Governo quer incluir bebidas na baixa do IVA da restauração

  • Marta Santos Silva
  • 13 Outubro 2017

O Governo pede autorização ao Parlamento para legislar de maneira a incluir certas bebidas, que tinham ficado excluídas, no IVA mais baixo da restauração que já fora aprovada.

O Governo pretende que os serviços de bebidas na restauração passem a ser incluídos na taxa inferior de IVA que foi aprovada, e para isso neste Orçamento do Estado para 2018 pede uma autorização legislativa ao Parlamento para vir a alterar, no próximo ano, esta situação.

Na versão final da proposta de lei do Governo para o Orçamento do Estado para 2018 lê-se “fica o Governo autorizado a alterar a verba 3.1 da Lista II do Código do IVA”, a lista onde se incluem os bens e serviços que ficam sujeitos à taxa intermédia do IVA de 13%, “de forma a ampliar a sua aplicação a outras prestações de serviços de bebidas, alargando-a a bebidas que se encontram excluídas”.

Neste momento, as bebidas excluídas do IVA mais baixo na restauração são “as bebidas alcoólicas, refrigerantes, sumos, néctares e águas gaseificadas ou adicionadas de gás carbónico ou outras substâncias”, que mantiveram um IVA de 13%. Falta saber quais aquelas que o Governo pretende passar a incluir, já que essa particularidade não vem explicitada no documento.

Pedir uma autorização legislativa significa que o Governo, se esta for aprovada no Parlamento, terá um período de 180 dias para legislar neste sentido.

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Simulações: Quanto vai pagar de IRS com os novos escalões?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 13 Outubro 2017

O número de escalões de IRS vai aumentar de cinco para sete, beneficiando 1,6 milhões de agregados, de acordo com as contas do Governo. Que impacto têm as mudanças? Veja as simulações da EY.

O ano de 2018 vai ser marcado por várias alterações fiscais. Desde logo, o número de escalões de IRS vai aumentar, passando de cinco para sete, e aliviando a fatura fiscal de muitas famílias. Esta alteração só deixa de produzir efeitos em salários mensais a partir de 3.253 euros, que não sentirão qualquer poupança no imposto a pagar por via desta medida. Mas acresce depois o fim da sobretaxa.

O segundo e o terceiro escalões vão ser desdobrados, reduzindo-se a taxa a aplicar nos limiares inferiores. Uma cedência do Executivo às exigências dos partidos mais à esquerda que pediam um alívio de impostos mais amplo e não apenas concentrado no segundo escalão. De acordo com o relatório do Orçamento do Estado (OE), esta mudança pode originar uma redução máxima de 586 euros para agregados com dois sujeitos passivos, ou 293 euros no caso de um sujeito passivo, “chegando a representar uma diminuição de 9,5% para os agregados com rendimento coletável próximo de 11 mil euros.”

O quadro abaixo mostra o que muda nos escalões de IRS e refere-se a rendimento coletáveis:

Comparando as tabelas, é possível perceber que o futuro sexto escalão passa a abranger um intervalo mais largo de rendimentos face ao atual quarto. Há, portanto, um grupo de pessoas, com rendimentos coletáveis entre 36.856 e 40.522 euros, que vão passar a contar com uma taxa marginal de 45%, acima da atual de 37%. Mas quer isto dizer que o valor a pagar aumenta? As simulações da EY para o ECO mostram que, no caso de um contribuinte solteiro e sem filhos, para um rendimento bruto de 42 mil euros — correspondente a um rendimento coletável de 37.380 euros — o IRS a pagar cai mais de 251 euros. A isto acresce ainda a poupança com o fim da sobretaxa.

É preciso ter em conta que as taxas referidas se aplicam a cada uma das fatias de rendimento a que correspondem. Portanto, um contribuinte com um vencimento de 40 mil euros anuais é abrangido por uma taxa mais alta (de 45%) no rendimento entre cerca de 36,9 mil e 40 mil euros, mas, antes disso, beneficia de taxas mais baixas noutras parcelas de rendimento.

Onde estanca a poupança? Nos 3.253 euros de salários, dizem as simulações da EY para o ECO. Mas os contribuintes nesta situação vão sentir no próximo ano os efeitos da eliminação da sobretaxa.

Fonte: EY

 

Abaixo deste valor, há poupanças. As simulações da EY para o ECO têm em conta, nestes casos, o fim da sobretaxa que este ano ainda se aplicou nos escalões mais altos, bem como um conjunto de deduções (como pode ver nos pressupostos indicados abaixo). O valor do mínimo de existência também vai subir, uma medida que protege mais contribuintes de rendimentos reduzidos e não está contemplada nos cálculos.

