Ministro europeu das finanças e economia: o que dizem os eurodeputados portugueses?
O assunto voltou a ser destaque com as palavras de Juncker, que defende um ministro europeu das Finanças e da Economia. Entre os eurodeputados portugueses, há ideias divergentes.
O presidente da Comissão Europeia reforçou esta quarta-feira a ideia de criar um ministro europeu das Finanças e da Economia. Mas entre os eurodeputados portugueses, esta iniciativa não reúne consenso.
No debate lançado pela TSF, em Estrasburgo, sete eurodeputados dão o seu ponto de vista. Francisco Assis, do PS, começa por dizer que “quem defende a moeda única, inevitavelmente acabará por defender uma solução desta natureza”. Para o eurodeputado, já existe praticamente uma solução de federalismo em matéria monetária e cambial que obriga ao cumprimento de determinadas regras e o que “se tem notado é que falta uma coordenação política” que, para Assis, só pode ser exercida por uma figura com estas características.
Paulo Rangel, do PSD, nota porém que a criação desta figura “não é um facto mágico que vai mudar tudo por si”, salientando que há necessidade de criar um fundo monetário europeu e o orçamento para a Zona Euro.
Enquanto o CDS, pela voz de Nuno Melo, assume “sentimentos contraditórios”, não tendo “como certo que seja necessário ir tão longe”, Marinho e Pinto, do PDR, e José Inácio Faria, do MPT, apoiam a criação desta figura. Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, mostra-se claramente contra. Para a eurodeputada, “o problema maior”, “e por isso é que o ministro não funciona, é que não existe uma articulação entre a política monetária e a política orçamental”.
Pelo PCP, João Ferreira ressalva que cada novo passo na União Europeia serve para justificar o anterior e legitimar o seguinte e nunca se perguntou aos cidadãos se queriam ser governados “por um ministro das finanças e da economia a partir de Bruxelas ou de Berlim, para o caso dá o mesmo”. O eurodeputado comunista entende que não se pode aumentar a distância entre as instâncias de decisão e o escrutínio — “e o voto em última instância” — dos cidadãos. Um ponto que levou ao debate a questão de um eventual referendo.
Defenderiam os eurodeputados que as alterações propostas por Juncker fossem sujeitas a referendo? Nuno Melo diz que “depende da substância”. José Inácio Faria frisa que há decisões que devem passar por essa etapa mas não a criação de um ministro da economia e das finanças. Já Francisco Assis prefere desviar o foco desse ponto específico: falando no conjunto de alterações mais profundas, não se opõe. Marinho e Pinto também aceita esse passo no caso de alterações profundas.
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