Bial e Estado assinam contrato de 37 milhões

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2017

A farmacêutica portuguesa Bial e o Estado português assinam, na Trofa, Porto, um contrato de investimento no valor de 37,4 milhões para investigação científica.

A farmacêutica portuguesa Bial e o Estado português assinam hoje, na Trofa, Porto, um contrato de investimento no valor de 37,4 milhões para investigação científica nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular, informou a Bial.

O contrato de investimento da Bial com o Estado estende-se até 2018 e vem na sequência do Governo ter aprovado benefícios fiscais para investimentos industriais aprovados em Conselho de Ministros em dezembro passado.

A recepção está marcada para as 10:15 de hoje, com uma visita ao Centro de investigação e desenvolvimento da Trofa marcada para arrancar pelas 10:30, e conta com a presença do primeiro-ministro, António Costa, disse à agência Lusa fonte da farmacêutica portuguesa.

“Os investimentos agora contratados destinam-se a incrementar a investigação e desenvolvimento da empresa nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular”, lê-se num comunicado enviado à Lusa.

No centro de I&D da Trofa estão cerca de 100 investigadores de nove nacionalidades a estudar e investigar novas soluções de tratamento naquelas duas áreas.

A farmacêutica Bial desenvolve uma atividade de investigação, tendo sintetizado 12 mil moléculas nos últimos 25 anos e patenteado mais de 1300 marcas. A Bial detém os únicos medicamentos desenvolvidos em Portugal e estão em comercialização em dezenas de países.

O primeiro medicamento da empresa, um antiepilético – Zebinix –, está hoje aprovado em 43 países, e é já comercializado em diversos países europeus e nos EUA.

O segundo medicamento de investigação da Bial, para o tratamento da Doença de Parkinson – Ongentys –, está à venda no Reino Unido e na Alemanha, estimando-se que seja introduzido nos restantes países europeus ao longo deste ano, informa a empresa.

A cerimónia da assinatura do contrato de investimento entre a Bial e a entidade empresarial do Estado Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), surge no âmbito do sistema de incentivos à investigação e desenvolvimento do PT 2020 – fundos comunitários destinados a Portugal até 2020 – e conta com as intervenções do primeiro-ministro e do diretor executivo da Bial.

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Catarina Martins: BE está aberto a apoios a empresas fora da TSU

  • ECO
  • 23 Janeiro 2017

Catarina Martins afirma que o Bloco não tenciona deitar abaixo o acordo da concertação social para o salário mínimo. E continua a defender a renegociação unilateral da dívida: "Não há outra forma".

Catarina Martins não fecha a porta a outros apoios a empresas que tenham trabalhadores abrangidos pela descida TSU prevista no acordo de concertação social. “Não estamos a fazer tiro a nenhum acordo”, afirmou em entrevista ao Público, sublinhando que, no Parlamento, só vão “fazer apreciação parlamentar da redução da TSU”.

A líder do Bloco de Esquerda afirmou que o partido está aberto a várias propostas, sejam direcionadas para as pequenas empresas, como a redução do Pagamento Especial por Conta, já proposto também pelo PCP, sejam de um âmbito mais geral, como uma redução dos preços da energia para todos, incluindo pequenas e grandes empresas. Se no Parlamento o Bloco apenas votará contra o desconto na TSU, para Catarina Martins, é claro: “Não estamos a criar nenhuma dificuldade ao Governo que não deva ser criada”.

Para o BE, o desconto na TSU previsto para servir de incentivo às empresas no momento da subida do salário mínimo promove a contratação de trabalhadores com baixos salários, mesmo que a medida não se aplique a novos contratos. “Já sabiam que, se tivessem salários abaixo do aumento previsível do salário mínimo, teriam desconto. Estamos a premiar”, afirma.

Outras alternativas também são a escolha do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que em entrevista à SIC este domingo defendeu a descida da TSU, mas também vê outras hipóteses em caso de chumbo, quase certo, no Parlamento. Esta segunda-feira, recomeçam os encontros do Presidente com os parceiros sociais.

Renegociação unilateral: “Não há outra forma”

Catarina Martins vê uma renegociação unilateral da dívida portuguesa como o único caminho, embora afirme que, havendo outra alternativa, o Bloco de Esquerda a consideraria preferível. No entanto, vendo com pessimismo a perspetiva de que a iniciativa da restruturação venha do exterior, prevê que, embora fosse “bom que houvesse uma solução europeia”, Portugal não deve ficar à espera.