O efeito conjunto da reformulação dos escalões e das mudanças no mínimo de existência “permitirá devolver aos portugueses cerca de 385 milhões de euros”, diz o relatório do OE. Só com as alterações aos escalões, são potencialmente beneficiados 1,6 milhões de agregados. Veja as simulações para esta medida:

Salário mensal de 925 euros

Um contribuinte solteiro, sem filhos, com um salário de 925 euros por mês, poupa mais de 96 euros no IRS a pagar. Mas no caso de contribuintes casados (dois titulares), que optem pela tributação conjunta e tenham dois filhos (ver pressupostos), não há qualquer mudança face aos valores de 2017.

Fonte: EY

Salário mensal de 1.500 euros

Um ordenado bruto, para um solteiro, de 21.000 euros anuais — que corresponde a um rendimento coletável de 16.896 euros — passa a ficar enquadrado no terceiro escalão e não no segundo. E este contribuinte poupa 198,5 euros. Olhando para dois titulares casados, há menos 397 euros a pagar de IRS.

Fonte: EY

Salário mensal de 2.000 euros

Atingindo os 28 mil euros de rendimento bruto anual, um contribuinte solteiro contará agora com um alívio de 412,85 euros. Aqui, além das mudanças previstas nos escalões, conta também o fim da sobretaxa, que em 2017 ainda lhe retirou mais de 141 euros. Contribuintes casados veem o rendimento líquido anual aumentar quase 798 euros.

Fonte: EY

Salário mensal de 2.250 euros

Um contribuinte solteiro que ganhe 31.500 euros por ano salta do terceiro para o quinto escalão, mas continua sujeito à mesma taxa marginal de imposto de 37%. Poupa quase 466 euros no IRS, beneficiando também com o fim da sobretaxa. A redução no IRS a pagar supera 900 euros no caso de contribuintes casados com dois filhos e tributação conjunta.

Fonte: EY

Salário mensal de 3.000 euros

Um ordenado bruto de 42 mil euros por ano equivale a um rendimento coletável de 37.380 euros, o que corresponde ao novo sexto escalão (mais abrangente do que o atual quarto). Com a nova tabela, os rendimentos superiores a 36.856 euros e até 40.522 euros passam a contar com uma taxa marginal de 45% (acima da atual de 37%). Mas mesmo aqui há ganhos, por força das reduções operadas em escalões anteriores. Este contribuinte pagará menos 251,35 euros de IRS. Somando o fim da sobretaxa, o rendimento líquido aumenta 511,67 euros.

Já dois contribuintes casados com um rendimento coletável de 74.760 euros ficam a ganhar mais de 995 euros por ano.

Fonte: EY

Pressupostos:

1 – As presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos e visam quantificar a poupança fiscal, decorrente da Proposta do Orçamento de Estado para 2018, para sujeitos passivos que obtenham rendimentos da Categoria A. As simulações presumem que a regra do mínimo de existência não sofre alterações, i.e. que é calculado como o rendimento (bruto) líquido de imposto inferior a 8.500 euros e não o rendimento coletável líquido de imposto inferior a 8.846 euros.

2 – A remuneração atual considerada corresponde a 14 meses do rendimento bruto.

3 – Nas presentes simulações, com exceção das simulações do sujeito passivo como solteiro, estamos a considerar que os sujeitos passivos são casados, dois titulares de rendimentos, que auferem exatamente o mesmo montante de rendimento anual e que optam pela tributação conjunta.

4 – As simulações foram efetuadas considerando as deduções pessoais do agregado familiar (assumindo filhos com idades superiores a três anos e que não frequentam a universidade) e considerando as seguintes deduções à coleta:

– encargos imóveis (rendas): 6.000 euros;

– despesas de educação: 1.100 euros por dependente;

– despesas de saúde: 1.000 euros por agregado;

– despesas gerais familiares: 5.000 euros por agregado.

5 – O rendimento líquido é apurado da seguinte forma: rendimento bruto – contribuições para a Segurança Social (11% do rendimento bruto) – coleta líquida.

(notícia atualizada)

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Metros, STCP e Transtejo recebem menos um milhão em 2018

Metro do Porto, STCP, Metro de Lisboa e Transtejo vão receber, em 2018, um total de 4,65 milhões para renovação e manutenção de frotas, um corte de 18% face ao Orçamento deste ano.

