PCP exige floresta à frente do défice. Costa deixa a porta aberta

  • Margarida Peixoto e Marta Santos Silva
  • 18 Outubro 2017

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, exigiu ao primeiro-ministro que a floresta seja a prioridade, e não o défice. Costa deixou a porta aberta à ideia de furar a meta para acomodar custos.

Jerónimo de Sousa defendeu que a meta do défice deve ser alterada para acomodar os gastos necessários com a floresta.Paula Nunes/ECO

“Não será seguramente o nosso empenho na consolidação orçamental que frustrará o que é prioritário, que é a segurança e a proteção da floresta,” disse o primeiro-ministro, depois de confrontado pelo líder do PCP, no debate quinzenal desta quarta-feira.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral dos comunistas, exigiu a António Costa que encontrasse um orçamento específico para dar resposta aos problemas da floresta, fazendo a reforma do setor, reforçando a prevenção e o combate e gastar tanto como, por exemplo, com o Banif. Mais: quis saber se o primeiro-ministro estaria disposto a mudar a meta do défice de 2018, que é de 1% do PIB, para acomodar os gastos.

“Mesmo considerando as metas de défice pedidas”, o primeiro-ministro estaria disposto a gastar na floresta, perguntou o líder dos comunistas. “Na nossa opinião, as pessoas têm de estar primeiro que o défice,” argumentou. Mais tarde, Heloísa Apolónia, pelos Verdes, insistiu no mesmo tema e defendeu que a prioridade deve ir para a floresta, com ou sem margem orçamental.

Não será seguramente o nosso empenho na consolidação orçamental que frustrará o que é prioritário, que é a segurança e a proteção da floresta.

António Costa

Primeiro-ministro

O primeiro-ministro não deu a resposta clara, mas citou o ministro das Finanças, mostrando abertura para gastar mais e garantindo que não seria a consolidação orçamental a colocar em causa os meios para garantir a segurança e a proteção da floresta.

Centrando-se no Orçamento do Estado, António Costa disse que entre o relatório apresentado no dia 12 e o Orçamento do Estado apresentado no dia 13, não havia condições para introduzir as medidas propostas. Mas agora, no debate, haverá margem para alterações de modo a “executar ao longo do ano de 2018 aquilo que for possível e desejável”.

“O Orçamento é feito de prioridades, que vão para o défice” mas também para outras áreas, afirmou o primeiro-ministro, garantindo que o objetivo é partir de uma boa proposta de Orçamento do Estado, mas sair do Parlamento com “um melhor Orçamento”.

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