Investigadores portugueses recebem bolsas de 12 milhões da UE

Mecanismos gerados pelo corpo humano, inovação agrícola, concorrência e regulação de mercados de plataforma. Conselho Europeu de Investigação atribui oito bolsas para estudar várias áreas.

Perceber como as células estaminais embrionárias dão origem a diferentes células do organismo, no sítio certo e no tempo certo com a ajuda da mosca-do-vinagre é o que se propõe Catarina Homem. A investigadora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Nova de Lisboa vai receber quase dois milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação para aprofundar o estudo das células estaminais do cérebro e perceber como o metabolismo e a nutrição determinam o destino das células estaminais.

Este é apenas um dos oito investigadores portugueses que receberam uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação (CEI). Ao todo são 12,43 milhões de euros para apoiar os investigadores nacionais em início de carreira, mas que não estão necessariamente a desenvolver o seu trabalho em território nacional. É o caso de Renato Dias de Brito Gomes que está na Fundação Jean-Jacques Lafont, em Toulouse, a estudar a concorrência e regulação de mercados de plataforma. O seu trabalho vai receber um apoio de 1,22 milhões de euros.

Nos últimos dias, a Lusa já tinha avançado que dois investigadores portugueses tinham sido selecionados pelo CEI para receber uma bolsa. É o caso de Pedro Leão, que recebeu uma bolsa de 1,46 milhões de euros para estudar ao longo dos próximos cinco anos, na Universidade do Porto, novos compostos naturais de cianobactérias, um grupo de bactérias fotossintéticas que podem ter propriedades anticancerígenas ou antimicrobianas. Mas também de Dulce Freire que recebeu igual montante — sendo que é a quarta bolsa atribuída à investigadora pelo CEI — para levar a cabo um estudo sobre a introdução, circulação e cultivo de sementes na Península Ibérica (1750-1950).

Mas há mais. Veja a lista completa divulgada esta quarta-feira pela Comissão Europeia:

 

Ao todo foram 406 os investigadores em início de carreira em toda a Europa que receberam bolsa do CEI, divulgou a instituição. “No total, estas bolsas representam um financiamento no valor de 605 milhões de euros”, revela o comunicado da instituição. Segundo o CEI, este apoio permitirá “aos bolseiros a criação das suas próprias equipas de investigação, procurando chegar a ideias e resultados inovadores”.

 

De acordo com as regras, as subvenções do CEI são atribuídas a investigadores de qualquer nacionalidade — desta vez foram 48 nacionalidades em 23 países europeus — estabelecidos ou dispostos a instalar-se na Europa. Este ano foram recebidas 3.085 propostas, das quais cerca de 13% foram financiadas, avança ainda o mesmo comunicado, precisando que 45 beneficiários são cidadãos de países não europeus, instalados em toda a Europa e cerca de 40% dos beneficiários são mulheres.

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