Os transportes de Lisboa e do Porto vão receber menos dinheiro, no próximo ano, para a renovação e reparação de frota. Ao todo, o Metro do Porto, STCP, Metropolitano de Lisboa e Transtejo vão receber 4,65 milhões de euros, menos um milhão do que tinham recebido no ano passado.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Governo destina 1,3 milhões de financiamento para “infraestruturas de longa duração” do Metro do Porto e outros 1,3 milhões de financiamento para “remodelação e reparação de frota” do Metropolitano de Lisboa. Em 2017, estas duas empresas tiveram, cada uma, direito a 1,7 milhões de euros.

Já a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) terá direito a 1,2 milhões para “remodelação e reparação de frota” no próximo, valor abaixo dos 1,455 milhões que lhe foram destinados este ano.

No último Orçamento, a Carris tinha reservados 855 mil euros. No entanto, a empresa de transportes de Lisboa passou a ser gerida pela Câmara Municipal da capital. Em 2018, estes 855 mil euros serão destinados à Transtejo.

Feitas as contas, as quatro empresas de transportes recebem um total de 4,65 milhões de euros em 2018, um corte de 18,4% face aos 5,7 milhões que lhes foram destinados no Orçamento do Estado para este ano.

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Centeno: “Este orçamento é de 2018. Não é eleitoralista”

O ministro das Finanças vai apresentar a proposta do Orçamento do Estado para 2018 que foi entregue à Assembleia da República. Acompanhe o live blog em direto.

Mário Centeno apresenta o terceiro Orçamento do Estado da atual solução governativa. Em conferência de imprensa, a partir do Salão Nobre do Ministério das Finanças, o ministro vai revelar as principais medidas que vão entrar em vigor no próximo ano. Saiba aqui quais são as principais alterações já divulgadas.

O ministro das Finanças estará acompanhado pelos seus secretários de Estados: secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, o secretário de Estado da Administração e do Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, e ainda o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo.

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Rendimentos mensais entre 607 e 681 beneficiam com o novo mínimo de existência

A EY fez simulações para avaliar o impacto do novo mínimo de existência nos salários. São beneficiados 210 mil agregados com rendimentos mensais entre 607 e 681 euros.

No Orçamento do Estado para 2018, o Governo decidiu aumentar o número de famílias que ficam isentas de IRS. Como? Através da subida do mínimo de existência dos atuais 8.500 euros para um valor correspondente a 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais, mas que também não poderá ficar abaixo do salário mínimo. Os recibos verdes passam a estar também protegidos por este travão. A medida abrange 210 mil agregados.

Assim, os contribuintes que estão no primeiro escalão, e apenas estes, são beneficiados com esta espécie de travão ao IRS, que visa garantir que ninguém fique com um rendimento disponível abaixo de um determinado valor. Assim, os contribuintes com rendimentos mensais brutos entre 607 — valor a partir do qual se começa a pagar IRS — e 681,14 euros são diretamente beneficiados pela medida. O cálculo é obtido através da divisão de um rendimento anual bruto de 9.536 por 14 (o número de salários anuais). Este é o rendimento a partir do qual já não beneficia do novo valor do mínimo de existência, mas assumindo o pressuposto de que o sujeito passivo tem despesas gerais familiares de 250 euros, revelam os cálculos da EY para o ECO.

Nas versões preliminares do Orçamento do Estado foram várias as alternativas avançadas para o valor deste travão: começou por ser de 8.850, falou-se numa alteração à própria forma de cálculo do mínimo de existência e, na versão final, fica definida uma dupla garantia de que o limiar vai corresponder a 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais, mas também não poderá ficar abaixo do salário mínimo.

O ECO voltou a pedir à EY que fizesse novas simulações com o mínimo de existência de 8.998,13 euros e, mantendo a forma de cálculo, como até aqui. Ou seja, usando as regras definidas no artigo 70.º do Código de IRS que determina que, após a aplicação das taxas de imposto, “não pode resultar, para os titulares de rendimentos predominantemente originados em trabalho dependente ou em pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior 8.500 euros”, um valor atualizado agora para os 8.998,13 euros.

Este valor resulta do facto de o Governo antecipar que o PIB vai evoluir a bom ritmo, de tal forma que consegue fazer com que o IAS tenha um valor mais significativo. De acordo com a lei, a atualização neste caso “corresponde ao IPC acrescido de 20% da taxa de crescimento real do PIB, com o limite mínimo de 0,5 pontos percentuais acima do valor do IPC”. Os dados da inflação que permitem fazer este cálculo ainda não são conhecidos (inflação de outubro), mas a informação mais recente, referente a setembro, aponta para 1,19%. Se assumirmos que o valor final ficará, como hipótese, em 1,2%, então o aumento do IAS será de 1,7% neste cenário.

