O “Quem É Quem” da lista de Puigdemont para as eleições de 21 de dezembro
A lista composta por quase 30 pessoas conta com a presença de quatro ex-conselheiros de Puigdemont, o antigo presidente da Assembleia Nacional Catalã e uma lista considerável de independentes.
A pouco mais de um mês das novas eleições para o Parlamento catalão, Carles Puigdemont completou esta sexta-feira — dia em que prazo terminava — a sua lista para concorrer novamente ao cargo do qual foi recentemente destituído.
A lista, intitulada Junts per Catalunya (Juntos Pela Catalunha), conta com quatro ex-conselheiros e poucos membros do partido de Puigdemont, o PDeCAT. A maior parte da lista é ocupada por candidatos independentes.
Jordi Sánchez, antigo presidente da Assembleia Nacional Catalã
O número dois de Puigdemont deixou o seu cargo na presidência da Assembleia Nacional Catalã para integrar o Junts per Catalunya. Jordi Sánchez está em prisão preventiva desde 16 de outubro por sedição e por ter estado na organização do cerco ao comité judicial nas vésperas do referendo de 1 de outubro. Segundo o El País, Sánchez é criticado pelo seu estilo menos fervoroso, quando comparado com a sua antecessora, Carme Forcadell. A partir da prisão de Soto del Real, o número dois de Puigdemont dirigiu-se aos membros da assembleia a anunciar a sua renúncia ao cargo.
Aceitei o pedido do presidente Puigdemont de assumir com ele e outras pessoas o desafio de renovar a maioria parlamenta e do Governo do nosso país.
“Talvez por isto e pelas circunstâncias excecionais que o país vive desde 27 de outubro – quando o Parlamento declarou a independência – anuncio que aceitei o pedido do presidente Puigdemont de assumir com ele e outras pessoas o desafio de renovar a maioria parlamenta e do Governo do nosso país”, afirmou Sánchez, citado pelo El Mundo. O mesmo realçou que aceitou o convite, em nome da “legítima defesa da república catalã”.
Os quatro ex-conselheiros na lista de Puigdemont
Na sua recandidatura ao Governo da Catalunha, Carles Puigdemont conta com os quatro antigos conselheiros: dois acompanham-no atualmente em Bruxelas e constam do mandato de captura internacional emitido por Madrid. Os outros dois foram detidos. Todos eles são acusados de rebelião, sedição, fraude, desobediência e prevaricação.
Carla Ponsatí, ex-conselheira da Educação
Carla Ponsatí abdicou do seu cargo na direção da universidade de St Andrews, na Escócia, para se juntar à Assembleia Nacional Catalã. No dia do referendo independentista, a ex-conselheira impediu a entrada de agentes policiais no edifício do departamento da Educação catalã, onde tinham instalado cinco mesas eleitorais. Em 2013, Ponsatí denunciou o ministério da Educação espanhol por não ter renovado o seu cargo como professora convidada na Cátedra Príncipe das Astúrias na Universidade de Georgetown, alegadamente pelas suas ideias políticas.
Lluís Puig i Gordo, ex-conselheiro da Cultura
Autor de livros sobre cultura catalã e galardoado com o Prémio Nacional de Dança de 1984, Lluís Puig ocupou o cargo de conselheiro da Cultura da Catalunha em julho deste ano, após ter assumido a direção-geral responsável pela promoção cultural tradicional e popular na região autónoma. Na passada segunda-feira, Puig recusou a partir de Bruxelas que o Governo não estava preparado quando avançou com a proclamação da independência “Fizemo-lo conscientemente”, cita o La Vanguardia. “Talvez a única coisa que podemos dizer é que não sabíamos a maquinaria monstruosa que tínhamos pela frente”, admitiu.
Jordi Turull, ex-porta-voz e antigo conselheiro da presidência
Turull tem sido um dos maiores defensores do processo independentista. Em setembro, o antigo conselheiro mostrava as suas intenções de avançar com um referendo: “Celebraremos o referendo porque é o nosso contrato com os cidadãos da Catalunha”, afirmou, citado pelo OkDiário. De forma a proteger o seu património, Turull colocou a sua metade do empréstimo da casa em nome da mulher, a quem também atribuiu o cargo de titular da sua conta bancária. Jordi Turull está detido na prisão de Estremera. Após o referendo de 1 de outubro, o antigo conselheiro defendeu a posição das autoridades policiais catalãs, os Mossos, afirmando que os agentes “fizeram o que teve de ser feito“.
Josep Rull, ex-conselheiro do Território e Sustentabilidade
Josep Rull conta com uma carreira no Parlamento catalão de 20 anos e acompanha o governo de Puigdemont desde janeiro de 2016. A 30 de outubro, Rull afirmou que não assumiria o cargo de conselheiro, mas antes de ministro da república catalã. O antigo detentor da pasta do Território e da Sustentabilidade foi detido a 2 de novembro e também está na prisão de Estremera. Numa carta enviada esta sexta-feira, Rull alega que lhe foram colocadas grilhetas aquando da sua detenção. “Os primeiros momentos após a ordem de detenção foram brutais”, escreveu, citado pelo eldiário. O mesmo chegou a avançar que foi alvo de “escárnio” por parte dos funcionários prisionais.
Que outros nomes constam na lista do Junts per Catalunya
- Elsa Artadi, antiga diretora-geral da Coordenação Interdepartamental da Generalitat;
- Ferran Mascarell, ex-delegado da Generalitat em Madrid;
- Laura Borràs, diretora do Instituto de Letras Catalão;
- Aurora Madaula, historiadora;
- Francesc de Dalmases, diretor das revistas Catalan International View y ONGC;
- Eduard Pujol, director da rádio RAC1;
- Martí Anglada, jornalista;
- Héctor López Bofill, professor de direito constitucional;
- Joan Lluis Bozzo, ator e diretor de teatro;
- Gerard Esteva, presidente da União de Federações Desportivas da Catalunha e do Comité Olímpico Catalão;
- Oriol Amat, ex-deputado de Junts pel Sí;
- Lluís Font i Espinós, presidente do Conselho Escolar da Catalunha;
- Manel Puosa, sacerdote conhecido por pare Manel;
- Pilarin Bayès, cartoonista;
- Salvador Cardús sociólogo, jornalista e escritor;
- Victòria Molins, da Companhia de Santa Teresa de Jesus;
- Jaume Cabré, filólogo e escritor;
- Magda Oranich, advogada;
- Angel Castiñeira, professor;
- Joaquim Torra, advogado, editor e escritor;
- Marina Geli, ex-conselheira do Salut.
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