Menos custos com dívida levam Semapa a lucrar mais

A Semapa lucrou mais em 2016 do que em 2015. A holding foi beneficiada pelos resultados ainda mais positivos da Navigator, mas o principal contributo foi o corte no custo da dívida.

A holding que controla a Navigator e a Secil aumentou os lucros em 2016. Segundo o comunicado da empresa sobre os resultados do ano passado, publicado no site da CMVM esta quarta-feira, a Semapa lucrou 114,9 milhões de euros. Este número traduz-se num aumento de 40,9% face a 2015, fruto do contributo do negócio do cimento, mas principalmente por causa de menores custos com a dívida.

“O aumento do EBITDA, a melhoria dos resultados financeiros e a comparação favorável dos impostos sobre lucros, mais que compensaram os efeitos do aumento de amortizações e provisões e da redução da participação na Navigator após julho de 2015”, explica a empresa. O ramo de papel e pasta continua a ser o que mais lucros dá: os lucros da Navigator Company, antiga Portucel, chegaram aos 217,5 milhões de euros. Mas a queda dos prejuízos nos cimentos e nos custos da dívida é que ajudaram a Semapa a superar os lucros de 81,1 milhões de euros de 2015.

O EBITDA, em 2016, aumentou cerca de 2,3% face ao ano anterior, atingindo os 489,1 milhões de euros. “O volume de negócios consolidado do Grupo Semapa, em 2016, foi de 2.074,6 milhões de euros, resultando num decréscimo de 2,7% face ao ano 2015”, revela o documento, explicando que as exportações e vendas no exterior ascenderam aos 1.606 milhões de euros.

A área dos cimentos continua a dar um contributo negativo para os resultados líquidos do grupo, mas esse foi menos negativo no ano passado, o que sinaliza uma melhoria do setor. Os prejuízos de 25,3 milhões de euros em 2015 passaram a 18 milhões de euros, refere a empresa liderada por Pedro Queiroz Pereira.

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CGD: Matos Correia admite bater com a porta

  • Rita Atalaia
  • 15 Fevereiro 2017

Matos Correia diz que entre hoje e amanhã vai refletir se tem condições para continuar à frente da comissão de inquérito. O presidente da mesa diz que tem dúvidas de que se esteja a "apurar a verdade"

José Matos Correia está a considerar abandonar a presidência da comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos. O deputado do PSD diz que “não é segredo para ninguém” que há divergências na forma como os trabalhos têm decorrido. E duvida que o “apuramento da verdade esteja a acontecer”. Por isso, entre hoje e amanhã Matos Correia vai avaliar se tem condições ou não para continuar à frente da comissão.

No final de uma reunião acesa, Matos Correia disse que vai avaliar se tem condições para continuar à frente dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD. “Não é segredo para ninguém que tenho divergências sobre a forma como os trabalhos da comissão têm decorrido. Entendo que os acontecimentos verificados nos últimos dias merecem uma reflexão“. O presidente da comissão tem dúvidas de que se esteja a apurar a verdade e “teme que os direitos das minorias não estejam a ser respeitados”.

E é por isso que “entre hoje e amanhã vou refletir se tenho condições para continuar à frente da comissão“, conclui Matos Correia. Isto numa audição onde devia ter sido ouvido Nogueira Leite, mas que foi adiada para a próxima terça-feira depois de a esquerda ter decidido travar a divulgação da correspondência que António Domingues enviou para a CPI, dizendo que os emails e SMS trocados entre o Ministério das Finanças e o presidente demissionário da CGD “estão fora do âmbito da comissão”.

Hoje foram também votados oficialmente estes requerimentos. E foram novamente chumbados. Uma votação feita em “protesto” por parte do CDS e do PSD, que consideram “ilegal” por falta de fundamentos da esquerda, para além do facto de estarem fora do objeto da comissão.

Isto numa reunião que teve de ser interrompida várias vezes por Matos Correia devido aos ânimos exaltados dos deputados, que levaram o presidente da comissão a dizer que não está disponível para “tornar a comissão parlamentar num recinto de feira”, acrescentando que as pessoas podem discordar mas “têm que manter o nível”.

Para além dos requerimentos que pedem os emails e as SMS do presidente demissionário da CGD, o PSD também apresentou um pedido para que estes requerimentos fossem analisados pela auditora jurídica, por ser alguém “imparcial”.

Os sociais-democratas apresentaram um “requerimento para que se confrontasse a senhora auditora jurídica da Assembleia de República com os requerimentos apresentados pelo PSD para ser uma entidade imparcial a analisar” se cabem ou não dentro a comissão e se “já houve nesta comissão perguntas feitas sobre estas questões”, disse Hugo Soares durante a comissão. Mas este pedido foi também chumbado pelo PS, PCP e BE.