Considerando um solteiro, com rendimentos brutos anuais a variar entre os 8.700 euros e os 9.600 euros, eis o resultados das simulações:

Neste caso, o contribuinte não tem de pagar imposto dada a subida do mínimo de existência.

Este contribuinte continua a ter de pagar IRS, mas tem um aumento do seu rendimento disponível de 458,05 euros, isto porque passa a pagar apenas 1,87 euros de IRS.

Já no caso dos solteiros sem filhos com um rendimento bruto de 9.300 euros, o IRS a pagar passa de pouco mais de 500 euros para 301,87. Ou seja, tem um aumento de 201,55 euros no seu rendimento líquido anual.

Finalmente, se o contribuinte ganhar 9.600 euros brutos tem de pagar, em 2018, os mesmos 546,92 euros.

As simulações apresentadas dizem respeito a um sujeito passivo solteiro, mas basta multiplicar os rendimentos apresentados por dois para ter a simulação para um casal sem filhos.

Esta subida do limiar de existência (que já era conhecida desde setembro) foi negociada com o Partido Comunista, e deverá entrar em vigor no próximo ano com o Orçamento do Estado para 2018, embora os contribuintes só devam sentir algum alívio em 2019 quando acertarem as contas com o Fisco em relação ao rendimento auferido no ano anterior.

De sublinhar que a proposta do Orçamento do Estado para 2018 define que os trabalhadores independentes também passam a ser abrangidos por este travão ao IRS, beneficiando assim de um aumento do rendimento disponível.

Pressupostos das simulações da EY

  1. As presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos, incluindo a consideração do mínimo de existência de Euro 8.500 para 2017 (correspondente ao rendimento bruto líquido de IRS) e a consideração do aumento deste valor mínimo para 8.998,13, no ano 2018, tendo como pressuposto uma subida no valor do IAS em 2018 para 428,48 euros, tendo por base os valores que nos foram providenciados pelo ECO.
  2. O cálculo do IRS a pagar foi efetuado considerando exclusivamente a situação de solteiro, sem dependentes, e considerando apenas a dedução à coleta por despesas gerais familiares.

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Sócrates: “Não há um único documento que diga que o dinheiro é meu”

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

O antigo primeiro-ministro é acusado de corrupção, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

“Não fui [corrupto]. Pelo contrário. Honrei sempre o meu cargo com um comportamento de total honestidade“. É desta forma que José Sócrates começa por se defender das acusações do Ministério Público, conhecidas esta quarta-feira. Em entrevista à RTP, esta sexta-feira, o antigo primeiro-ministro, que foi acusado de 31 crimes de corrupção, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada, nega ter cometido estes crimes e lança críticas sobre a investigação.

“Ainda ninguém fez a seguinte pergunta: como é que o Ministério Público prova aquilo que diz? Como é que fundamenta as gravíssimas acusações que faz?”, começou por questionar José Sócrates para, logo de seguida, negar que o dinheiro encontrado nas contas de Carlos Santos Silva seja, na realidade, seu, como acusa o Ministério Público.

“Não encontrará um único testemunho de alguém que diga que o dinheiro é meu, um único documento. Encontra muitos papéis, muitos documentos que provam exatamente o contrário”, garante.

Assim, considera, esta “nunca foi uma investigação a um crime”, mas uma perseguição a um alvo”. Aliás, assegura Sócrates, os investigadores esconderam que, nas contas da Suíça em causa, o seu nome nunca aparece. “O Ministério Público escondeu isso durante três anos. Essa foi a primeira deceção do Ministério Público. O Ministério Público prendeu para investigar, para amesquinhar”.

"Temos uma relação fraterna, é o meu melhor amigo fora da política. ”

José Sócrates, sobre Carlos Silva

Ex-primeiro-ministro

Sobre o dinheiro de Carlos Santos Silva, Sócrates volta a garantir que se trataram apenas de empréstimos. “Eu ia hipotecar a minha casa, já tinha pedido três empréstimos à Caixa Geral de Depósitos e ele ofereceu-se para me ajudar. Temos uma relação fraterna, é o meu melhor amigo fora da política“, disse. “Daí partir para a ilação de que então o dinheiro é meu, isso é um salto lógico que desafia a nossa inteligência”, acrescenta, dizendo ainda que Carlos Santos Silva nunca falou ao então primeiro-ministro de qualquer concurso público em que estivesse envolvido. “É um homem honesto”.

