Navigator olha para a Galiza como fornecedora de madeira por causa do travão do eucalipto
A reforma das florestas ditou uma redução na expansão da área de eucalipto. A Navigator vira-se para Espanha.
A Navigator está “a olhar para outras fontes de floresta e de madeira fora de Portugal, diferentes das que hoje utiliza”, e admite estabelecer “uma base forte no norte de Espanha, na Galiza”. A revelação foi feita pelo presidente executivo da empresa de pasta de papel na apresentação aos analistas dos resultados do primeiro semestre, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).
Diogo da Silveira disse ainda que o grupo, que gere 120 mil hectares de floresta no país, não tenciona ter mais área em Portugal. A aposta é agora Espanha. “Poderemos ter mais em Espanha e menos em Portugal”, disse. E justificou: “Queremos ter mais em Espanha para diversificar e a produtividade lá também é elevada”.
De acordo com a reforma da floresta quem quiser plantar uma nova área de eucalipto, numa zona definida, tem de recuperar e identificar uma área de eucalipto que não esteja com bons níveis de produtividade, arrancar o que lá está e deixar o terreno em condições e para utilização agrícola ou pecuária ou então fazer imediatamente uma nova plantação de uma nova espécie que não seja o eucalipto.
A redução é feita ao longo de cinco anos: no primeiro ano a proporção é de um para 90, sendo regressiva a 50% até se criar uma moratória para que esta redução se faça a partir do momento em que as autarquias incluem no seu PDM os Plano Regionais de Ordenamento Florestal (PROF). Isto exige que os proprietários florestais façam uma avaliação criteriosa do ponto de vista económico do investimento que querem fazer.
Estas afirmações não significam, porém, que a Portucel, como era designada anteriormente a The Navigator Company, vai desistir de Portugal. Diogo da Silveira garantiu que “deter terra em Portugal é importante porque é uma segurança, uma reserva, ajuda a gerir ‘stocks'”, sendo também “relevante por permitir desenvolver boas práticas e transferi-las”.
A Navigator, que tem tecido duras críticas à reforma da floresta e inclusivamente chegou a fazer depender o investimento de 206 milhões de euros em Cacia da não introdução de um travão à expansão do eucalipto, considera que a nova legislação vai ter impacto no mercado da madeira em 12 anos.
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