“Não se fazem estas coisas de ânimo leve nem de um dia para o outro”, explicou ao Público, e o Governo deve começar a fazer um trabalho de preparação, e esperar que, depois as eleições alemãs, a questão surja por parte das autoridades europeias pode ter maus resultados: “Podemos ficar em maus lençóis”.

Em entrevista à SIC, Marcelo Rebelo de Sousa também se referiu à restruturação da dívida, mas foi rígido: “Isto [a reestruração da dívida] não pode ser uma posição insensata e unilateral”, disse, aproveitando para afirmar que, com várias estratégias, o Governo já está a fazer uma forma de restruturação.

E a possibilidade de sair do euro? Para o Bloco, existe sempre. “O país não deve limitar a sua economia ou destruir a sua capacidade produtiva em nome de uma moeda, que é um problema e não um instrumento da economia”, afirmou Catarina Martins. “Depois do que acontece na Grécia, qualquer país europeu que se leve a sério deve estar preparado para o fim do euro ou para sair do euro.”

PPP na Saúde? Construção sim, gestão não

As Parcerias Público-Privadas na área da saúde podem e devem começar a acabar, defende Catarina Martins, numa altura em que vários contratos de gestão hospitalar estão prestes a terminar. O BE apela ao Governo para que não renove estas PPP, que considera terem tido um impacto “desastroso” no Serviço Nacional de Saúde. “Os privados não trouxeram nada para os hospitais. Foram buscar os seus gestores ao SNS, foram buscar tudo ao SNS, não deram nada. Tudo o que fizeram foi tirar know how ao SNS para os seus próprios hospitais privados, tirar lucro, naturalmente, porque lhes foi remunerado o trabalho de gestão ao longo deste tempo. E depois, ainda por cima, ter práticas agressivas de concorrência com o SNS”, argumentou.

O mesmo não se aplica às PPP para a construção. Embora o Bloco também se lhes oponha, não prevê que o Governo lhes ponha fim, especialmente tendo em conta que há contratos ainda em vigor. A questão por qual se batem é a renovação dos contratos de gestão, incluindo a renovação da PPP no Hospital de Cascais, para a qual já abriu concurso público. “É uma decisão que não vai contra o programa do PS. Pelo contrário. O programa do PS diz que é preciso até avaliar”, sublinha.

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Bolsa de Lisboa acorda sem energia da manhã

Descidas no setor energético ditam queda do PSI-20 no arranque da primeira sessão da semana. Já os direitos do BCP avançam pela segunda sessão, colocando ações do banco em alta.

A bolsa de Lisboa acordou sem energia esta manhã. Era sobretudo o setor energético nacional que mais pressionava o índice nacional no arranque da primeira sessão da semana, em linha com as quedas nos principais índices europeus.

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,53% para 4.577,44 pontos, com 13 cotadas a negociar em terreno negativo. O destaque neste início de dia negativo em Lisboa iam para as ações da Galp (-0,53%), EDP (-0,29%) e EDP Renováveis (-0,5%). Também os títulos da Jerónimo Martins perdiam 0,72% para 15,81%, colocando maior pressão na bolsa lusa.

A travar maiores perdas estavam as ações do BCP. Valorizavam 0,32% para 0,16 euros, acompanhando os ganhos dos direitos do aumento de capital do banco, que valorizavam mais de 7% para 0,88 euros. Cada direito garante a subscrição de 15 novas ações ao preço de 9,4 cêntimos por títulos. Ainda no setor bancário, o BPI, alvo de OPA do CaixaBank, somava 0,09% para 1,13 euros.

No cenário europeu, a tomada de posse de Donald Trump deverá continuar a ser tema entre os investidores, que mantêm alguma desconfiança em relação àquilo que poderá representar a nova administração norte-americana.

“A nova presidência nos EUA continuará a ser um dos temas centrais dos mercados financeiros, nomeadamente no que respeita aos acordos comerciais com outros países. De facto, está já prevista para os próximos dias uma conversa com a Primeira-Ministra britânica, Theresa May, com o intuito de se discutirem futuras possibilidades de comércio entre os dois países”, referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “Durante esta semana, a época de resultados na Europa ganha mais intensidade, já que um maior número de empresas irá apresentar as suas contas trimestrais”, destacaram ainda.

