Centeno no Eurogrupo? É indiferente para PCP, BE e PEV
Os três partidos da maioria parlamentar concordam num ponto: a ida de Mário Centeno para o Eurogrupo é indiferente. O que interessa são as políticas da UE e essas não vão mudar, avisam.
Mário Centeno anunciou esta quinta-feira de manhã que se vai candidatar à presidência do Eurogrupo para tentar substituir o polémico Jeroen Dijsselbloem. À hora de almoço, o ministro das Finanças comunicou a decisão ao país e argumentou que os consensos internos são um trunfo para o Eurogrupo. Pouco tempo depois, os parceiros do Governo reagiram: a eleição é indiferente para PCP, BE e PEV que continuam a criticar as políticas seguidas pela União Europeia.
Os três partidos rejeitam que a possível eleição de Centeno para liderar o Eurogrupo — cuja votação acontece na próxima segunda-feira — resulte numa possível melhoria para Portugal. O PCP considerou que as políticas continuarão a ser definidas pelas principais potências. Já o BE e o PEV focaram-se na mesma ideia: a eleição do ministro das Finanças não vai beneficiar Portugal.
“[A eleição de Centeno] não é condição de nenhuma melhoria para o país. O problema não é quem preside o Eurogrupo, mas o Eurogrupo em si. É uma entidade informal que não tem legitimidade democrática e cujo papel tem sido impor austeridade em todos os países”, defendeu Catarina Martins esta quinta-feira, em declarações transmitidas pela RTP3. A líder do BE afirmou que “as regras do Eurogrupo são talvez das coisas menos explicadas em toda a União Europeia”.
Além disso, “o Bloco de Esquerda também não estranha a proximidade de Mário Centeno ao Eurogrupo porque nós sabemos que tem considerado muito importante cumprir as metas do Tratado Orçamental e mesmo ir além dessas metas, o que tem levado a problemas no investimento público em Portugal”, criticou a líder do Bloco de Esquerda, referindo que a “divergência” com o PS nesta matéria não é nova. Uma divergência igualmente vincada pelo PCP: “O PS ainda não compreendeu que para o país avançar mais é necessário enfrentar algumas das linhas políticas da UE”, criticou Ângelo Alves, em declarações transmitidas pela TVI24.
O dirigente do PCP afirmou que o partido “considera que a candidatura de Mário Centeno e a sua eventual designação para a presidência do Eurogrupo não altera nem cremos que irá alterar os critérios e as opções que têm presidido a política económica e monetária da UE“, das quais os comunistas são críticos. Apesar disso, Ângelo Alves admitiu que a eleição “não é de todo indiferente”. Mas o ministro das Finanças não será capaz de se impor às principais potências europeias: “A Alemanha tem sete vezes maior poder de decisão do que Portugal”.
Em comunicado, Os Verdes consideram que a candidatura do ministro das Finanças ao Eurogrupo “não representa, por si, um benefício para Portugal em particular, nem para a União Europeia em geral”. “Com efeito, não se vislumbra que Mário Centeno seja precursor das mudanças necessárias que se impõem na União Europeia e na Zona Euro, designadamente com a defesa de eliminação de constrangimentos diversos”, argumenta o PEV, alertando que não querem que esta candidatura “represente qualquer espécie de maior submissão de Portugal à UE”.
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