Albuquerque: “Não faz sentido criar supervisor para mandar no supervisor”
Para a deputada do PSD Maria Luís Albuquerque, Governo não deve ter acesso a informação sensível dos bancos. Critica a proposta para criar "novo supervisor para mandar no supervisor".
Maria Luís Albuquerque criticou a proposta de reforma da supervisão financeira em Portugal, apresentada esta segunda-feira pelo ministro das Finanças, por temer possa ser influenciada politicamente, considerando que “não é desejável que seja do conhecimento do governo” informações específicas acerca dos bancos portugueses. A deputada do PSD criticou ainda a criação de um novo supervisor “para mandar no supervisor”.
De acordo com a proposta de reforma do grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares, os poderes do ministro das Finanças vão ser reforçados no novo desenho da supervisão. Nomeadamente, será o responsável pela pasta das Finanças a nomear o administrador responsável pela resolução dos bancos, além de liderar um novo Conselho Superior de Política Financeira (CSPF). Um reforço do poder político em questões de supervisão financeira que o PSD critica.
"Não nos parece sensato criar um supervisor para mandar no supervisor.”
“Não é de todo desejável que seja do conhecimento do Governo” informação específica de bancos portugueses, referiu Maria Luís Albuquerque na assembleia, questionando a “garantia de independência” face ao poder político da proposta para um novo modelo de supervisão financeira apresentada ontem.
A deputada, que falava depois de o grupo parlamentar do PSD ter apresentado as suas propostas para “aperfeiçoar” o atual sistema de supervisão, criticou ainda criação do novo Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira.
“Não nos parece sensato criar um supervisor para mandar no supervisor”, declarou a antiga ministra.
Em resposta às críticas de interferência política na supervisão financeira, o deputado do PS João Galamba argumentou que o Governo deve fazer parte do novo modelo porque muitas das decisões aqui tomadas têm impacto nas contas públicas, nomeadamente na resolução de bancos, acrescentando que também não se pode separar totalmente as questões de supervisão macroprudencial e a política económica do Governo.
Mais tarde, António Leitão Amaro (PSD) falou em regresso de um “tique socialista” de querer mandar nas políticas de concessão de crédito.
(Notícia atualizada às 17h04)
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