(Notícia atualizada às 20h21 com mais detalhes)

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Marcelo diz que caso Centeno está encerrado

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2017

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que quando escreveu nota sobre Centeno no site da Presidência da República fê-lo conhecendo "todos os elementos fundamentais" do caso.

O Presidente da República disse hoje que quando escreveu na página Internet da Presidência sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o papel do ministro das Finanças fê-lo conhecendo “todos os elementos fundamentais” do caso.

“Para mim esta questão é uma questão encerrada. E quando fiz a nota, fiz a nota conhecedor de todos os elementos fundamentais, todos os que era possível conhecer na altura em que fiz a nota, todos os dados que eram essenciais para fazer aquela nota”, declarou hoje o chefe de Estado.

"Para mim esta questão é uma questão encerrada. E quando fiz a nota, fiz a nota conhecedor de todos os elementos fundamentais, todos os que era possível conhecer na altura em que fiz a nota, todos os dados que eram essenciais para fazer aquela nota”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Marcelo Rebelo de Sousa referia-se à nota que publicou na noite de segunda-feira e na qual referiu que aceitou a posição do primeiro-ministro de manter a confiança no ministro da Finanças, Mário Centeno, “atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”.

Em causa está a Caixa Geral de Depósitos e um entendimento ou não de Centeno com o ex-presidente do banco público, António Domingues, sobre uma eventual eliminação da obrigatoriedade da entrega das declarações de rendimentos e património dos gestores junto do Tribunal Constitucional (TC).

Hoje, à entrada para a apresentação de um livro, em Lisboa, Marcelo foi questionado sobre se conhecia o teor dos SMS [mensagens de telemóvel] trocadas entre Centeno e Domingues, e cujo acesso à comissão parlamentar de inquérito foi negado pela esquerda parlamentar.

O Presidente remeteu a sua posição para a nota publicada na segunda-feira, mas sublinhou que, na altura, era conhecedor de “todos os elementos fundamentais” sobre o caso.

“Está lá tudo exatamente o que penso sobre a matéria”, insistiu, referindo-se ao texto publicado na página Internet da Presidência.

Sobre uma eventual extrapolação dos poderes presidenciais ao abordar o papel do ministro das Finanças no atual Governo, o chefe de Estado replicou: “O Presidente não é comentador, é Presidente. Os comentadores, comentam”.

Os jornais Público e o Diário de Notícias avançaram na sua edição de hoje que Marcelo Rebelo de Sousa teria tido conhecimento dos SMS trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente da CGD.

As comunicações entre Centeno e Domingues têm motivado, politicamente, acesa disputa no parlamento, com PSD e CDS-PP a tecerem críticas à esquerda sobre a não admissibilidade destas na comissão de inquérito, e com PS, BE e PCP a sustentarem que o seu teor extravasa o objeto dos trabalhos parlamentares.

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Vigilância por défice excessivo nunca resolveu problemas a Portugal

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2017

Teodora Cardoso,a presidente do Conselho de Finanças Públicas, diz que "temos uma história que não abona muito a favor do quadro orçamental que se definiu desde início da moeda única".

A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, disse hoje que Portugal nunca resolveu os seus problemas por estar sob o Procedimento por Défice Excessivo (PDE) da Comissão Europeia, no qual o país se encontra desde 2009.

Gostava que nos recordássemos o que foi a década de 2000 em Portugal. Portugal entrou no PDE em 2002, saiu em 2004, reentrou em 2005, saiu em 2008, reentrou em 2009 e ainda lá está. Ou seja, o PDE não resolveu problema nenhum, se resolvesse problemas substanciais de política orçamental numa base mais sustentável isto não tinha acontecido”, disse hoje Teodora Cardoso num debate organizado em Lisboa pela Comissão Europeia para discutir as suas recomendações quanto à orientação da política orçamental dos países que partilham o euro.

Também o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos, dos governos de José Sócrates, concordou com esta visão, considerando que para isto contribui a forma como Bruxelas desenha e aplica as políticas orçamentais.

De PDE em PDE até à situação atual, temos uma história que não abona muito a favor do quadro orçamental que se definiu desde início da moeda única”, afirmou o atual presidente do Banco BIC, considerando ainda que a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento em 2005 nem assegurou estabilidade nem ajudou países a ultrapassarem a crise das dívidas soberanas que se seguiria alguns anos mais tarde.

E mais recentemente, disse, a legislação de coordenação orçamental (‘Six Pack’ e ‘Two Pack’) ao apertar as regras orçamentais “fez com que a política orçamental não ajudasse área do euro a recuperar a economia”.

Teixeira dos Santos comparou o que se passa na Zona Euro com os Estados unidos, onde a economia recuperou bem mais cedo, mas lembrou que também do outro lado do atlântico a política monetária e as medidas tomadas para o setor financeiro são diferentes, o que tem impacto nessa recuperação.

A Comissão Europeia divulgou esta semana que Portugal deverá ter fechado 2016 com um défice orçamental de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, ajudado por receitas extraordinárias.