“Tenho respeito e consideração” por Ricardo Salgado

As acusações de corrupção a José Sócrates giram em torno da oferta pública de aquisição (OPA) da Sonae sobre a Portugal Telecom (PT), o Banco Espírito Santo (BES), o Grupo Lena e Vale do Lobo. Sobre o BES, José Sócrates diz que nunca se encontrou com Ricardo Salgado antes do dia 13 de outubro de 2006, quando já era primeiro-ministro, ao contrário do que afirma o Ministério Público, que acredita que Sócrates e Salgado se encontraram antes de o antigo primeiro-ministro ter tomado posse.

“Nunca me encontrei com ele no banco, nunca fui a sua casa, nunca me encontrei para almoçar fora com ele”, reitera Sócrates sobre aquilo que diz ser uma “invenção” do Ministério Público.

"Tenho por [Ricardo Salgado] respeito e consideração e apreciei o relacionamento que tivemos enquanto fui primeiro-ministro. Mas não faço parte do seu grupo de amigos.”

José Sócrates

Antigo primeiro-ministro

“A invenção é esta: que eu e Salgado éramos próximos. Nós tínhamos uma relação institucional. Tenho por ele respeito e consideração e apreciei o relacionamento que tivemos enquanto fui primeiro-ministro. Mas não faço parte do seu grupo de amigos”, sublinhou.

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Wall Street fecha em máximos apoiado em dados económicos

Dois dos principais índices bolsistas norte-americanos encerraram a semana em recordes, apoiados nos dados que suportam o crescimento económico dos EUA.

As ações norte-americanas entraram no fim de semana com o pé direito, com os principais índices bolsistas a firmarem novos máximos de sempre. Os dados sobre as vendas do retalho, bem como relativos à inflação, suportam a recuperação da economia norte-americana e lançaram o mercado acionista rumo a ganhos. O calendário de apresentação de resultados também apoiou os ganhos.

O Dow Jones terminou a somar 0,13%, para os 22.871,72 pontos, enquanto o Nasdaq fechou com ganhos de 0,22%, para os 6.605,80 pontos. Ou seja, novos máximos de sempre. Por sua vez, o S&P 500 terminou a sessão a valorizar 0,09%, para os 2.553,17 pontos.

Os investidores começaram por reagir com agrado à subida ao ritmo mais acelerado dos últimos dois anos e meio das vendas do retalho, para mais tarde os dados sobre a desaceleração da inflação a reforçarem a evidência de que o crescimento económico continua acelerado nos EUA.

“A presunção de que, com uma leitura mais fraca da inflação, irá significar que a Reserva Federal não vai ser tão agressiva [na retirada de estímulos] como as pessoas esperam”, afirmou Chris Verrone, analista da Strategas Research.

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Mário Centeno já entregou proposta de Orçamento do Estado na Assembleia

  • Rita Atalaia
  • 13 Outubro 2017

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e respetivos secretários de Estado vão apresentar a proposta de Orçamento do Estado. Isto depois de já ter sido entregue o documento na Assembleia da República.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e respetivos Secretários de Estado já entregaram a proposta de Orçamento do Estado para 2018 na Assembleia da República. Deverá seguir-se uma conferência de imprensa para explicar o documento. Estava prevista para as 22h00.

Num comunicado, o Ministério das Finanças revelava que a “conferência de imprensa para apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2018 decorre hoje, às 22:00 horas, no Salão Nobre do Ministério das Finanças”. Uma apresentação que entretanto foi adiada sem hora. Só às 23h20 é que Centeno entregou o documento na Assembleia da República.

"A conferência de imprensa para apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2018 decorre hoje, às 22:00 horas, no Salão Nobre do Ministério das Finanças. A apresentação será feita pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, e respetivos secretários de Estado.”

Ministério das Finanças

Entretanto, António Costa colocou um tweet em que partilha com os seus seguidores que o Orçamento já está assinado.

Neste documento, o Executivo deve revelar um crescimento económico de 2,6% este ano, o qual deverá desacelerar para 2,2%. Já a dívida deverá baixar para os 123,5% no próximo ano e o investimento público vai continuar a subir em 2018. Os impostos indiretos vão voltar a subir, mas os diretos vão voltar a descer, sendo a principal novidades os novos escalões de IRS.