Assim, com Lisboa na rota das perdas do Velho Continente, as principais quedas lá fora pertenciam ao DAX-30 (-1%) e o FTSE-Mib (-0,96%). Também Madrid e Paris negociavam com perdas superiores a 0,8%.

(Notícia atualizada às 8h26)

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Vieira Lopes: “Para que existe a concertação social?”

  • ECO
  • 23 Janeiro 2017

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços, lamenta controvérsia em relação à descida da TSU. E critica papel do PSD pela "jogada tática política extremamente negativa".

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), considera que o papel da concertação social corre o risco de ficar esvaziado caso o Parlamento não aprove a descida de Taxa Social Única (TSU), conforme foi acordada entre os parceiros sociais e o Governo como forma de compensação às empresas pelo aumento do salário mínimo para os 557 euros.

“Se de facto o Parlamento não respeitar minimamente os acordos de concertação social então pode perguntar-se: para que é que existe a concertação social? (…) Até agora, nunca, que me lembre, a Assembleia da República pôs em causa medidas que foram acordadas na concertação social. É uma situação inédita. E, portanto, era um cenário que não estava nos nossos raciocínios quando estávamos a negociar acordos”, referiu Vieira Lopes em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios.

O presidente da CCP, um dos parceiros sociais que negociou com António Costa estas medidas, critica a “tática política” que os diferentes partidos está a utilizar para não aprovar uma medida que vai ajudar as empresas, depois de “haver um aumento do salário mínimo de 5% com a inflação abaixo de 1% e a economia e a produtividade a crescerem pouco mais de 1%”. Ainda assim, se os partidos da esquerda que apoiam o Executivo “aproveitaram esta medida para mostrar alguma independência, para dar satisfações às suas bases de apoio”, já da parte do PSD “há uma jogada tática política extremamente negativa”.

“Até porque já sabemos que historicamente o Bloco e o PCP têm uma visão do papel das empresas na sociedade que não corresponde à nossa. Já da parte do PSD achamos muito estranho que tome uma medida que vai afetar negativamente grande parte das empresas, quando historicamente uma das suas bases de apoio são os pequenos empresários”, comentou João Vieira Lopes.

Mas o PSD argumenta que não tem de dar a mão a Governo que não garante o apoio dos seus parceiros? “Isto é outro terreno, não é o nosso quintal. O que dizemos é que com esta situação há milhares de empresas que vão ser prejudicadas”, disse ainda.

“O modo como todo este processo decorreu está a conduzir efetivamente a uma desvalorização do papel da concertação social, que nos últimos trinta anos tem sido um elemento bastante estabilizador. Além de que, e essa é que é a nossa grande preocupação, isto prejudica efetivamente as empresas”, frisou o responsável.

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TAP reestrutura dívida junto da banca

  • ECO
  • 23 Janeiro 2017

A companhia aérea já chegou a acordo com os principais bancos credores para estender a maturidade do empréstimo de de 120 milhões de euros, até 2022, e reduzir os juros médios em 1%.

É mais uma etapa que está ultrapassada para que Estado volte a ser o maior acionista da TAP. Depois de Humberto Pedrosa ter revelado, em entrevista ao ECO, que a renegociação da dívida estava na fase final, o JdN avança que a companhia aérea já terá mesmo chegado a acordo com os principais bancos credores para estender a maturidade do empréstimo de de 120 milhões de euros até 2022.

A renegociação para a reestruturação do passivo financeiro da TAP, uma das condições para a conclusão do negócio entre o Governo e a Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, para o Estado passar a ter 50% do capital da companhia aérea. Uma reversão do negócio feito pelo Governo de Pedro Passos Coelho que, em novembro de 2015 privatizou 61% da companhia aérea. A Atlantic Gateway fica agora com 45% da empresa, mais as ações que não forem vendidas aos trabalhadores do lote de 5% que lhes está reservado.

A conclusão das negociações com a Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP e Novo Banco, os principais financiadores do empréstimo de 120 milhões de euros, que vencia em novembro, foi confirmada ao Negócios pelo Ministério do Planeamento e das Infraestruturas. Além da extensão da maturidade até 2022, o acordo prevê também a redução de um ponto percentual da taxa de juro média da dívida não garantida.