Sem as medidas extraordinárias, o défice orçamental português “ficaria nos 2,6% do PIB”, afirma a Comissão Europeia.

Confirmando-se esta estimativa de Bruxelas, o que só se saberá em maio, Portugal terá ficado abaixo da meta de um défice de 2,5% em 2016, exigida pela Comissão Europeia no verão passado, aquando do encerramento do processo de sanções.

Bruxelas deverá decidir dentro de alguns meses a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE).

Anton Mangov, da direção-geral de assuntos económicos e financeiros da Comissão Europeia, que esteve hoje nesta conferência, disse que os países pensam que “está tudo bem” quando têm défice abaixo de 3%, mas que no braço preventivo os países também têm obrigações de consolidação orçamental a cumprir.

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Depois de Jamie Oliver, vem aí um chef australiano

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

O chef australiano Justin Jennings abre esta quinta-feira o restaurante DownUnder, que promete apresentar aos portugueses a gastronomia australiana. Uma fusão dos sabores da terra com os do mar.

A Austrália fica no hemisfério sul, daí ser conhecida por “DownUnder” (qualquer coisa como “lá bem em baixo”). É também esse o nome do restaurante do chef Justin Jennings, que vai abrir esta quinta-feira em São Bento, Lisboa. Promete apresentar aos portugueses a gastronomia típica australiana e a cozinha de fusão, que vai misturar com ingredientes portugueses e de outras partes do mundo. Isto para, no fim, “realçar as influências multiculturais que são a base da cozinha australiana, através dos produtos locais mais frescos e de alguns exclusivos da Austrália, como o canguru”, conta o chef ao ECO.

“Temos três pratos diferentes de canguru. É um animal que não se encontra em mais lado nenhum além da Austrália. Por isso, temos mesmo de mandar vir a carne de lá. Não pode ser reproduzida noutro sítio. E uma dessas três receitas, a par com o prato de crocodilo e o carpaccio de salmão, são bem capazes de ser os meus preferidos. Ah, e a pavlova, que sou muito bom a fazer”, diz Jennings.

Aos 34 anos, 15 anos de experiência como chef, só agora chegou oficialmente a Portugal. Oficialmente, porque já cá esteve em agosto do ano passado, para a 8ª edição do festival Wine in Azores, ao lado de outros chefs mais conhecidos do público português, como Henrique Sá Pessoa, António Loureiro ou Hélio Loureiro. Recorda a experiência como “maravilhosa, em especial poder experimentar cozinhar nas furnas”, e desfaz-se em elogios às paisagens.

"Temos três pratos diferentes de canguru. É um animal que não se encontra em mais lado nenhum além da Austrália.”

Justin Jennings

Chef do restaurante DownUnder

Mas não foram só as açorianas a conquistá-lo: “Cresci numa pequena vila piscatória nos arredores de Sidney, e o ambiente e a paisagem lá são surpreendentemente parecidos com os de Lisboa. Estar aqui lembra-me a minha casa. É um sítio muito agradável”, explica. Por isso, decidiu tornar-se o primeiro chef australiano a apostar no mercado português, que não conhece ainda o suficiente da cozinha típica do país. Quer apresentar aos portugueses os sabores exóticos e a gastronomia de fusão australiana, que tem vindo a tentar reinventar ao longo da carreira, e que espera que ganhe fama em Portugal, além daquela que já tem através do MasterChef.

Quando digo às pessoas que sou chef, e que sou australiano, perguntam-me sempre pelo MasterChef. Acho que se tornou uma ótima forma de fazer chegar a cozinha australiana a outros pontos do mundo, pelo que não é completamente desconhecida cá. Mas espero que os portugueses passem a conhecê-la um pouco melhor”, sublinha.

[A cozinha australiana] não é completamente desconhecida cá. Mas espero que os portugueses passem a conhecê-la um pouco melhor.

Justin Jennings

Chef do restaurante DownUnder

A aberta do povo português às culturas e influências do exterior afigura-se-lhe promissora: “Lisboa é uma cidade multicultural, os portugueses são muito abertos a pessoas de outros lugares e todos falam inglês connosco“, garante. Além disso, a proximidade ao mar e aos produtos frescos que ele tem para oferecer, também o seduziram. “Aqui tenho a possibilidade de ter acesso a produtos frescos, a imensos sabores diferentes e a sítios lindíssimos. São várias peças do puzzle que me fez aceitar vir para cá”, conta.

Vai abrir o seu primeiro restaurante em solo português, o DownUnder, esta quinta-feira. Da equipa com que trabalha lá, fazem parte oito pessoas, a maioria australianas. Mas a sub-chefe, Natalie, é suíça — mais um sinal da multiculturalidade que está tão enraizada na ideia do negócio. Para já, não pensa abrir noutros espaços, mas não exclui isso por completo no futuro, caso o lucro dê para isso. “O Porto e os Açores seriam opções a pensar, sem dúvida“, revela ao ECO.