(Notícia atualizada às 23h20 com mais detalhes)

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Altice escreve à AdC e garante que quer plataforma aberta aos concorrentes

A Altice enviou uma carta à Autoridade da Concorrência, a que o ECO teve acesso, em resposta ao parecer negativo da Anacom. A mensagem central é a de quer gerir uma plataforma aberta à concorrência.

A Altice quer manter a plataforma Meo aberta a todos os concorrentes, assim como os conteúdos da Media Capital nas plataformas da NOS e da Vodafone. Foi esta a garantia formal prestada à Autoridade da Concorrência (AdC) logo a seguir ao parecer da Anacom, o regulador das telecomunicações, que se mostrou desfavorável ao negócio Altice/Media Capital, numa carta enviada no passado dia 27 de setembro e a que o ECO teve acesso. Na carta, são respondidos os pontos levantados pelo regulador setorial, com uma mensagem central: A Altice, liderada por Patrick Drahi, quer operar uma plataforma aberta.

Percebe-se a preocupação dos responsáveis da Altice. O parecer da Anacom, pedido pela AdC e pela primeira vez divulgado publicamente, no dia 19 de setembro, no âmbito da avaliação da compra da Media Capital, recomenda à Concorrência a rejeição do negócio. “A Anacom conclui que a mesma [operação de concentração] é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva nos vários mercados de comunicações eletrónicas, com prejuízo em última instância para o consumidor final, pelo que não deverá ter lugar nos termos em que foi proposta”. Passados menos de dez dias, a Altice complementa a informação já disponibilizada sobre o negócio com esta carta, assinada pelos advogados da companhia, a Uria Menéndez, Proença de Carvalho. O ECO questionou a Altice sobre esta carta, mas a companhia escusou-se a fazer comentários. “As relações com a AdC são de âmbito sigiloso”, respondeu uma fonte oficial.

Ainda assim, o ECO sabe que na referida missiva, de 12 páginas, a Altice sublinha que a proposta de aquisição da Media Capital é uma concentração vertical e deve ser avaliada a essa luz. Neste contexto, o grupo israelo-francês que comprou a PT discorda da avaliação da Anacom segundo a qual a operação permite construir quotas de mercado superiores a 30%. A Altice sinaliza que a venda da Media Capital não muda as quotas de mercado e não acarreta qualquer incremento do nível de controlo de conteúdos de media, porque é apenas uma transferência de propriedade do grupo de media. A Altice salienta, assim, que no pós-concentração, o mercado dos operadores de TV em sinal aberto e o dos de televisão por subscrição não mudam e continuarão a existir concorrentes como a NOS, Vodafone e Nowo.

Outro dos pontos referidos pela Anacom foi a possibilidade de a Altice/Meo poder encerrar o acesso de operadores concorrentes de pay TV aos conteúdos da TVI e espaço publicitário. A Altice garante que não o fará, nem poderia fazê-lo à luz da lei. Desde logo porque a rentabilidade da Media Capital resulta também das relações comerciais com os concorrentes da Meo. O argumento é, sobretudo, a publicidade associado ao negócio da TVI, que depende de audiências. Pelo contrário, a Altice refere que quer a TVI24 na TDT. Mas é também acrescentado o princípio legal, a Lei da Televisão, que garante o acesso de distribuidores concorrentes a outras plataformas.

Hoje, a Media Capital já produz canais de televisão específicos por plataforma, como por exemplo o TVI Reality à NOS, na oferta de Pay TV. A Altice assumiu o compromisso com a Autoridade da Concorrência de continuar a fornecer conteúdos específicos e exclusivos aos concorrentes da MEO.

Na carta à Autoridade da Concorrência, a Altice garante que não tem os incentivos económicos para vedar o acesso de outros fornecedores de conteúdos às plataformas Meo e assume mesmo o compromisso de não o fazer. Porquê? Porque a Meo, mesmo com a compra da Media Capital, continuará muito dependente dos conteúdos de terceiros para oferecer pacotes de Pay TV competitivos. Além disso, salienta que os operadores de Pay TV, como a Meo, podem ser obrigados pela Anacom e pela ERC — com base num nível de remuneração justo — a passar conteúdos de terceiros.

A publicidade é outro dos pontos salientados pelo regulador das telecomunicações. A Anacom cita, por exemplo, o risco de a Altice passar a ter acesso a informação confidencial dos seus concorrentes que fazem publicidade na TVI. A Altice discorda e cita, nesta carta, o exemplo do jornal Público, que é da Sonae, um dos acionistas de referência na própria NOS. E também exemplos semelhantes em França.

