Reviravolta nas negociações. Governo abre porta a entendimento com professores
O Executivo estará disponível para que a reposição salarial decorrente da progressão na carreira comece a ser feita ainda esta legislatura. PSD nãogarante chumbo das propostas à esquerda.
Após um dia de negociações em clima de rutura total, o Governo e os professores abriram esta quinta-feira a porta a uma entendimento relativamente à progressão da classe. O Executivo estará disponível para que a reposição salarial decorrente da progressão na carreira comece a ser feita ainda esta legislatura.
Durante esta semana, o Governo já tinha afirmado que a reposição salarial só ia ser feita no próximo mandato, sendo neste ponto que as duas entidades terão chegado a entendimento. Em discussão está ainda a recuperação do tempo de serviço para efeitos de progressão, com o Governo a querer que seja recuperado o período de 2011 a 2017 e os professores a exigirem que seja acrescentado o período entre 2005 e 2007, em que as suas carreiras também estiveram congeladas.
A informação foi confirmada ao Público (acesso condicionado) por Mário Nogueira, líder da Fenprof, que aponta que “existe disponibilidade para negociar a forma como a recuperação será feita e total indisponibilidade para deixar cair o tempo de serviço”. Os sindicatos dos professores vão se juntar novamente nesta sexta-feira para analisar a proposta do Governo, com o desfecho a ser conhecido ao final da tarde, horas antes de acabar o período de entrega de propostas de alteração do Orçamento do Estado.
PSD não garante chumbo às propostas da esquerda
Ainda que o Governo tenha cedido, o assunto poderá não ficar encerrado. Ao Jornal de Negócios, o deputado do PSD Amadeu Albergaria afirmou que não só não vai apresentar propostas sobre as progressões do Estado, como não garante que vai votar contra as propostas do PCP e do Bloco de Esquerda.
O social-democrata deixou em aberto a intenção de voto em relação à proposta de alteração das esquerdas que dita que o tempo de serviço será considerado para efeitos de progressão na carreira. “Só depois de vermos as propostas é que vamos tomar uma decisão”, apontou. O PSD também não vai avançar com propostas próprias. “Cabe ao Governo apresentar propostas” para resolver o problema que tem em mãos, sendo que os grupos parlamentares não têm dados para avaliar o impacto orçamental, diz o deputado Amadeu Albergaria.
As negociações retomam esta sexta-feira, às 17h30.
(artigo atualizado com a posição do PSD)
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