O passo seguinte é agora fechar as negociações com as instituições mais pequenas que também são financiadoras da empresa. Concluída esta fase, o Governo deverá lançar no primeiro trimestre deste ano a oferta pública de venda de 5% da TAP junto dos trabalhadores.

Será depois necessário notificar a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) da nova estrutura acionista da TAP, que terá de conformar que tudo está conforme com as regras europeias, tanto ao nível de propriedade como de controlo. Neste ponto não se antecipam problemas tendo em conta que o regulador deu luz verde, no final do ano passado à operação que permitiu à Atlantic Gateway ficar com 61% da companhia.

Assim que o negócio entre o Estado e a Atlantic Gateway ficar fechado, serão nomeados novos órgãos sociais da TAP. O acordo entre o Estado e a empresa de Humberto Pedrosa e David Neeleman, prevê que ambos escolham seis administradores. Ao Estado caberá indicar o presidente do conselho de administração e ao consórcio a comissão executiva, mas em acordo e com consulta entre as partes. Tal como o ECO avançou a semana passada, a escolha do Executivo deverá recair sobre Lacerda Machado.

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João Proença avisa: alternativas à TSU “é que são perigosas”

  • Margarida Peixoto
  • 23 Janeiro 2017

"Foi a primeira vez que o PSD usou a concertação social como início de uma guerra política ao Governo", diz João Proença, ex-secretário-geral da UGT. As próximas discussões estão fragilizadas, frisa.

João Proença esteve 18 anos à frente da UGT e garante que não se lembra de nenhum outro caso em que uma medida integrada num acordo de concertação social tenha sido revogada pelo Parlamento. “A tensão entre a concertação social e a Assembleia da República não é nova, o que é novo é o chumbo da medida”, frisa, em declarações ao ECO. E avisa: as alternativas à medida chumbada “é que são perigosas”.

O ex-secretário-geral da UGT defende que é preciso pensar nas consequências do chumbo da redução de 1,25 pontos da Taxa Social Única — garantida pelo BE, PCP e PSD — como contrapartida do aumento do salário mínimo.

“Vai aumentar o desemprego nas micro e pequenas empresas”, argumenta. “A diminuição da TSU não beneficia minimamente as grandes empresas”, assegura Proença, lembrando que, por exemplo, na banca os salários mais baixos estão, ainda assim, acima do mínimo. “O impacto desta medida é nas pequenas empresas e noutros setores onde há uma forte incidência de salários mínimos, como é o caso dos têxteis, do setor da madeira ou até da agricultura”, garante.

“As tais medidas compensatórias é que são perigosas”, avisa. Por exemplo, medidas que visem “a redução dos custos da energia é que vão beneficiar as grandes empresas”. E acrescenta que é muito difícil encontrar outras medidas que tenham impacto nas pequenas empresas apenas.

Há consequências futuras?

“Este acordo [de concertação social] é sobretudo programático, aponta discussões de médio prazo. Estas discussões aparecem profundamente fragilizadas em termos de confiança entre as partes”, defende João Proença, argumentando que, a partir de agora, os parceiros sociais vão tentar obter garantias de que o Governo conseguirá implementar as medidas. Mais: estes danos no diálogo social vão perdurar. Mesmo num futuro Governo, os parceiros estarão mais atentos, “vão exigir mais garantias, ficam mais desconfiados”, assegura.

"Este acordo [de concertação social] é sobretudo programático, aponta discussões de médio prazo. Estas discussões aparecem profundamente fragilizadas em termos de confiança entre as partes.”

João Proença

Ex-secretário-geral da UGT

Mas então por que motivo é que os parceiros assinaram o acordo, mesmo havendo já a forte probabilidade de uma das suas medidas ser revogada? “Porque assinando, as confederações patronais ganham capacidade de pressão sobre o Governo para negociar contrapartidas”, diz o ex-secretário-geral da UGT.

Para João Proença, este episódio “fragilizou a concertação social, ao fazer dela um palco de guerra político-partidária.”

Quem falhou?

“Ninguém aqui é inocente”, reconhece João Proença, “mas o principal culpado é o PSD“, defende. “Foi a primeira vez que o PSD usou a concertação social como início de uma guerra política ao Governo”, nota. “O PSD surpreendeu tudo e todos”, já que “sempre que há um acordo é porque ele beneficia quem o subscreve”, acrescenta. Para o ex-dirigente da UGT, esta foi a forma encontrada por Passos Coelho de dizer ao Governo que a partir de agora tem de governar “com aquela maioria que encontrou”, frisa João Proença, referindo-se ao entendimento entre o PS, BE e PCP.

