“Quando o país precisava de um estadista, constatou que tinha apenas um político habilidoso”
Assunção Cristas, presidente do CDS-PP, frisou que apresentou esta terça-feira uma moção de censura "para não deixar passar em branco esta vergonha nacional".
“Quando o Governo falha, e essa falha leva à morte de mais de uma centena de pessoas, (…) que outra reação parlamentar existe, que não uma Moção de Censura?” Assunção Cristas, líder do CDS-PP, justificou assim a apresentação de uma moção de censura, esta terça-feira, para fazer cair o Governo de António Costa. E acusou o primeiro-ministro de não estar à altura do estadista de que o país precisava, sendo apenas um “político habilidoso”.
Cristas passou em revista os acontecimentos desde a tragédia de Pedrógão Grande, ocorrida em junho, até aos incêndios que assolaram o país a 15 de outubro, somando mais 45 mortes.
"Os portugueses contam connosco para não deixar passar em branco esta vergonha nacional.”
Lembrou os “milhares de pessoas” que “viveram horas de agonia, em risco de vida, tentando salvar-se e aos seus bens mais essenciais”, as “mais de 500 habitações” que “ficaram perdidas”, os “mais de 500 mil hectares” que arderam. Defendeu que “todos reconheceram, do Presidente a todos os partidos” que o Estado português falhou. E que “falhou em duas das suas mais básicas tarefas: a proteção das pessoas e do seu território”, frisou.
Sublinhou os erros de coordenação e de estratégia, a incapacidade de agir no curto prazo para evitar que à tragédia de junho se sucedesse a de outubro e acusou o Governo de não ter sabido assumir as suas responsabilidades.
Por isso, concluiu, “quando o Governo falha, e essa falha não e suficiente para o Governo, por sua iniciativa, com convicção, assumir as suas responsabilidades, que outra alternativa constitucional, que não uma moção de censura?” E ainda acusou Costa: “Quando o país precisava de um estadista, constatou que tinha apenas um político habilidoso”. E rematou: “Os portugueses contam connosco para não deixar passar em branco esta vergonha nacional.”
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“Quando o país precisava de um estadista, constatou que tinha apenas um político habilidoso”
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