Merkel: A Europa já não pode confiar totalmente nos seus aliados

Sem nunca se referir a Donald Trump, Merkel disse que os dias em que a Europa podia contar totalmente noutros "até certo ponto" chegaram "ao fim".

A Europa já não pode confiar totalmente nos seus aliados. O alerta é lançado pela chanceler alemã, Angela Merkel, depois da reunião do G7 este fim de semana e os encontros da NATO. Sem nunca se referir expressamente ao Presidente norte-americano, Donald Trump, Merkel disse que os dias em que a Europa podia contar totalmente noutros “até certo ponto” chegaram “ao fim”.

“Confirmei isso nos últimos dias”, disse a chanceler numa tenda de cerveja, lotada de gente, em Munique. “E é por isso que apenas posso dizer que nós, os europeus temos, verdadeiramente, de agarrar o futuro nas nossas próprias mãos — claro que em amizade com os Estados Unidos, com o Reino Unido e como bons vizinhos, sempre que isso seja possível também com outros países, até mesmo com a Rússia”, disse a chanceler.

“Mas temos de saber que temos de lutar pelo nosso futuro com as nossas próprias mãos, pelo nosso destino como europeus”, acrescentou a chanceler, citada pela Reuters.

A reunião de dois dia da cimeira do G7, em Itália, revelou um Donald Trump contra os líderes alemães, franceses, britânicos, canadianos e japoneses em diversos temas, deixando uma sensação de frustração nos diplomas europeus ao ter de revisitar questões que pensavam há muito estarem fechadas, reporta a Reuters.

Donald Trump apoiou o apelo de luta contra o protecionismo no final da reunião do G7, mas recusou apoiar um acordo global relativo às alterações climáticas, alegando que precisava de mais tempo para decidir.

Trump na sua viagem de nove dias admoestou os aliados da NATO por não gastarem o suficiente em defesa, classificou o excedente comercial alemão de “muito mau”, para além de colocar os EUA quase a ponto de sair das negociações do clima, sublinha a Bloomberg. Nas suas declarações em Munique, uma iniciativa de campanha para as legislativas, Merkel revelou parte da sua visão do mundo depois desta viagem do Presidente norte-americano.

Richard Haass, presidente do Conselho norte-americano para as Relações externas, numa mensagem no Twiter disse que os comentários de Merkel foram “uma viragem”, dizendo que o cenário é “o que os Estados Unidos tentaram evitar” desde a Segunda Guerra Mundial.

 

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Costa pede mais Europa, mais euro, sem exceções

  • ECO e Lusa
  • 28 Maio 2017

O primeiro-ministro defendeu a necessidade de "uma melhor zona euro", mas "também que cada Estado-membro faça a sua parte".

O primeiro-ministro português pediu este domingo mais Europa, mais euro, sem “exceções às regras que devem ser comuns”, e com cada país a fazer a sua parte, voltando a destacar resultados económicos positivos e o esperado défice de 1,5%.

“Quero ser bem claro nesta questão, não estou a defender a necessidade de reforma da zona euro para pedir que outros façam o nosso trabalho, nem a reclamar exceções às regras, que devem ser comuns e igualmente exigidas a todos. Precisamos de uma melhor zona euro, mas precisamos também que cada Estado-membro faça a sua parte”, afirmou António Costa.

Um apelo que surge no mesmo dia em que a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que a Europa já não pode confiar totalmente nos seus aliados. Depois de um encontro com o Presidente norte-americano, Donald Trump, a chanceler frisou: “Nós, europeus, temos de agarrar as rédeas do nosso próprio destino”.

Claro que temos de ter relações amigáveis com os Estados Unidos e com o Reino Unido e com outros vizinhos, incluindo a Rússia, disse Merkel. Ainda assim, acrescentou, “temos de lutar nós próprios pelo nosso futuro”.

Segundo António Costa é isso que Portugal está a fazer “em diversos domínios”. “Na frente orçamental estamos a promover a efetiva consolidação das finanças públicas. Portugal registou em 2016 um défice de 2% do PIB, que permitiu que a Comissão Europeia recomendasse recentemente o encerramento do Procedimento de Défice Excessivo a que Portugal estava sujeito desde 2009″, enumerou.