"Ninguém aqui é inocente, mas o principal culpado é o PSD.”

João Proença

Ex-secretário-geral da UGT

Porém, o ex-líder da central sindical também reconhece que o Executivo deu o flanco: “O PS sabia que o BE e o PCP estavam contra a medida.”

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Se se mantiver a tradição, os mercados deverão reagir em queda ao início de funções do novo Presidente dos Estados Unidos. Hoje também é dia de saber como vai a dívida pública na zona euro.

Esta é a primeira semana da nova Administração dos Estados Unidos. Se a História se confirmar, o mês seguinte à tomada de posse de Trump será vermelho para Wall Street e verde para o dólar. Por cá, continua o aumento de capital do BCP, desta vez sem a proteção da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que na sexta-feira proibiu as vendas a descoberto dos títulos do banco.

Começa a Era Trump

Arranca hoje a primeira semana de Administração Trump. Os mercados estiveram tranquilos nos dias que antecederam a tomada de posse do 45.º presidente dos Estados Unidos, mas os alertas são vários: a começar pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que teme a “incerteza em torno da orientação política da nova administração dos EUA e as suas ramificações globais”. A julgar pela História, esta segunda-feira marca o início de um período que deverá ser vermelho para Wall Street e verde para o dólar. A análise feita pela Reuters mostra que, desde 1929, o S&P, índice de referência mundial, desvalorizou uma média de 2,7% no mês seguinte à tomada de posse de um presidente dos EUA. Já o dólar valorizou, em média, 2,2%.

Aumento de capital, agora sem proteção

O aumento de capital do BCP continua esta semana, e até 2 de fevereiro. Desta vez, a negociação dos títulos do banco não estará protegida pela CMVM, que, na sessão de sexta-feira, proibiu as vendas a descoberto para impedir que os investidores apostassem em desvalorizações. A medida do regulador do mercado foi suficiente para que os direitos do BCP disparassem 28% e as ações 10%.

Como evoluem os juros do crédito à habitação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira os dados de dezembro das taxas de juro implícitas no crédito à habitação. Os custos do crédito à habitação mantiveram uma tendência de queda no ano passado, numa altura em que as Euribor estão em mínimos históricos.

Eurostat divulga dívida pública e défice da zona euro

O gabinete de estatísticas europeu vai divulgar os dados mais recentes da dívida pública e do défice da zona euro, relativos ao terceiro trimestre de 2016. No segundo trimestre do ano passado, a dívida do conjunto dos países da zona euro caiu para 91,2% do PIB da região, enquanto o défice se fixou em 1,5% do PIB — reduções de 0,1 pontos percentuais, em ambos os casos. Nesse período, Portugal registou o segundo maior crescimento da dívida pública, que se situou em quase 132% do PIB nacional.

Petróleo vai reagir à OPEP

O comité de monitorização da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reuniu-se no fim de semana para avaliar o cumprimento do acordou que determinou um corte da produção de petróleo. Hoje, a matéria-prima irá reagir às conclusões desta reunião, sendo que, para já, a perceção dos responsáveis da OPEP é que, até agora, está tudo a correr como previsto. O petróleo tem estado a negociar acima dos 50 dólares, duas semanas depois de o acordo ter começado a ser aplicado.

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Marcelo: “Portugal já está a reestruturar a dívida”

Portugal já está a reestruturar a dívida pública, sublinha o Presidente da República. Mas o processo "não pode ser uma posição insensata e unilateral", alerta na sua primeira entrevista.

O tema é caro à esquerda. Marcelo Rebelo de Sousa garante que Portugal já está a reestruturar a dívida ao substituir os títulos por prazos mais longos e por juros mais baixos.

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Temos um montante de dívida elevado“, reconhece o Presidente da República na sua primeira entrevista como Chefe de Estado.

“Temos uma evolução recente que tem aspetos mais complicados do que outros, não é homogénea”. Mas, reconheceu, “o importante é que houve uma gestão que começou no Governo anterior, e que continua, de rotação de dívida: substituir dívida por dívida de mais longo prazo e de juros mais baixos. “Isto é reestruturação de dívida”, afirma de modo perentório depois de os jornalistas da SIC lhe terem apontado o facto de ignorar a dívida na análise que estava a fazer à economia do país.

