Indorama já fechou o negócio de compra da Artlant
A empresa tailandesa fechou o negócio de compra da empresa de químicos Artlant no final de outubro. O negócio inclui também ativos da Artelia Ambiente.
A compra da Artlant, a fábrica da área química instalada em Sines, e dos ativos da Artelia Ambiente pela Indorama foi fechada no final de novembro, tendo a tailandesa anunciado que estão concluídas todas as formalidades do negócio.
Numa nota emitida recentemente e publicada no ‘site’ do grupo, a Indorama indica que “concluiu todas as formalidades de encerramento” e que “tomou posse dos dois ativos em 29 de novembro”.
Em 9 de novembro, a Indorama anunciou que iria comprar até ao final do ano os ativos da Artlant, que foi declarada insolvente e que tem a Caixa Geral de Depósitos (CGD) como principal credora, um negócio que, segundo a imprensa, foi fechado por 28 milhões de euros, ou seja, três milhões acima do preço mínimo definido.
Na altura, a empresa tailandesa referiu que a compra da Artlant, cuja capacidade produtiva é de 700 mil toneladas por ano, inclui “todos os equipamentos, direitos de superfície e contratos de trabalho”, pelo que irá “acrescentar escala substancial e reforçar a liderança [da Indorama] na Europa”.
A Artlant é produtora de ácido tereftálico purificado, a matéria-prima utilizada para a produção de politereftalato de etileno (PET), componente base no fabrico de embalagens de plástico para uso alimentar (como garrafas para bebidas).
Além disso, a Indorama adquiriu também os ativos da fornecedora Artelia Ambiente, que tem uma capacidade de produção de 40.390 megawatts de eletricidade, vapor, água desmineralizada, tratamento de águas residuais e hidrogénio.
“A Artlant fortalece o nosso negócio ‘core’ [principal] do ácido tereftálico purificado e é uma parte do sucesso da nossa estratégia de integração vertical. Podemos aplicar a nossa escala e conhecimento operacional e tirar partido do custo das sinergias e captar a oportunidade para o crescimento e expansão futuros”, afirmou o presidente executivo da Indorama, aquando do anúncio do negócio.
Na altura, a CGD congratulou-se com o anúncio da aquisição dos ativos da Artlant “por um líder mundial da indústria petroquímica”.
Em comunicado, o banco público indicou que “nunca deixou de apoiar, durante os últimos anos em que a empresa passou por graves dificuldades, a continuação desta fábrica, bem como a manutenção de mais de uma centena de postos de trabalho diretos”.
No final de julho, a Artlant foi declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, dois anos depois de ter entrado em Processo Especial de Revitalização (PER), um mecanismo que facilita a negociação entre empresas endividadas com dificuldades económicas e os seus credores, para evitar que aquelas entrem em situação de insolvência.
De acordo com uma lista provisória de credores da Artlant, publicada no portal ‘Citius’ em outubro de 2014, a CGD tinha o maior valor de créditos reclamados, que somavam os 520.660.890,77 euros num montante global de 627.347.346,92 euros.
No final do ano passado, o jornal Público noticiou que a CGD se arriscava a perder mais de 900 milhões de euros devido às operações empresariais feitas entre 2006 e 2010 com o grupo espanhol do setor petroquímico La Seda Barcelona.
No entanto, no dia em que foi declarada a insolvência da Artlant, o presidente da CGD garantiu que o banco público tem completamente provisionado o seu crédito à fábrica, tendo Paulo Macedo dito que “a exposição à Artland é zero”.
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