ganhou 254.248,47 euros no ano passado, também a título de remuneração fixa, o que significa que os vencimentos dos sete elementos da administração da Caixa Económica Montepio Geral ascenderam a quase dois milhões de euros.
O relatório indica que, em 2016, “não foi atribuída qualquer remuneração variável” e que também “não são devidas e não foram pagas indemnizações a ex-administradores” naquele ano.
O documento especifica também o valor dos honorários cobrados pela KPMG & Associados, que exerce funções de revisão legal de contas na CEMG desde 2002 e cujo mandato atual termina no final de 2018.
No ano passado, a KPMG cobrou 3.779.621 euros pelos serviços prestados ao grupo CEMG, essencialmente serviços de auditoria, segundo o relatório.
A Associação Mutualista Montepio lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre os títulos cotados em bolsa da Caixa Económica e, na segunda-feira, a CEMG considerou “amigável” esta OPA e que o preço oferecido “contempla de modo relevante os interesses” dos destinatários da oferta.
Quanto à contrapartida oferecida, de um euro por título, a CEMG diz que “representa um prémio de 101% relativamente à cotação de fecho da unidade de participação no dia do anúncio preliminar e um prémio de 116% face à cotação média ponderada dos seis meses anteriores”.
A Associação Mutualista Montepio Geral pediu na segunda-feira da semana passada o registo da OPA sobre o fundo de participação da Caixa Económica Montepio Geral.
Na operação, a associação poderá gastar cerca de 86 milhões de euros tendo em conta as Unidades de Participação da Caixa Económica Montepio Geral que não estão em suas mãos.
A Associação Mutualista Montepio Geral disse, no anúncio da OPA, ser sua intenção promover o mecanismo de perda da qualidade de sociedade aberta, pelo que caso a OPA vá avante e tenha sucesso os títulos da CEMG deixarão de ser cotados em bolsa.
A Associação Mutualista é o topo do Grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a CEMG, que desenvolve o negócio bancário. Ao que tudo indica, esta OPA tem como objetivo preparar a nova fase do banco mutualista.
É conhecido que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pode vir a entrar no capital da Caixa Económica, deixando a totalidade do capital social de ser propriedade na totalidade da Associação Mutualista.
O provedor da Santa Casa, Santana Lopes, tem dito, contudo, que esta “só participará num processo estratégico, amplo, de todo o setor social” e que “não aparecerá sozinha, individualmente, em nada”.
A CEMG teve lucros de 13 milhões de euros entre janeiro e junho deste ano, que compara com o prejuízo de 68 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2016.
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