E para lidar com o problema da dívida pública o Chefe de Estado deixa algumas pistas:

  1. “Diminuir consistentemente o défice”, o que “está a acontecer”;
  2. Fazer crescer o investimento. Está a acontecer a um ritmo insuficiente, tem de ser mais acelerado”;
  3. “Aumentar a formação de poupança, sem dúvida”;
  4. Ir reestruturando pacificamente a dívida, em prazos e em juros, que está a ser feito”;
  5. “Ter permanentemente presente um diálogo com os nossos parceiros europeus, porque isto não pode ser uma posição insensata e unilateral, tendo presente a evolução do mundo, da Europa (que é complexa) e, em função disso estudar a melhor maneira, condições para que os mercados, tal como tem acontecido, reconheçam a evolução positiva. A saída, por exemplo do processo por défices excessivos é uma ajuda”.

O Presidente da República defendeu ainda que “é fundamental que o Governo continue esta política”, até porque “o montante de dívida bruta aumentou, com uma descida ligeira no final de 2016”. “Se compararmos com a dívida pública dívida líquida”, Marcelo garante, “o panorama é menos grave”.

Isto [a reestruração da dívida] não pode ser uma posição insensata e unilateral.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Menos grave, aos olhos do Presidente, também parece ser a situação económica do país. O Chefe de Estado diz que “vale a pena ter os números fechados de 2016”, para tal é necessário esperar mais cerca de três semanas, para poder avaliar se, efetivamente, o “caminho alternativo deste Governo e seus apoiantes parlamentares, correspondeu ou não às expectativas”.

Mas, tudo aponta para que, no quarto trimestre de 2016, a tendência de aceleração da economia se consolide, disse, citando os números que já se conhecem do final do ano passado. Marcelo precisou mesmo que “admite a hipótese” de o crescimento ter ficado o ano passado no 1,3 ou 1,4%, acima dos 1,2% inscritos pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017 — que foram uma revisão em baixa relativamente aos 1,8% inicialmente previstos — e que o défice orçamental deverá mesmo ficar abaixo de 2,3%, ou seja, um desempenho melhor do que aquele que o primeiro-ministro anunciou no último debate quinzenal.

Marcelo lembra ainda os que diziam que, “matematicamente, ia ser impossível cumprir o défice”. Mas, “por mérito dos portugueses, do Governo, mas também do Presidente” isso foi conseguido. “Não sei mesmo se não ficará nos 2,2%”, disse Marcelo, recordando: “Contra mim mesmo, quase apostava que o défice não ia abaixo de 2,5%”. “Isto era impensável no início do ano passado”, conclui.

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Hamon e Valls disputam lugar dos socialistas nas presidências francesas

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2017

O ex-ministro Benoît Hamon qualificou-se à frente do ex-primeiro-ministro Manuel Valls para a segunda volta das primárias socialistas de onde sairá o candidato às próximas presidenciais em França.

O ex-ministro Benoît Hamon qualificou-se à frente do ex-primeiro-ministro Manuel Valls para a segunda volta das primárias socialistas de onde sairá o candidato às próximas eleições presidenciais em França, segundo resultados parciais hoje à noite divulgados.

Antigo ministro da Educação, Benoît Hamon, de 49 anos, pertencente à ala mais à esquerda do Partido Socialista francês, classificou-se em primeiro lugar, com 35% dos votos, ultrapassando Manuel Valls, de 54 anos, representante da ala mais à direita, quando estão contados os sufrágios correspondentes a mais de um terço das assembleias de voto.

Encorajado pelos resultados das sondagens, Benoît Hamon defendeu, nos dias que antecederam esta primeira volta das primárias socialistas, “sentir que a [sua] hora tinha chegado”. A sua proposta principal é “um rendimento universal de 750 euros para cada cidadão francês”.

Manuel Valls entrou na corrida depois de o impopular Presidente francês, François Hollande, ter anunciado que não se recandidataria ao cargo no próximo escrutínio, que se realizará daqui a menos de cem dias, em abril e maio.

O vencedor destas primárias, que será encontrado na segunda volta, em 29 de janeiro, não tem garantias de conseguir chegar à segunda volta das presidenciais, estando a campanha a ser dominada pela direita (François Fillon) e pela extrema-direita (Marine Le Pen).