"Cada vez mais se está a prestar atenção, lá fora, aos sabores e à cultura portuguesa. Tem muito por onde explorar.”

Justin Jennings

Chef do restaurante DownUnder

O certo é que Jennings é apenas o mais recente de uma leva de chefs estrangeiros que apostam no mercado português. Jamie Oliver, o famoso chef britânico, também está a preparar a abertura de um espaço em Lisboa. E a lista continuaria se fôssemos recolher os nomes de todos os chefs que viram no mercado português uma oportunidade.

O que fará de Lisboa uma cidade tão atrativa para quem vem de fora? “É uma cidade muito mais barata em comparação com outras cidades europeias. É acessível, tanto a nível de preços, como de pessoas. E a proximidade ao mar e aos produtos frescos também é um pró, sem dúvida“, defende Jennings. Também não tem dúvidas de que, com o tempo, Portugal conquiste ainda mais atenções: “Cada vez mais se está a prestar atenção, lá fora, aos sabores e à cultura portuguesa. Tem muito por onde explorar, por isso vai continuar a chamar as atenções”.

Justin Jennings já foi chef executivo na cadeia de hotelaria Rydges Hotel e no restaurante The Famous Whalebone Wharf, este último galardoado já por oito vezes como o melhor restaurante de peixes e mariscos. Atualmente, a par com o DownUnder, vai continuar a liderar o projeto de catering ao domícilio “Private Chef by Justin Jennings”, disponível para particulares e empresas, onde tem tido a possibilidade de contactar de perto com os portugueses e com as suas preferências.

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Além dos carros, a Brisa vai acelerar startups

  • ECO
  • 15 Fevereiro 2017

A Brisa desafiou os alunos do The Lisbon MBA e do Instituto Superior Técnico a sugerirem ideias para startups que aumentem a utilização da Via Verde.

O Lisbon Entrepreneurship Club, a Associação de Empreendedorismo do The Lisbon MBA, vai apresentar o LECathon, um programa de aceleração que pretende dar resposta ao desafio que a Brisa apresentou aos alunos: criação de startups que potenciam a utilização da Via Verde.

O objetivo é dar-lhes meios para desenvolverem as ideias com que surjam para promoverem nos condutores uma maior adesão ao sistema de circulação rodoviária. O projeto vai começar com um Hackathon — uma maratona de programação onde se discutem novas ideias e projetos a desenvolver — a 18 e 19 de fevereiro, na Universidade Nova de Lisboa. O evento vai reunir alunos atuais e antigos do The Lisbon MBA — uma parceria que engloba alunos da Nova e da Universidade Católica — e do Instituto Superior Técnico (IST), outro dos membros da iniciativa.

O LECathon vai incluir três componentes principais: a primeira será o hackathon, onde as equipas vão passar dois dias a desenvolver as suas ideias e protótipos, com o apoio dos mentores Tim Vieira (SharkTank) e Stewart Noakes (TechHub), entre vários empreendedores. No final, apresentarão as suas ideias a um júri composto por elementos da Brisa, do The Lisbon MBA e do Técnico.

Ao juntar os alunos das diversas escolas, o programa pretende reunir jovens empreendedores com competências de negócio e técnicas para ajudarem a Brisa a inovar na área de mobilidade, através da criação de novas startups.

Para Jaime Parodi, um dos responsáveis do Clube de Empreendedorismo do The Lisbon MBA, embora seja “divertido” começar um negócio do zero, também pode ser “extremamente difícil”: “E, por vezes, é de dar em doido. Mas também o é qualquer outra coisa que ofereça o mesmo nível de entusiasmo e realização pessoal”, disse ao ECO.

Por isso, ele e a restante organização acreditam que a componente das relações internacionais inerente ao The Lisbon MBA oferece a possibilidade da criação de uma “comunidade forte, não só a nível de empreendedores bem-sucedidos como também de outros profissionais que tenham sido bem-sucedidos no mundo dos negócios”.

“E, através de iniciativas como esta, todos podem fazer contactos entre si, criar algo juntos. Neste caso particular, damos um passo em frente para oferecermos aos alunos atuais e aos alumni da Nova e da Católica a possibilidade de trabalharem e terem como mentores o seu primeiro cliente do projeto, a própria Brisa”, disse Parodi.

A Brisa, por seu lado, definiu o projeto como uma prioridade. “A inovação e o empreendedorismo estão no topo da agenda da Brisa, com um forte enfoque nas aplicações das tecnologias de informação e digitais ao setor da mobilidade“. Segundo o diretor de comunicação da empresa, Franco Caruso, “o LECathon é uma iniciativa de incubação e de aceleração de ideias e de novos negócios. A nossa experiência de parceria com o The Lisbon MBA e o IST vem reforçar as nossas expectativas em relação ao LECathon”.

