Robôs no mundo financeiro podem agravar futuras crises
No mundo das finanças, os computadores são um dado adquirido. A inteligência artificial, por seu lado, está ainda a dar os primeiros passos. Mas os reguladores estão já alerta. E a emitir alertas.
A inteligência artificial está a dar os primeiros passos no mundo financeiro. Bancos de investimento, mas também fundos de cobertura de risco, os chamados “hedge funds”, estão a começar a recorrer aos robôs para fazerem a gestão de ativos financeiros, um passo que pode trazer riscos para a estabilidade do sistema. Os reguladores estão alerta. Dizem que pode agravar futuras crises nos mercados.
A corrida da indústria financeira para adotar a inteligência artificial nos processos de decisão de investimento vem aumentar o risco de excesso de dependência desta tecnologia, o que “pode amplificar o impacto dos choques financeiros”, refere um estudo do Financial Stability Board (FSB), um painel de reguladores que inclui a Fed e o BCE.
“A inteligência artificial pode ser benéfica se os riscos específicos forem bem geridos”, diz o FSB num relatório citado pela Bloomberg em que pede maior monitorização das tecnologias utilizadas nestes robôs desenhados para reduzir o envolvimento de humanos nas decisões de investimento. Caso isso não aconteça, “a vulnerabilidade do sistema financeiro poderá aumentar caso este depende de algoritmos semelhantes”.
O alerta do FSB vai no sentido de que se todos os programas desenvolvidos assentarem no mesmo código, os robôs podem percecionar todos, ao mesmo tempo, um risco. Situação que levaria a ordens consecutivas de venda de um determinado ativo, podendo agravar futuras crises nos mercados financeiros.
Este painel, que é liderado pelo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, afirma que muitas das tecnologias que estão a ser desenvolvidas, estão a ser testadas no mercado num contexto de baixa volatilidade — fruto da atuação dos bancos centrais mundiais –, o que “poderá impedir de perceber se as decisões são as mais corretas numa altura de contração económica ou de crise financeira”.
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