No final de uma campanha marcada por três debates televisivos em oito dias, o escrutínio mobilizou entre 1,5 e dois milhões de eleitores que tinham de escolher um de sete candidatos.

Estes números contrastam com os mais de quatro milhões de pessoas que se deslocaram às urnas para as primárias da direita, em novembro passado.

 

 

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Presidente da República: “Há vários caminhos para o Novo Banco”

O Presidente da República considera que há vários caminhos para o Novo Banco, mas alerta que saída do Procedimento por Défices Excessivos não pode ser posta em causa.

O Presidente da República considera que existem várias soluções para o Novo Banco, mas nunca devem passar por partir a instituição, estragar a saída do Procedimento por Défices Excessivos, devendo ainda sacrificar o mínimo possível os outros bancos. Marcelo Rebelo de Sousa, sem nunca o dizer, é claramente contra uma nacionalização da instituição.

“Não se pode partir o Novo Banco. Não faz sentido”, disse Marcelo na sua primeira grande entrevista desde que tomou posse como Chefe de Estado. O Presidente da República reconhece que existem “vários caminhos possíveis”, contudo, “não é o Presidente da República que tem de achar”. A solução deverá passar primeiro pelo Banco de Portugal e depois pelo Governo, sublinhou o Chefe de Estado. Uma solução que tem sempre de “ser aceite pelo Banco Central Europeu”.

Não se pode estragar a saída do Procedimento por Défice Excessivo por causa do Novo Banco.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Questionado sobre uma eventual nacionalização do Novo Banco, Marcelo deixou um alerta vincado: “Não se pode estragar a saída do Procedimento por Défice Excessivo por causa do Novo Banco”. A solução encontrada deve ainda “sacrificar, o mínimo possível, os outros bancos”.

Um ano depois do início (da segunda tentativa) da venda do Novo Banco, há um candidato firme — o Lone Star — e outro que ainda não apresentou uma proposta vinculativa, o consórcio Apollo/Centerbridge. Agosto é a data-limite para evitar uma liquidação forçada e imposta pelo BCE.

Caixa vai ter administração na próxima semana

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda que, na próxima semana, a Caixa Geral de Depósito terá os nomes todos, o que porá um ponto final na incerteza que se vive na liderança do banco público que está sob um gestão provisória depois de António Domingues ter entregue a sua demissão na sequência da obrigatoriedade de divulgar os rendimentos. Marcelo garante que para ele nunca houve dúvidas sobre essa obrigação.

Para mim e para o primeiro-ministro nunca foi uma dúvida“, disse quando questionado pelos jornalistas da SIC se António Domingues e a sua equipa eram obrigados ou não a divulgar os seus rendimentos. “Era cumprir a lei”, acrescentou.

Na entrevista, o Presidente deu ainda um respaldo ao Executivo por este ter supostamente resolvido, ao longo deste ano, os problemas relacionados com o BPI — que está agora a ser alvo da OPA do CaixaBank, que “conseguiu resolver os problemas de indefinição de capital” e o BCP que está a reforçar capital com novos acionistas, nomeadamente a Fosun.

Marcelo sublinhou ainda a importância de resolver o problema do crédito malparado (non performing loans, NPL), de modo a “libertar as instituições de ativos problemáticos, na medida do possível, mas sem onerar os contribuintes”. “Daí estar a ser estudada uma solução com os privados”, acrescentou o Chefe de Estado, uma solução analisada por Frankfurt, Comissão Europeia e Banco de Portugal.

 

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Marcelo diz que só em 2020 decide se é recandidato

Marcelo Rebelo de Sousa diz que em setembro de 2020 dirá se é candidato a um segundo mandato em Belém. O Presidente da República diz ainda sentir-se confortável com a amizade com Ricardo Salgado

O Presidente da República diz que só daqui a três anos e meio decidirá se é ou não candidato a um segundo mandato para a presidência da República.

O ideal era haver um mandato de seis ou sete anos, mas não é assim“, refere o presidente numa altura em que está a comemorar o seu primeiro ano em Belém.