Costa sublinhou “a trajetória sustentável de redução da dívida pública” e prometeu “prosseguir este esforço, reduzindo o défice para 1,5% com o maior saldo primário da zona euro”.

O chefe do Executivo socialista falava num encontro internacional anual que reúne, desde sábado e até terça-feira, participantes de 70 países, entre empresários, gestores e governantes ou antigos detentores de cargos públicos para debaterem política, economia e negócios, num hotel de Cascais.

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, o português e ex-governante do executivo PSD/CDS-PP Carlos Moedas, foi um dos presentes numa plateia de cerca 400 pessoas no jantar de abertura da conferência promovida pela Horasis – The Global Meeting.

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Mendes: Centeno está numa campanha de auto-promoção

O próximo presidente do Eurogrupo tem de ser socialista, o que aumenta as hipóteses de Centeno. Mas Marques Mendes considera que o ministro das Finanças está a "correr em pista própria".

Mário Centeno tem uma janela de oportunidade para ser presidente do Eurogrupo, considera Marques Mendes no seu cometário semanal na Sic. No entanto, defende que a questão “está a ser colocada fora de tempo” e que existe um certo deslumbramento por parte do ministro das Finanças nesta questão e que o responsável está a correr em pista própria.

“Este é um caso muito curioso”, disse Marques Mendes. “Há uma janela de oportunidade para o ministro das Finanças poder vir a ser presidente do Eurogrupo”, sublinha o comentador, justificando essa oportunidade não só com os “resultados apresentados” que ajudam a que “tenha uma boa imagem”, mas também com a exigência de o próximo presidente do Eurogrupo ter de ser socialista.

Há uma janela de oportunidade para o ministro das Finanças poder vir a ser presidente do Eurogrupo.

Marques Mendes

“Mas há poucos ministros das Finanças, dentro do Eurogrupo, socialistas. O mais bem classificado poderia ser o ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, mas a Itália já tem muitos cargos de topo na Europa”, justifica Marques Mendes. Isso aumenta as probabilidades de Mário Centeno, mas, “na prática as coisas não têm essa facilidade”, alerta.

Em causa estão as eleições alemãs — um país cujo peso é indiscutível o processo decisório europeu. Embora a vitória da chanceer alemã, Angela Merkel, seja dada como quase certa, o Governo resultante poderá ter uma composição diferente — uma coligação da CDU com os liberais — “que são muito mais duros com os países do sul”. “Em função disso será mais difícil a Centeno ficar com o cargo”, sublinha Marques Mendes.

O comentador lembra ainda que o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, “não gosta da solução de Governo em Portugal”, apesar de “até pode gostar de Mário Centeno”, o que também não abona a favor das intenções de Mário Centeno.

Intenções de Centeno, porque Marques Mendes considera que esta candidatura é “uma campanha de autopromoção” do ministro português.

A questão está a ser colocada fora de tempo”, diz Marques Mendes. “Lendo a imprensa parece que Centeno está quase, quase como presidente do Eurogropo. Acho que ele está a fazer uma campanha de autopromoção porque, realmente quer ser presidente do Eurogrupo”, sublinha. “Ele está a correr em pista própria”. E acrescenta: “Não há uma única alma, lá fora, que fale de Centeno“.

Lendo a imprensa parece que Centeno está quase, quase como presidente do Eurogropo. Acho que ele está a fazer uma campanha de autopromoção porque, realmente quer ser presidente do Eurogrupo.

Marques Mendes

Exceto na comparação que o próprio Schäuble fez de Centeno com Cristiano Ronaldo que Marques Mendes considera ter sido um “elogio para dividir”.

Numa referência à entrevista que Mário Centeno deu ao Expresso este fim de semana, Marques Mendes ironizou que Centeno “não pode fechar uma porta que ninguém lhe abriu”. Alertando para os riscos de Centeno ter de dividir a presidência do Eurogrupo com a pasta das Finanças em Portugal, Marque Mendes lembrou que, na prática, Centeno seria “um ministro das Finanças em part-time”.

No Porto a questão é saber se Rui Moreira terá maioria

Numa análise às câmaras, agora que se está em contagem decrescente para as eleições autárquicas, Marques Mendes disse que, no Porto está seguro que “Rui Moreira vai ser eleito com alguma tranquilidade”.