As equipas vencedoras desta primeira fase do LECayhon vão depois ter entre oito a dez semanas para “acelerarem” os seus produtos, contando com a Brisa como seu parceiro de desenvolvimento e primeiro cliente. No final deste programa, a empresa irá vai escolher um vencedor que ganhará uma semana numa Incubadora Europeia de renome. O objetivo é que a equipa vencedora possa desenvolver o seu protótipo e preparar o lançamento do seu produto e serviço.

(Notícia atualizada com declarações da Brisa)

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Juros altos, juros negativos. Como assim?

Investidores pagam a Portugal para absorver dívida de curto prazo. Mas cobram mais ao país para deter dívida de longo prazo. Porquê? Analistas estranham comportamento do mercado, mas lançam palpites.

Por que é que Portugal vê os custos de financiamento de curto prazo cair para mínimos históricos em terreno negativo, como aconteceu no leilão desta quarta-feira, quando as taxas a longo prazo disparam? Os analistas não disfarçam algum desconforto quando tentam responder a esta pergunta. Mas lançam palpites. Com a taxa de depósitos do Banco Central Europeu (BCE) nos -0,4%, compensa aos bancos apostar em títulos com maturidades muito curtas mesmo que a taxas negativas. Além disso, os bilhetes de Tesouro da Zona Euro beneficiam de uma perceção de risco do mercado que as obrigações não têm: não sofreram com o perdão grego.

O IGCP levantou hoje 1.250 milhões de euros em dívida a três e 11 meses. E pagou os juros mais negativos de sempre. Isto é, os investidores não se importaram de pagar para absorver estes títulos portugueses de muito curto prazo. Ainda assim, há uma semana, o resultado do leilão de obrigações a sete anos cifrou-se numa subida dos custos de financiamento em oito meses para o dobro. Em janeiro, a emissão sindicada resultou também num agravamento acentuado dos custos de financiamento da República. Em ambas as operações, os investidores cobraram mais a Portugal para comprar a nossa dívida.

“É um tema difícil de entender”, admite Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa. “Explica-se, essencialmente, pela falta de alternativas de investimento. Investir no curto prazo pode ser uma escolha dos investidores não para ganhar, mas para perder menos. Para os bancos, depositar dinheiro no BCE custa-lhes 0,4% negativos. Ter a dívida em bilhetes do Tesouro a três meses custa 0,2% negativos“, explica.

Taxa na dívida a 11 menos em mínimos abaixo de zero

Fonte: IGCP

Desde junho de 2014 que a autoridade monetária tem a taxa de depósitos das instituições nos cofres do banco central em valores negativos, com o objetivo de estimular os bancos a concederem mais crédito à economia. A medida faz parte de um plano mais amplo do BCE para fazer descolar a atividade económica na Zona Euro, fortemente castigada com a crise financeira.

Deste plano faz ainda parte o agressivo programa de compra de ativos no setor público, através do qual a instituição liderada por Mario Draghi adquire dívida dos governos diretamente aos investidores, contribuindo para um ambiente de baixos juros da dívida. Só que há regras no programa que restringem o alcance da bazuca. E por causa disso o BCE está a ficar sem obrigações portuguesas para comprar, situação que está a provocar alguma turbulência no mercado obrigacionista português e levou yield da dívida a dez anos a escalar para cima de 4%. Isto explica em parte a subida dos custos de financiamento no longo prazo. Há mais razões.

O perdão grego

David Schnautz, estratego do Commerzbank, sublinha que a decisão do BCE de alargar as compras para obrigações com um período de maturidade entre um e dois anos também ajuda a contextualizar um pouco esta divergência “notável” nos custos de financiamento de curto prazo face ao financiamento longo prazo. Acrescenta, ainda assim, outro fator que perdura na mente dos investidores quando surge a decisão de investir em obrigações: a reestruturação da dívida grega.

“Comparando a situação dos bilhetes com a situação nas obrigações… foi especialmente complicado para a dívida mais frágil sobretudo depois da reestruturação das obrigações gregas, algo que não aconteceu com os bilhetes gregos, confirmando que estes instrumentos comportam um risco de crédito diferente”, considera este especialista.

Taxa na dívida a sete anos duplica

Fonte: IGCP

Quaisquer que sejam as justificações que ajudam a explicar a baixa nos custos de curto prazo, mais fácil se torna apontar causas para o facto de cada ida ao mercado de obrigações (longo prazo) estar a ser cada vez mais penoso para Portugal.

Em janeiro, o BCE comprou menos dívida portuguesa, um travão a fundo que sinaliza a menor a margem da intervenção autoridade monetária no mercado obrigacionista português que tem ajudado a proteger Portugal dos humores dos investidores.