"Até setembro de 2020 direi se sou candidato ”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Marcelo aproveitou ainda a entrevista na SIC para afirmar que a decisão sobre uma eventual recandidatura será tomada em setembro de 2020. “Até setembro de 2020 direi se sou candidato”, afirmou para logo a seguir acrescentar: “Convocarei eleições bem antes das presidenciais, porque quando convocar será claro se serei ou não candidato, evitando confusões”.

A amizade com Salgado

Questionado sobre a sua amizade com Ricardo Salgado, ex- presidente do BES, e que esta semana foi tornado arguido na Operação Marquês que envolve também o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, Marcelo reafirmou que se sente confortável com essa amizade.

Marcelo aproveitou inclusive o tema para referir que a “justiça é uma palavra-chave para a democracia” mas recordou que “tem que ser rápida“. Porque acrescenta: “se só o fizer quando os suspeitos estão mortos, é um sistema de justiça que não consegue dar resposta em tempo útil”.

A fechar a entrevista Marcelo confidenciou que quando se chega a Presidente da República “as decisões são muito solitárias”.

Sobre o seu papel em Belém e as suas inúmeras aparições, Marcelo deu o exemplo de Obama e Merkel que também intervêm todos os dias. De resto, Marcelo referiu que “as pessoas são como são, e não mudam quando chegam à função”. Justifica ainda as suas intervenções com o facto ” do tempo político ser hoje muito acelerado”.

Adiantou mesmo que “foi importante intervir muito neste primeiro mandato”.

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Marcelo sai em defesa da descida da TSU… ou do plano B

O presidente da República defende a baixa da TSU, mas também acredita que a questão possa ser contornada com outras medidas que beneficiem IPSS, misericórdias e PME.

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Foi um dos grandes dinamizadores do compromisso de 22 de dezembro entre os parceiros sociais e Governo que culminou na semana passada com a assinatura de um acordo abrangente de concertação social.

Este acordo, — que prevê a subida do salário mínimo nacional dos 530 para os 557 euros, e a descida da TSU em 1,25 pontos para as empresas que suportem esse salário mínimo, — está em risco de ficar coxo já que PCP e Bloco pediram a apreciação parlamentar do decreto-lei do Governo que baixa a TSU, tendo o PSD já dito que votaria ao lado desses partidos.

Um cenário que preocupa, mas não tira o sono a Marcelo Rebelo de Sousa. Na entrevista que deu este domingo à SIC, o Presidente da República diz que concorda com a medida [a baixa da TSU], afirmando que “era um sinal em termos de investimento privado”.

Mas para Marcelo, é tempo de “esperar para ver. Ainda a procissão vai no adro”.

Caso a Assembleia da República inviabilize mesmo a baixa da TSU, o Presidente da República afirma então que o objetivo deve ser o de “salvaguardar as IPSS, as misericórdias e PME pela via do diploma, ou por outras vias”.

Ou seja, Marcelo defende um plano B caso a descida de 1,25 pontos da TSU caia no Parlamento.

Ainda este domingo, o secretário-geral do PCP desafiou o Governo a reduzir ainda mais o Pagamento Especial por Conta (PEC) e a eliminá-lo no próximo ano, para responder aos problemas das micro, pequenas e médias empresas.

Esta seria eventualmente uma das opções para compensar os patrões pela subida do salário mínimo nacional. “Se querem fazer bem às micro, pequenas e médias empresas reduzam mais o PEC e eliminem-no no ano que vem”, defendeu Jerónimo de Sousa, lembrando que a redução do PEC de 1.000 para 850 euros foi uma proposta apresentada pelo PCP durante a discussão do Orçamento do Estado para 2017.

Belém retoma esta segunda-feira ronda com parceiros

O presidente da República continua empenhado para que o acordo de 22 de dezembro que apadrinhou chegue ao bom porto. Na sexta-feira encontrou-se em Belém com as quatro confederações patronais com assento na concertação social.

Em declarações ao ECO no final da reunião, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) referiu que o patronato continuava “a apostar no cumprimento total do acordo” assinado. E esta será a postura até 25 de janeiro, dia em que o decreto-lei será submetido a apreciação parlamentar. Depois dessa altura, “em face das circunstâncias”, serão tomadas as decisões adequadas, indicou João Machado.

Esta segunda-feira, Marcelo recebe ainda a UGT, que subscreveu o acordo alcançado entre o Governo e os parceiros sociais e na terça-feira será a vez de um encontro com a CGTP, central sindical que ficou de fora do acordo de concertação social.

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