Merkel não exclui Schulz das conversações para o Governo
A chanceler alemã reeleita fez questão de não excluir o SPD das negociações iniciais para formar Governo, ainda que o Martin Schulz tenha rompido relações com a CDU.
Merkel conseguiu 33%, o que corresponde a 246 deputados no Bundestag. Venceu, mas foi uma vitória agridoce: este é o pior resultado da CDU. A chanceler alemã vai agora começar as negociações com os Liberais (FDP) e Os Verdes para formar uma coligação. Apesar de Schulz ter batido com a porta, Merkel disse esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que quer conversar com o SPD, a segunda força do parlamento alemão (20,5%).
A chanceler alemã disse não querer antecipar o resultado das negociações. As conversas vão iniciar com os Verdes e o Partido Democrático Liberal, mas também com o SPD. Merkel fez questão de dizer que a abertura ao diálogo com Martin Schulz é uma posição sua e dos principais responsáveis do partido. No entanto, o líder dos sociais-democratas já disse que não irá fazer coligação com a CDU.
“É importante que a Alemanha tenha um Governo estável”, considerou Merkel. “Há partidos que são opções viáveis para uma coligação e para termos um Governo estável”, garantiu, referindo também é preciso “ter uma União Europeia com uma posição forte” numa altura em que parte do Parlamento alemão é eurocético.
"É importante que a Alemanha tenha um Governo estável.”
Angela Merkel está confiante de que o desempenho do AfD não irá afetar as políticas alemãs. “Os partidos que são capazes de formar coligações entre si vão estar à procura de uma solução — claro que existem diferenças, mas o AfD não terá qualquer influência [nesse processo]“, argumentou esta segunda-feira, em Berlim, em declarações transmitidas pela RTP. Contudo, admitiu que o seu partido tem de recuperar os eleitores perdidos.
Em causa estão cerca de um milhão de eleitores que deixaram de votar na CDU para votar no AfD. Para isso Merkel quer adotar políticas que resolvam os problemas do eleitorado. A renovação não será feita pelas pessoas, mas sim pelos conteúdos, acrescentou, referindo temas como a imigração ilegal e os refugiados. “Há uma série de questões onde as pessoas têm a sensação que não são ouvidas“, afirmou.
Além de ter perdido um milhão de eleitores para a AfD, a CDU também perdeu cerca de 1,4 milhões de eleitores para a FDP.
A CDU deverá eleger o líder parlamentar esta terça-feira. Mais tarde, nas próximas semanas, o partido tem um congresso marcado.
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