E isto acontece numa altura em que a taxa de inflação na Zona Euro começa a dar argumentos para um aperto na política monetária, seja por via do fim dos estímulos monetários menos convencionais (programa de compra de dívida), seja por via da taxa de juro diretora, cuja subida virá provocar uma reavaliação dos ativos na região — tal como já está a acontecer nos EUA.

"Temos plena consciência dos constrangimentos existentes e que é necessário garantir o financiamento da economia portuguesa. Temos de acautelar todos os mecanismos que permitam que esse financiamento se concretize.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Por outro lado, além dos fatores externos, Portugal não tem dado descanso aos investidores. Sobretudo porque o sistema bancário continua a ser um fator de incerteza, conforme já explicitaram por várias vezes as agências de rating. Há sobretudo o receio de que os dossiês Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco venham a penalizar as contas públicas.

Na frente económica, os últimos dias até poderão ter significado um balão de oxigénio. A economia cresceu mais do que o esperado, segundo revelou o INE esta terça-feira. E já esta quarta-feira Mário Centeno, ministro das Finanças, assegurou que o défice orçamental português terá ficado num nível não superior a 2,1%, bem abaixo da meta da Comissão Europeia. Tudo para mercado ver.

“Temos plena consciência dos constrangimentos existentes e que é necessário garantir o financiamento da economia portuguesa. Temos de acautelar todos os mecanismos que permitam que esse financiamento se concretize”, explicou Centeno. E frisou ainda: “Temos o grande desafio que é a melhoria das condições desse financiamento”.

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Mercado tira, mercado dá

O mercado pagou a Portugal para absorver dívida portuguesa, no dia em que Centeno assegura que o défice não ia superar os 2,1%. A meta satisfaz Bruxelas e os investidores.

Foi um dia de boas notícias em Portugal. De manhã, nos dois leilões de dívida, o Tesouro português registou as taxas mais negativas de sempre para pedir emprestado 1.250 milhões de euros em bilhetes de curto prazo, contrariando a tendência de agravamento das últimas operações de financiamento. Pouco tempo depois, o ministro das Finanças assegurava no Parlamento que o défice não ia ficar além dos 2,1%.

Foi neste cenário que a bolsa portuguesa fechou com ganhos de 0,5%. Ajudaram neste desempenho a EDP e EDP Renováveis, que avançaram mais de 1%, num dia sem combustível da Galp Energia.

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Ano de recordes nos aeroportos acelera solução do Montijo

Ao todo, passaram 44.477 milhões de passageiros pelos aeroportos nacionais no ano passado, um aumento de 14,2% face a 2015. Só em Lisboa, foram 22,4 milhões de passageiros.

Os aeroportos portugueses movimentaram mais de 44 milhões de passageiros ao longo do ano passado, dos quais metade apenas no aeroporto de Lisboa. Em ano de recordes de turismo, este é também o maior crescimento de sempre nos aeroportos portugueses. Para fazer face a estes números e apoiar o crescimento de tráfego, o Governo e a ANA — a empresa que gere os aeroportos portugueses — assinaram, esta quarta-feira, um memorando de entendimento para acelerar a solução do Montijo como extensão da Portela.

Ao todo, passaram 44.477 milhões de passageiros pelos aeroportos nacionais no ano passado, um aumento de 14,2% face a 2015. Só em Lisboa, foram 22,4 milhões de passageiros, mais 11,7% do que em 2015. Todos os aeroportos viram o tráfego de passageiros subir, tendo sido em Faro que se registou o maior crescimento, de 18,5%, para um total de 7,6 milhões de passageiros.

A justificar o crescimento, aponta a ANA em comunicado enviado às redações, estão fatores como as campanhas externas, que permitiram a “atração de novas companhias aéreas, novas rotas e chegar a mais destinos”. A ANA refere ainda que investiu 69,2 milhões de euros na melhoria das infraestruturas aeroportuárias nacionais e que, este ano, o investimento vai chegar aos 71,1 milhões de euros.

Feitas as contas, desde que a ANA foi privatizada e a sua concessão entregue à Vinci, em 2013, o aeroporto de Lisboa cresceu em 7,2 milhões de passageiros. Um número que já justifica acelerar o processo de expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa.

“De acordo com o contrato de concessão, a ANA sugeriu uma alternativa para desenvolver a capacidade do aeroporto de Lisboa. O processo de pedido e atribuição de slots em Lisboa aponta para a continuação de forte crescimento em 2017, confirmando a urgência no desenvolvimento de medidas para expandir esta capacidade aeroportuária”, detalha a ANA.

“Consequentemente, foi hoje assinado o memorando de entendimento entre o Governo e a ANA que estabelece uma solução integrada que inclui um novo Plano Diretor para o aeroporto Humberto Delgado poder atingir a sua capacidade máxima e permitir a sua competitividade enquanto hub internacional e a utilização para voos civis da Base Aérea do Montijo como capacidade complementar”.

