PSD: Manifesto quer social-democracia de “rosto humano”

José Eduardo Martins é um dos subscritores de um manifesto sobre o PSD divulgado esta quarta-feira, cerca de um hora antes de Rui Rio fazer o anúncio da sua candidatura à presidência do partido.

“Nós, Sociais-Democratas”. É este o nome do manifesto assinado por José Eduardo Martins, candidato do PSD à Assembleia Municipal de Lisboa e ex-secretário do Estado do Ambiente, e outras figuras internas que querem uma social-democracia de “rosto humano”.

Uma das premissas do texto publicado no site socialdemocracia.pt é que o partido deve colocar “a economia ao serviço da pessoa e não a pessoa ao serviço da economia”. A iniciativa foi revelada pouco antes de Rui Rio fazer o anúncio de candidatura à presidência do PSD.

“Por uma Social-Democracia de Rosto Humano (para não cairmos na cartilha tecnocrática outra vez!)”, reclama este manifesto. A ideia do texto, segundo José Eduardo Martins referiu ao Observador, é “pôr as pessoas a pensar” para que a discussão não seja concentrada em candidatos, mas sim em ideias. “Agradecemos a visita, as opiniões e os contributos bem intencionados”, disse numa publicação no seu Facebook.

O manifesto tem expressões como a necessidade de haver “inteligência crítica sem demónios apocalípticos à espreita nem velhos do Restelo” — uma possível referência ao anúncio do diabo que Passos Coelho protagonizou enquanto oposição. Nos dez pontos o texto contém considerações gerais sobre vários assuntos.

Entre eles está a economia e a política, onde o manifesto parece ir contra uma ideia de um PSD mais liberal. “Por um Partido que incorpora boas práticas na sua ação política e nas políticas públicas, apoiando e dinamizando a capacidade de criação de valor local e global a partir da livre iniciativa da sociedade, tornando o Estado suficiente e não só eficiente“, lê-se.

Apesar de ser crítico de Pedro Passos Coelho, José Eduardo Martins foi responsável pelo programa eleitoral do PSD em Lisboa, tendo sido candidato à Assembleia Municipal. Contudo, desde que o atual presidente do partido anunciou que não se vai recandidatar, o ex-secretário de Estado do Ambiente não fez comentários nem demonstrou apoio a Rio ou Santana Lopes — os dois candidatos já anunciados.

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