Finalmente, entre os pontos mais importantes, a Altice também responde aos riscos identificados pela Anacom em relação à TDT e à transparência de preços no acesso àquela rede, gerida pela própria Altice. Os serviços TDT grossistas em causa são regulados, nomeadamente o preço. E por isso, a Anacom pode obrigar a Meo a rever os preços de acesso à TDT.

A Altice sublinha que o negócio é crucial para o setor dos media, quer ao nível da criatividade, quer ao nível do emprego. Garante a independência editorial da TVI e sublinha que, para a Media Capital, a integração no grupo Altice, com a experiência de mercados como a França, Israel e os EUA, será uma oportunidade para o desenvolvimento de novos negócios na área digital.

Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas.

Michel Combes

A operação de compra da Media Capital pela Altice está, agora, nas mãos da ERC, o regulador dos media. No início desta semana, a ERC pediu mais cinco dias para analisar a operação, com base na existência de novos factos que tinham de ser analisados. Esta é uma condição necessária para a operação chegar finalmente à Autoridade da Concorrência, mas como a ERC só tem três membros do respetivo conselho em funções, a deliberação tem de ser por unanimidade. Caso contrário, segundo o entendimento jurídico, o negócio passa para a esfera de decisão da Autoridade da Concorrência.

Ainda esta sexta-feira, o presidente executivo da Altice disse à Agência Lusa ter “plena confiança” no processo de compra da Media Capital e nos reguladores portugueses e manifestou-se “surpreendido com “a pressão indevida e infundada orquestrada” pelos concorrentes. Michel Combes afirmou, numa nota escrita, que a “Altice tem plena confiança no processo e nas instituições regulatórias portuguesas”. “Confiamos que as decisões serão assentes em factos e méritos”, prosseguiu. “Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas”, salientou.

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Preço da eletricidade vai baixar 0,2%. É a primeira descida em 18 anos

A ERSE propõe uma redução dos preços da eletricidade no próximo ano. A redução de 0,2% entrará em vigor a 1 de janeiro.

A fatura da eletricidade vai descer no arranque do ano. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propõe que os preços baixem em 0,2% a partir de 1 de janeiro de 2018, sendo esta a primeira redução de preços em 18 anos. A redução será, contudo, quase impercetível para os consumidores: numa fatura de 45,70 euros, a descida é de nove cêntimos.

“A variação entre 2017 e 2018 das tarifas de venda a clientes finais em Baixa Tensão Normal (BTN) dos comercializadores de último recurso proposta ao Conselho Tarifário é de uma redução de 0,2%“, refere o comunicado do regulador do setor energético. É preciso recuar ao ano 2000 para encontrar uma descida no valor da eletricidade.

O Governo assinalou “com apreço a descida, pela primeira vez, nos últimos 18 anos, da tarifa da eletricidade destinada às famílias”. Em comunicado, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, salientou que “esta é a segunda vez consecutiva que os consumidores nacionais beneficiam deste pacote legislativo com vista a controlar custos do sistema elétrico”.

Na mesma nota, citada pela Lusa, o governante destaca ainda “o conjunto de medidas legislativas aprovadas pelo Governo para reforçar a transparência, rigor e competitividade dos preços da eletricidade”.

“Esta variação tarifária para 2018 resulta da conjugação de vários fatores com impactos em sentidos opostos”, nota a ERSE, apontando para o serviço da dívida, a evolução do custo dos combustíveis, as transferências do Fundo de Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético, a revisão do nível eficiência exigido pela regulação e medidas legislativas mitigadoras de custos.

Esta redução terá, contudo, um efeito prático muito pouco percetível para os consumidores. “A expressão, nos orçamentos familiares, da redução subjacente à proposta de tarifas de venda a clientes finais transitórias para 2018 é de 0,09 euros, para uma fatura média mensal de 45,70 euros”, refere a ERSE.

“Quanto às tarifas sociais de venda a clientes finais em BTN dos comercializadores de último recurso aplicáveis em todo o território nacional beneficiam de um desconto de 33,8% em relação às tarifas de venda a clientes finais, estabelecido por despacho do membro do Governo responsável pela área da energia”, acrescenta.

Os consumidores abrangidos pelas tarifas sociais de venda a clientes finais, uma vez que já contam com um desconto de 33,8% nas tarifas, ainda sentirão uma redução menos expressiva. Estes clientes “terão uma redução na fatura mensal de eletricidade no valor de 0,05 euros, para uma fatura média mensal de 20,40 euros”, remata a ERSE.