Este acordo implica que o Montijo continue a ser utilizado como base militar, tendo ainda de ser feita a análise dos impactos ambientais e a verificação das acessibilidades à base aérea.

“Vários estudos já foram realizados e todos eles, incluindo os estudos técnicos encomendados pela ANA ou NAV, concluíram pelas vantagens do Montijo em relação às opções alternativas. Um grupo de trabalho estabelecido pelo Governo concluiu também a favor da validade e capacidade desta solução em termos de navegação aérea civil”, salienta o comunicado.

Juntos, o Aeroporto Humberto Delgado e o aeroporto complementar no Montijo vão permitir movimentar 72 aviões por hora e transportar 50 milhões de passageiros por ano, duplicando a capacidade atual de transporte aéreo da região de Lisboa.

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Nove respostas para aterrar no aeroporto do Montijo

  • Marta Santos Silva
  • 15 Fevereiro 2017

Nove perguntas e respostas para ficar a saber tudo sobre o novo aeroporto complementar do Montijo, desde os motivos da escolha até à forma como vai ser financiado o projeto.

Afinal, o que vai acontecer no Montijo? Num documento de perguntas e respostas, o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas tira tudo a limpo, e o ECO resume e complementa.

O aeroporto vai definitivamente para o Montijo?

Embora a decisão pareça estar totalmente tomada, ainda faltam alguns passos até se poder dizer com 100% de certeza que o aeroporto complementar vai mesmo ser construído na base aérea do Montijo. O memorando de entendimento a ser assinado hoje entre o Governo e a ANA — Aeroportos de Portugal é um compromisso de “estudar aprofundadamente” a hipótese do Montijo, após já terem sido avaliadas outras opções. A ANA deve agora apresentar uma proposta de solução “no prazo de seis meses”.

Que estudos são necessários?

A decisão definitiva está dependente de relatórios de impacto ambiental de acordo com as leis europeias, apesar de os impactos estarem em parte limitados por já ser uma zona com uma base aérea em funcionamento. Além disto, o Montijo é uma zona de migração de aves, um percurso que pode dificultar ou impedir o trajeto seguro dos aviões. Só quando o estudo do impacto desses fluxos migratórios estiver terminado, o que não será antes do final do ano para poder incluir “um ciclo completo de migrações”, é que poderá ser dado o “sim” final.

E depois, quando começa a construção?

O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, disse à Rádio Renascença que as obras poderão avançar já partir de 2018, afirmando que o Governo tem intenções de acelerar o calendário.

Qual é a necessidade de um aeroporto complementar?

Nas perguntas e respostas, o Governo explica: a taxa de crescimento anual no número de passageiros que utilizam o Aeroporto Humberto Delgado, antigo Aeroporto da Portela tem aumentado 12% por ano, em média, nos últimos quatro anos, o que, entre outros sinais, aponta “para o esgotamento da sua capacidade a curto prazo”.

Porquê o Montijo?

Foram estudadas hipóteses como as bases militares de Sintra e de Alverca, após ter sido posta de parte a hipótese de construir um novo aeroporto de raiz, pelo grande investimento financeiro e de tempo que requereria. No final, o Governo dá sete razões que fazem do Montijo a melhor opção:

  1. A sua localização faz com que possa ser utilizado sem haver interferência com a utilização do Aeroporto Humberto Delgado.
  2. A capacidade atual do aeroporto poderá ser duplicada, passando a haver margem para movimentar 50 milhões de passageiros por ano em Lisboa.
  3. A utilização civil não impede que a base continue a ser usada para fins militares.
  4. Os custos são “mais reduzidos”.
  5. A execução do projeto é “bastante mais rápida”, com uma previsão de que poderá estar operacional em 2021.
  6. A base existe há já várias décadas.
  7. O Montijo tem boa acessibilidade a Lisboa.

Que companhias aéreas vão passar para o Montijo?

A concessionária, a ANA – Aeroportos, vai decidir isso com as próprias companhias. A TAP, por exemplo, já disse que está fora de questão mover parte da sua operação para o Montijo, por ser a única companhia que opera no Aeroporto Humberto Delgado no esquema de ‘hub’, ou seja, como plataforma de transferência de passageiros entre voos. É provável que sejam companhias low cost a escolher deslocar a sua operação para o Montijo, mas a decisão “será sempre de cada companhia, tendo em conta o modelo de negócio”, disse o presidente da RENA, Paulo Geisler. Além disso, as taxas aeroportuárias vão ser mais baixas no aeroporto complementar, o que pode ser atrativo para as low cost.

E os voos de longo curso?

Os voos de longo curso deverão, em princípio, ficar no Aeroporto Humberto Delgado. Isto porque a pista principal do Montijo tem uma capacidade mais limitada, podendo apenas receber aviões de maior porte “em situações de contingência ou indisponibilidade temporária do aeroporto principal”. O Governo ressalva que se houver indicação para tal nos estudos detalhados de segurança, a pista mais comprida poderá ser reabilitada.