“A questão é saber se vai ter uma maioria absoluta”, diz Marques Mendes. Se não a conseguir conquistar “será uma vitoria pífia”, acrescenta. O que o pode afetar o desempenho deste candidato independente é o caso Selminho, uma empresa da família de Rui Moreira que tem património e está a ser tratada pela autarquia. “Rui Moreira tem de explicar bem para que não haja uma ideia de promiscuidade”, frisou.

Marques Mendes sublinhou ainda que “o PSD já deve estar arrependido de não ter catapultado uma figura de primeiro plano” para as eleições autárquicas no Porto. “Álvaro Almeida é uma figura pouco conhecida”, diz o comentador numa referência ao candidato social-democrata. Marques Mendes elogiou ainda a qualidade de Ilda Figueiredo, a candidata da CDU e João Semedo do Bloco de Esquerda, mas que não têm hipótese de ganhar.

Uma intervenção que se iniciou com uma nota à vitória do Benfica de que o comentador é adepto.

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Benfica vence a Taça de Portugal

  • ECO e Lusa
  • 28 Maio 2017

Os encarnados venceram a Taça pela 26.ª vez. O Benfica conquistou o troféu ao vencer no Jamor por duas bolas a um o Vitória de Guimarães.

O Benfica venceu no Jamor por duas bolas a uma o Vitória de Guimarães e conquistou pela 26.ª vez a Taça de Portugal. Somou a sua 11.ª ‘dobradinha’, depois da conquista do tetracampeonato.

As duas equipas disputaram uma segunda parte com várias oportunidades de golo. As concretizações só surgiram no segundo período. Houve inclusivamente várias jogadas de grande perigo desperdiçadas.

Os golos saíram dos pés do mexicano Raúl Jiménez, aos 48 minutos, e o argentino Eduardo Salvio, aos 53, apontaram os tentos dos ‘encarnados’, enquanto o sul-africano Zungu marcou o golo dos minhotos, aos 78.

O Benfica e o Vitória de Guimarães estavam empatados a zero, ao intervalo.

Na primeira parte cada equipa foi obrigada a trocar um jogador por lesão. Os ‘encarnados’ perderam Fejsa que foi substituído por Samaris e os minhotos foram privados de Hurtado. Em sua substituição entrou Celis.

A formação ‘encarnada’ venceu assim a prova pela 26.ª vez e somou a 11.ª ‘dobradinha’, numa época em que já venceu a I Liga e a Supertaça. O Vitória de Guimarães tentou repetir o triunfo de 2012/13, mas o Benfica foi mais forte em campo. Um jogo que foi disputado quase todo debaixo de chuva.

A formação da Luz tinha conquistado a Taça de Portugal pela última vez em 2013/14, época em que também logrou a ‘dobradinha’, um ano depois de ter perdido no Jamor com os minhotos, que então conquistaram a sua única Taça.

Com um triunfo por 2-1 sobre o Vitória de Guimarães, o Benfica somou este domingo o 80.º troféu da sua história futebolística, ao conquistar a edição 2016/17 da Taça de Portugal, sublinha a Lusa.

(Artigo atualizado às 19h36)

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Aptoide entra em um milhão de telemóveis produzidos na China

  • ECO
  • 28 Maio 2017

É um marco histórico para a startup portuguesa. Chegou a acordo para que um milhão de smartphones produzidos na China contem com a aplicação pré-instalada.

A Aptoide continua a crescer a ritmo acelerado. A startup portuguesa, que já conta com mais de 150 milhões de utilizadores, conseguiu garantir contratos com vários fabricantes de smartphones que vão pré-instalar a aplicação em um milhão de novos equipamentos. É um feito que será destacado pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, na visita ao escritório da empresa na China.

“Não foi fácil atingir este marco que celebramos — um milhão de telemóveis com o nosso software — mas mais importante é o desejo de partilhar a nossa experiência e lições aprendidas com Portugal para que outros se possam seguir e desbloquear o grande mercado de oportunidades que caracteriza este país”, diz Manuel Saraiva, diretor-geral da Aptoide na China, num comunicado.

