Quem são os cinco candidatos ao lugar de Dijssebloem? Centeno está na lista
A Bloomberg destacou os cinco líderes que estão na corrida para substituir Jeroen Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo. Centeno está na lista.
Com a eleição do próximo presidente do Eurogrupo a aproximar-se, a Bloomberg fez uma lista dos candidatos que estão na corrida. Mário Centeno, ministro das Finanças, é um dos cinco que aparece no grupo dos que já começaram a demonstrar interesse — ou a fazer lóbi — para ocupar o lugar de Jeroen Dijsselbloem.
O mandato de Dijsselbloem termina em meados de janeiro e a eleição do próximo presidente deve acontecer em dezembro. Tal como explica a agência de notícias, escolher um dos ministros das Finanças do euro para presidir ao Eurogrupo não é tarefa fácil. É preciso encontrar alguém que represente um equilíbrio entre norte e sul da Europa, este e o oeste, países grandes e pequenos, conservadores, social-democratas e liberais.
Para a Bloomberg, Mário Centeno é o candidato “do sul”. E isso dá-lhe pontos extra quando comparado com os restantes socialistas. Também tem do seu lado o facto de conduzir uma economia que está em recuperação, depois do resgate, e de ter conseguido colocar o défice português dentro dos limites europeus.
De facto, o PIB cresceu 3% no segundo trimestre de 2017 e o défice de 2016 foi de 2% do PIB, abaixo do limite de 3% e da meta que tinha sido definida pelo próprio Executivo. Tudo isto foi conseguido com um Governo minoritário, que teve de forjar acordos com a esquerda ao mesmo tempo que manteve o orçamento sob controlo.
Porém, tem alguns pontos fracos que a agência considera importantes, desde logo, “o estigma de um país pós-programa”. Diz a Bloomberg que responsáveis europeus notam que Centeno não tem nem a experiência, nem a autoridade necessária para o lugar. Além disso, “nunca assumiu um papel de liderança em qualquer uma das discussões passadas” do Eurogrupo, adianta a agência de notícias.
Mário Centeno já assumiu que “há conversas” sobre a possibilidade de presidir ao Eurogrupo e o primeiro-ministro português, António Costa, até foi mais longe: “Porque não submeter uma candidatura?”
Quem são os outros quatro candidatos na lista?
Bruno Le Maire, o favorito
De entre os cinco candidatos a presidente do Eurogrupo, o ministro francês das Finanças foi o último a entrar no clube das Finanças do Euro. Mas a Bloomberg coloca-o como favorito. Diz que tem liderado discussões, dando como exemplo debates sobre os impostos a pagar pelas empresas digitais, a reforma da zona euro e os trabalhos para um acordo com os gregos.
Nota que fala fluentemente alemão e que se tem aproximado de Berlim, recuperando a coordenação económica entre os dois grandes motores da União Europeia. É bem visto pelos diplomatas europeus.
Em seu desfavor tem o facto de ser francês — o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros já é francês, Pierre Moscovici — e de se ter encostado recentemente à direita, assumindo posições duras no ano passado, ao pedir a expulsão imediata dos estrangeiros que sejam suspeitos por parte dos serviços de segurança, como contou a Reuters. Este posicionamento poderá agora assustar os socialistas, que querem um cargo relevante nas estruturas europeias.
Pierre Gramegna, a surpresa
É o candidato surpresa. O ministro das Finanças do Luxemburgo é o único liberal da lista dos cinco candidatos e um dos que comanda a pasta das Finanças há mais tempo, quando comparado com os concorrentes.
A Bloomberg destaca as suas capacidades diplomáticas, nota que está num Governo de coligação e que por isso tem experiência em conseguir acordos. A sua orientação política é vista como sendo uma vantagem quando comparado com Le Maire. Contudo, é luxemburguês — e o Luxemburgo já tem uma presidência da Comissão Europeia.
Peter Kazimir, o socialista
O ministro das Finanças da Eslováquia faz parte da ala dura da Europa nos assuntos económicos, apesar de ser socialista. Alinhou muitas vezes com o então ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, o que o torna aceitável aos olhos da direita europeia. Na lista dos cinco é o que está no Eurogrupo há mais tempo e vem de um país pequeno e do alargamento.
Contudo, não lhe são reconhecidas grandes capacidades diplomáticas e de mediação, o que pode ser um problema.
Pier Carlo Padoan, o outsider
Apesar de o colocar na lista dos cinco candidatos, é a aposta mais fraca da Bloomberg. O ministro das Finanças italiano tem todas as credenciais necessárias para assumir o cargo — credibilidade, experiência, reconhecimento político, é socialista, a favor de maior integração europeia.
Mas tem dois pontos fundamentais em seu desfavor: o Banco Central Europeu já é liderado por um italiano (Mario Draghi) e o seu Governo vai a eleições na primavera — o que implica que poderia ter de sair do cargo de presidente do Eurogrupo.
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