Cumprir meta da dívida pública não chega para sair do pódio em 2018
O Governo português prevê cortar a dívida pública em 2,7 pontos percentuais do PIB em 2018. Mas mesmo que cumpra a meta, não deverá sair do pódio dos países mais endividados.
Portugal tem vindo a acelerar os pagamentos antecipados ao FMI, garantindo uma correção mais rápida do rácio da dívida pública. Contudo, mesmo assumindo que o Governo cumprirá a meta definida para 2018 (123,5% do PIB), o país não vai sair do pódio da dívida pública. No próximo ano, a República portuguesa continuará a ser a terceira da zona euro com a dívida mais alta. A conclusão resulta da análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) às metas definidas pelos restantes Estados-membros.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2018, o ministro das Finanças, Mário Centeno, promete amortizar antecipadamente ao Fundo Monetário Internacional 8,4 mil milhões de euros ainda este ano. Para 2018, está prevista uma nova amortização ao Fundo, no valor de 1,4 mil milhões de euros.
Além disso, o país tem conseguido saldos primários positivos desde 2015, o que significa que excluindo os encargos com a dívida, as administrações públicas portuguesas estão a gerar mais receitas do que despesas. Soma-se ainda um aumento do PIB mais rápido do que o esperado.
Mas mesmo com estes três fatores a ajudar a baixar o peso da dívida pública no PIB, a distância que separa o valor português do registado pelos parceiros do euro é tal, que Portugal continuará no pódio das maiores dívidas públicas em 2018.
No parecer final sobre a proposta de OE2018, a UTAO dá conta das metas estabelecidas pelos restantes países da zona euro e mostra como será o panorama das dívidas, no próximo ano, assumindo que todos os governos cumprem o prometido.
Quanto pesa a dívida pública dos países do euro?
Fonte: UTAO
De acordo com a análise da UTAO, nenhum país da moeda única prevê aumentar o rácio da dívida e há apenas um — França — que espera mantê-lo inalterado. Todos os outros Estados-membros projetam uma redução da sua dívida pública para 2018.
A correção mais significativa que está prevista é a do Chipre, que se compromete com um corte de 6,6 pontos percentuais ao rácio da dívida. A Grécia promete baixar o rácio em 4,2 pontos e Malta em 4,1 pontos. A redução prevista por Portugal é de 2,7 pontos percentuais e, como mostra o próximo gráfico, é a oitava maior do conjunto da moeda única.
Quem vai cortar mais a dívida?
Fonte: UTAO
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