(Notícia atualizada às 19h43 com mais informação)

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540 empresas dizem “adiós” à Catalunha

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

Pelo menos 540 empresas mudaram-se da Catalunha para outras regiões de Espanha desde o referendo de um de outubro. Maioria das empresas que abandonaram a Catalunha tinha a sede em Barcelona.

Pelo menos 540 empresas mudaram-se da Catalunha para outras regiões de Espanha desde o referendo de 01 de outubro, considerado ilegal, a esmagadora maioria – 533 – entre segunda-feira e quarta-feira, segundo o registo comercial espanhol.

O número pode ser superior porque o número apurado até à passada quarta-feira, o último dia disponível, inclui dados de Barcelona, Girona e Tarragona, mas não de Lérida.

Em sentido contrário, desde dia 02 de outubro, 22 empresas transferiram a sua sede social para a Catalunha, o que resulta num saldo negativo de 518.

O maior número de saídas – 212 empresas – ocorreu no dia 09 de outubro, na véspera da sessão do parlamento catalão em que se esperava a declaração de independência.

Na terça-feira, registaram-se 177 mudanças de sede, enquanto na quarta-feira foram contabilizadas 144, mas só há dados de Barcelona e Girona relativos a este dia.

Nos dias anteriores, as mudanças de sede foram muito reduzidas: uma a 03 de outubro, duas a 05 de outubro e quatro no dia 06.

A grande maioria das companhias que abandonaram a Catalunha – 501 – tinha a sua sede social em Barcelona, segundo dados oficiais espanhóis.

A Sociedade General de Águas de Barcelona (SGAB) e a Lleida.net, especializada na certificação e notificação eletrónica, são algumas das empresas que transferiram a sua sede para a capital espanhola, bem como o Grupo Planeta, o principal grupo editorial e audiovisual espanhol, o Gas Natural Fenosa ou os bancos Sabadell e CaixaBank.

No dia 02 de outubro, o governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, realizado na véspera, tendo exercido o direito de voto 42% dos 5,3 milhões de eleitores.

Esta terça-feira, o presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, anunciou no parlamento regional assumir “o mandato do povo” para que a região seja “um Estado independente”, mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão para clarificar se declarou ou não a independência na região, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola, que prevê a suspensão da autonomia da região.

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Millennium troca TPA por uma app de pagamentos

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

A nova app do banco liderado por Nuno Amado permite aos comerciantes usar um smartphone ou tablet, conjuntamente com um pequeno leitor de cartões, para aceitar pagamentos de compras.

São muitas as inovações tecnológicas que surgem de tempos a tempos com o objetivo de facilitar a utilização dos meios de pagamentos, tanto pelos consumidores como pelos comerciantes. Agora chega a vez de os vendedores terem a vida facilitada para receber os pagamentos dos clientes. O Millennium bcp disponibiliza a partir da próxima segunda-feira, uma app que pode ser instalada no smartphone ou tablet, e que substitui o tradicional Terminal de Pagamento Automático (TPA).

A app Millennium Moove em conjunto com um leitor de cartões de débito e crédito, emparelhado via wireless ou Bluetooth, permite aos comerciantes receberem o valor das compras dos seus clientes independentemente do local onde estejam.

“O Millennium Moove apresenta-se como a alternativa digital aos terminais de pagamento automático e destina-se aos comerciantes que precisam de receber pagamentos fora da loja – serviços e entregas ao domicílio, por exemplo. Mas também se destina a recebimentos dentro da loja, no exato local onde os artigos estão expostos, garantindo aos comerciantes que nenhuma venda se perde por indecisão ou demora na fila para pagar”, explica o Millennium bcp em comunicado.

Rui Teixeira, administrador executivo do Millennium bcp, explica ainda que esta funcionalidade não implica “despesas fixas mensais” para o comerciante, acrescentando que este vê o valor “rapidamente creditado na sua conta como num TPA normal”.

Para o cliente também existem vantagens, já que este pode pagar no ponto da loja onde está, quer o faça com o cartão de débito, crédito ou com o número de telemóvel MB Way, evitando as filas, por exemplo.

Em termos de aceitação de pagamentos, depois de emparelhar o smartphone ou o tablet com o leitor de cartões, bastam três passos para processar o pagamento. Em qualquer das situações é possível enviar um comprovativo da operação para o e-mail do cliente, se este assim o desejar.

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