S&P: Subir salário mínimo não terá impacto na competitividade
A agência que subiu a notação financeira portuguesa não está preocupada com o aumento do salário mínimo. Menos crescimento económico ou desvios no défice poderão atirar o rating para o lixo novamente.
Marko Mrsnik, o analista da agência de notação financeira que segue a economia nacional, garante que a Standard & Poor’s está ciente dos riscos que Portugal enfrenta, principalmente por causa do elevado nível de endividamento público e privado. Contudo, há um fator que não preocupa a agência de rating: a subida do salário mínimo não terá impacto na competitividade do país, apontou o analista em entrevista ao Diário de Notícias esta sexta-feira.
Há cerca de duas semanas, a S&P foi a protagonista de uma das surpresas do ano para a economia portuguesa ao ter retirado a República Portuguesa do nível de investimento considerado ‘lixo’. Fê-lo sem mudar o outlook, algo “pouco habitual”, como classificaria o próprio analista, ao ECO, dias após a decisão ser pública.
Esta sexta-feira, em entrevista ao Diário de Notícias, Marko Mrsnik considera que Portugal “é hoje um país diferente”, que não tem “riscos de curto prazo”. Nem a banca, nem a dependência do BCE nem a dívida pública travaram a decisão da S&P. A melhoria, argumenta o analista, deveu-se aos dados do primeiro semestre relativos à atividade económica e ao défice.
E a subida do salário mínimo pode afetar o atual cenário? “Em termos de salário mínimo, não esperamos que tenha um impacto na competitividade. Houve ganhos enormes na competitividade que podemos observar nas exportações“, contrapõe Mrsnik. Ao que tudo indica, o salário mínimo irá subir até aos 600 euros em 2019. Atualmente, o salário mínimo está nos 557 euros, após ter aumentado em 2017.
Quanto ao futuro, o analista admite até que é possível subir mais o rating, ainda que com o atual rácio da dívida pública isso seja difícil. Por outro lado, o rating também poderá descer caso haja um “significativo decréscimo do crescimento económico”, “a adoção de políticas pelo governo que forem contra a capacidade do país em aceder aos mercados financeiros” ou “significativos desvios ao caminho de consolidação orçamental”.
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