Economia chinesa cresce 6,8% no terceiro trimestre do ano, supera meta do Governo
O crescimento económico registado no terceiro trimestre está em linha com as metas fixadas por Pequim, mas os analistas esperam um abrandamento aqui em diante.
A China, segunda maior economia do mundo, cresceu 6,8%, no terceiro trimestre do ano, menos uma décima do que no trimestre anterior, mas acima da meta fixada por Pequim, anunciou esta sexta-feira o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE).
Os analistas esperam, porém, um abrandamento, à medida que as autoridades chinesas reforçam o controlo sobre os empréstimos bancários, visando travar o aumento da dívida, visto como a maior ameaça à estabilidade económica do país.
Pequim está a encetar uma reconfiguração no modelo económico chinês, visando um maior ênfase do consumo interno, em detrimento das exportações e do investimento em grandes obras públicas.
A China tem, no entanto, tido um boom no aumento do crédito, desde a crise financeira global de 2008, que atrasou o reequilíbrio da economia.
Num discurso proferido na quarta-feira, na abertura do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi afirmou que as perspetivas da China são “brilhantes”, mas reconheceu que a economia do país enfrenta “sérios desafios”.
O secretário-geral do PCC disse que o partido terá que assumir “grandes riscos” e superar “forte resistência”.
Empresas e investidores estão atentos a sinais do Congresso sobre a profundidade das reformas económicas.
No discurso de quarta-feira, perante os mais poderosos do regime chinês, Xi repetiu promessas de dar ao mercado um “papel decisivo” na alocação de recursos, mas afirmou também a intenção do partido de desenvolver as empresas estatais.
Os dados hoje difundidos pelo GNE revelam que as vendas a retalho na China subiram, em setembro, 10,3%, face ao mesmo mês do ano anterior, uma décima abaixo da média registada nos primeiros três trimestres.
A subida foi impulsionada por uma expansão do comércio eletrónico, em termos homólogos, de 34,2%.
A decisão do partido de anunciar os dados económicos durante o Congresso, o mais importante evento da agenda política chinesa, suscitou expectativas de que estes seriam positivos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça este ano 6,7%, mantendo a mesmo ritmo de 2016. A instituição elevou por duas vezes as suas perspetivas para a economia chinesa este ano, alegando o forte aumento da despesa pública.
A meta do Governo chinês para este ano é de 6,5%, “ou mais alto, se possível”.
Os reguladores apontaram como prioridade reduzir os riscos no sistema financeiro. Aos bancos foi requisitado que controlem de perto os devedores, sobretudo aqueles que investem além-fronteiras, para assegurar que estes podem pagar as suas dívidas.
O PCC definiu como meta para 2020 dobrar o nível médio de rendimento, face a 2010, e lograr uma “sociedade moderadamente confortável”. Analistas da UBS apontam que, para atingir esse marco, o país deve manter um crescimento mínimo de 6,3%, até ao fim da década.
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