Como se vai fazer a ligação entre os dois aeroportos?

Há várias hipóteses a serem estudadas. É possível que seja criada uma ferrovia ligeira sobre a Ponte Vasco da Gama, lê-se no documento do Governo, mas a prioridade seria uma ligação fluvial, “rápida e direta do terminal já existente no Montijo a um terminal em Lisboa com acesso ao Metro”, além dos acessos rodoviários que já existem.

Quanto vai custar e como se vai pagar?

O custo do projeto e o modelo de financiamento proposto devem vir na proposta que a concessionária apresentar. Mas no documento, o Governo dá pistas: “Deverá ser (…) um projeto de custo muito controlado, tendo em conta que se trata da adaptação de uma infraestrutura já em funcionamento”. E quanto ao financiamento? “A estimativa e pressuposto base da solução é de que o investimento seja realizado pela concessionária, verificando-se a sua recuperação através das receitas aeroportuárias“.

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EDP compensa falta de combustível da Galp, Lisboa avança

Pelo segundo dia seguido, bolsa nacional avançou com a energia do grupo EDP. Faltou combustível à Galp depois da nota de investimento da Haitong prever desvalorização do título.

A bolsa de Lisboa aproveitou novamente a boleia do grupo EDP para fechar em alta pela segunda sessão consecutiva. Foi um dia positivo tanto no PSI-20, com 12 cotadas no verde, como também na generalidade das praças europeias.

O principal índice português somou 0,52% para 4.629,58 pontos, aproveitando o bom desempenho da EDP (valorizou 1,14%) e da EDP Renováveis (subiu 1,21%). Mas a melhor performance pertenceu à Altri, cujas ações dispararam 4,63% para 4,30 euros, o valor mais elevado do último ano.

Único banco presente no PSI-20, o BCP também marcou a sessão pela positiva. As ações do banco liderado por Nuno Amado avançaram 2,34% para 0,1485 euros, uma cotação que avalia a instituição em 2.244 milhões de euros.

A travar ganhos esteve Jerónimo Martins (-0,99%) e a Galp. Os títulos da petrolífera caíram 0,83% para 13,69 euros. A Haitong reviu esta quarta-feira em alta o preço alvo para a Galp, mas continua a antecipar uma queda do títulos. Na nota de investimento, frisou que o balanço sólido deixa a petrolífera em boa posição para aquisições no Brasil. Mas, apesar da melhoria dos resultados nos próximos anos, a política de dividendos não deverá registar grandes alterações.

Galp sem energia

Na Europa, foi o setor financeiro quem deu o mote para os investidores assumirem maior apetite pelo risco. Madrid, Paris, Frankfurt e Londres apresentaram ganhos entre 0,2% e 0,8%, com as ações dos bancos a atingirem máximos de três semanas. Em destaque, o Crédit Agricole acelerou mais de 5%, a melhor sessão desde novembro do ano passado, depois de ter apresentado resultados acima do esperado pelos analistas.

“O Crédit Agricole continua a ser uma dos nossos preferidos em França. Contudo, estamos cientes das incertezas políticas que podem pesar no desempenho do setor financeiro francês”, referiram os analistas da Jefferies.

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Bancos espanhóis vão ter de devolver a totalidade dos juros

  • Lusa
  • 15 Fevereiro 2017

O Tribunal Supremo espanhol modificou a decisão anterior e afirmou que os bancos vão ter de devolver a totalidade dos juros que foram cobrados através das clausulas "suelo".

O Tribunal Supremo espanhol decidiu hoje que os juros cobrados indevidamente pela banca em contratos hipotecários antes de maio de 2013 devem ser devolvidos aos clientes das instituições financeiras. O Tribunal modifica a sua decisão anterior e alinha a sua posição com a doutrina estabelecida pelo Tribunal de Justiça da União Europeia de aplicação com efeitos retroativos àquelas data.

Os bancos espanhóis estão a devolver milhares de milhões de euros que foram cobrados “abusivamente” através das cláusulas “suelo” inseridas nos contratos celebrados de mútuo hipotecário. As cláusulas em questão previam que, mesmo que a taxa de juro fosse inferior a um determinado limiar (ou ‘suelo’) definido no contrato, o consumidor devia continuar a pagar juros mínimos equivalentes a esse limiar, sem poder beneficiar de uma taxa inferior.

O Governo espanhol já tinha aprovado em 20 de janeiro último uma lei para assegurar que os juros cobrados indevidamente nesses contratos hipotecários fossem devolvidos num prazo máximo de três meses através de um mecanismo extrajudicial. O procedimento será obrigatório para a entidade financeira sempre que seja solicitado pelo cliente. O setor bancário espanhol já criou provisões a contar que estas devoluções sejam feitas durante o corrente ano.

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