Comissão Europeia confirma ovos contaminados em 15 países da UE. Portugal não tem
A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, no seguimento de um alerta da Bélgica. Ao ECO, o Ministério da Agricultura e a ASAE garantem que não há casos em Portugal.
A Comissão Europeia confirmou esta sexta-feira que ovos contaminados com fipronil foram detetados até ao momento em 15 países da União Europeia, na Suíça e em Hong Kong.
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Reino Unido, Roménia e Suécia, são os países da UE onde foram detetados ovos contaminados, precisou um porta-voz da Comissão.
Portugal continua sem qualquer caso registado. “O Ministério da Agricultura desenvolveu um conjunto de diligências que nos deixaram absolutamente tranquilos”, disse, ao ECO, fonte oficial da pasta liderada por Capoulas Santos. “As nossas autoridades foram para o terreno assim que foi desencadeado o alerta. Ainda assim estão permanentemente em alerta”, acrescentou a mesma fonte.
"O Ministério da Agricultura desenvolveu um conjunto de diligências que nos deixaram absolutamente tranquilos.”
Portugal é um país exportador de ovos, ou seja, produz 140% das necessidades do mercado. Um mercado que prefere o consumo de ovos de casca escura e não branca onde foram detetados os casos de contaminação com fipronil, um inseticida de utilização comum, autorizado para a desinfestação de animais de companhia, mas cujo uso está vedado às explorações pecuárias. Outras das razões que levam as autoridades nacionais a estarem mais descansadas é o facto de, em Portugal, em Portugal serem os próprios produtores que se encarregam de desinfetar as suas próprias instalações e cuidar das galinhas e frangos, não deixando para empresas externas (tal como acontece na Holanda) esse trabalho. Uma má utilização dos produtos de desinfeção resulta no encerramento imediato da exploração com prejuízo dos produtores, explicaram ao ECO.
A Comissão Europeia vai reunir-se com representantes dos países afetados a 26 de setembro, acrescentou.
O comissário da Saúde, Vytenis Andriukaitis, tinha anunciado a intenção de convocar “uma reunião de alto nível reunindo os ministros [dos países] visados e os representantes das agências de segurança alimentar de todos os Estados-membros implicados”, assim que sejam conhecidos os factos relevantes.
A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, quando a Bélgica alertou as autoridades comunitárias de que tinha detetado ovos contaminados.
Oito dias depois, a Holanda lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação, mas foi só a 3 de agosto é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.
ASAE está em alerta
Questionada pelo ECO, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) garante que está de alerta para a situação e “preparada para intervir no terreno caso haja informação que o justifique”. A ASAE diz que “até ao momento Portugal não é referido como tendo sido abrangido por alguma comercialização direta ou indireta, quer de ovos quer de produtos à base dos mesmos“.
Além disso, a ASAE tem conhecimento, através da Embaixada de Portugal em Haia, de que não existe nenhuma situação “de envio do produto em apreço para Portugal”. Acresce que existe um sistema europeu de alerta rápido em rede (RASFF) que permite à ASAE ser notificada caso existem riscos diretos ou indiretos para a saúde humana, ligados a géneros alimentícios ou a alimentos para animais.
(Artigo atualizado às 13h58 com a reação do Ministério da Agricultura e às 14h25 com a reação da ASAE)
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