Centeno: Emissão de dívida a dez anos pode ter juro mais baixo desde saída limpa
O leilão a dez anos que Portugal vai realizar esta quarta-feira "provavelmente" terá o juro de emissão mais baixo desde o regresso aos mercados. Quem o diz é o ministro das Finanças.
Esta terça-feira os juros a dez baixaram a fasquia dos 2%, regressando a níveis de 2015. Esta evolução fará com que, “provavelmente”, a emissão de dívida que o IGCP vai colocar ao mercado esta quarta-feira tenha o juro mais baixo desde a saída limpa — uma previsão feita por Mário Centeno esta quarta-feira em entrevista à Bloomberg. O ministro das Finanças antecipa que este desempenho vá ajudar na atração de investimento estrangeiro.
“Hoje temos uma emissão de dívida que, provavelmente, terão o menor juro desde que regressámos aos mercados“, antecipou Centeno, referindo que esta operação dará uma imagem positiva do país para o exterior. Esse fator, aliado à influência do Web Summit, é “muito importante para atrair investimento para Portugal”. Já esta terça-feira, à saída da reunião do Eurogrupo, o ministro das Finanças tinha assinalado que a descida dos juros era “uma marca muito relevante” para o país, dado que “permite reduzir o custo médio do endividamento, mantendo a maturidade média da dívida”.
Este desempenho de Portugal nos mercados financeiros vai permitir que o Orçamento do Estado para 2018 tenha uma considerável diminuição da fatura com juros. Esta terça-feira o Conselho das Finanças Públicas alertava o Governo de que a consolidação orçamental está a ser feito essencialmente através de três fatores: a conjuntura económica, os dividendos do Banco de Portugal e, por fim, a redução dos encargos com juros — um ajustamento que poderá ficar comprometido quando o Banco Central Europeu deixar de comprar tanta dívida portuguesa.
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Na mesma entrevista à Bloomberg TV, Mário Centeno registou a melhoria do mercado de trabalho, a expansão das exportações e o dinamismo da economia. Contudo, manteve o discurso do Governo de que as previsões subjacentes ao OE2018 são “prudentes”, assinalando que atualmente o crescimento potencial da economia portuguesa situa-se nos 2%. O ministro das Finanças espera que o potencial cresça assim que o sistema financeiro estabilizar.
Quando ao Eurogrupo, Centeno recusou-se novamente a deixar claro se vai ou não ser candidato à presidência do Eurogrupo. O ministro das Finanças portugueses que, segundo avançou o Expresso, está na short list de candidato à sucessão de Dijsselbloem, disse apenas que está em conversações com os restantes ministros das Finanças europeus e que a decisão será tomada até ao final do mês. O novo presidente deverá ser eleito no início de dezembro.
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