Para atingir este resultado, a Aptoide “estabeleceu parcerias estratégicas com fabricantes locais, casas de design e fornecedores de soluções. Entre os principais parceiros locais, na área dos smartphones, a Aptoide destaca a Vivo, Gionee, LEAGOO, Qmobile. Além destas parcerias, a Aptoide estabeleceu acordos com as marcas de TV Skyworth, KONKA e Changhong”.

O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, vai deslocar-se à China, no âmbito de um programa para jovens empreendedores, onde irá visitar os escritórios da Aptoide, aproveitando o marco histórico alcançado pela startup portuguesa. A tecnológica abriu o escritório em Shenzhen, China, num espaço coworking em novembro de 2015. Desde essa data até abril de 2017, o número de utilizadores mensais ativos da Aptoide aumentou 670%.

Aptoide é uma das maiores Android App Store do mundo e conta com mais de 150 milhões de utilizadores, três mil milhões de downloads e 700 mil apps disponíveis.

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Caldeira Cabral prevê melhoria do rating a partir deste ano

  • Lusa
  • 28 Maio 2017

O ministro da Economia afirmou que os números do défice, do crescimento económico e do emprego justificam uma melhoria do rating de Portugal "ainda neste ou no próximo ano".

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse esperar que as agências de notação financeira melhorem o rating de Portugal “ainda neste ou no próximo ano”, lembrando os números positivos da economia, do emprego e do défice.

Em declarações aos jornalistas no final das intervenções que fez hoje na conferência Horasis Global Meeting, que decorre até terça-feira em Cascais, perto de Lisboa, Caldeira Cabral vincou que “os números do défice, do crescimento económico e do emprego este ano justificam, naquilo que é a análise normal dos ratings [avaliação], uma revisão”.

Para o ministro, que disse ter já tido reuniões com várias agências de rating este ano, estes dados justificam uma revisão, a começar pela Perspetiva de Evolução, já no segundo semestre, e depois numa revisão em alta, no princípio de 2018.

“Não estamos a pedir nem defender que nos façam um favor, mas só uma análise justa e hoje Portugal está em melhor situação, com números muito mais positivos“, disse o ministro, vincando que “os números são mais positivos e justificam uma revisão do rating”.

Questionado sobre os indicadores positivos mais favoráveis e a lentidão no processo de subida da avaliação da qualidade do crédito soberano, Caldeira Cabral respondeu que “isso já se nota no tom mais positivo que está expresso nos relatórios internacionais sobre Portugal”, mas admitiu que “ainda falta refletir essas melhorias no rating“.

Segundo o governante, “há algum conservadorismo” das agências de rating na mudança destas avaliações, que, disse com humor, “quando é para descer parece que vão de elevador, mas quando é para subir parece que vão de escadas”. Estas instituições, concluiu, “demoram um certo tempo, mas os números já são suficientemente sólidos e os do terceiro trimestre vão confirmar a solidez do crescimento, e serão suficientes para começar o processo de subida do ‘rating’, que demorará o seu tempo, mas deverá acontecer”.

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PCP critica Governo pelos cortes na Caixa

  • Lusa
  • 28 Maio 2017

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que o Governo "não andou bem" no processo de recapitalização da CGD que prevê o despedimento de trabalhadores e o fecho de balcões.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que o Governo “não andou bem” no processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que prevê o despedimento de trabalhadores e o encerramento de balcões.

“Não andou bem o governo do PS nesta matéria [da CGD] e andou também muito mal quando entregou o Banif ao maior banco espanhol a preço de saldo e com pesados encargos para o erário público e o Novo Banco a um fundo de investimento americano, ao mesmo tempo que adiava o prazo de pagamento da banca privada de 4,9 mil milhões de euros ao fundo de resolução do BES, por 30 anos”, afirmou o líder comunista.

Jerónimo de Sousa falava em Seia, no distrito da Guarda, num almoço da Coligação Democrática Unitária (CDU), que juntou cerca de 200 militantes, após a presidente da Junta de Freguesia de Almeida, Fátima Gomes (CDU), ter falado da luta da população contra o encerramento do balcão local da CGD.

No seu discurso disse que “para o capital há sempre tempo e espaço, para aqueles que hoje lutam pelos seus direitos e interesses, como a população de Almeida, isso aí atrasa, atrasa, atrasa sempre”.

Defendemos a recapitalização da Caixa como uma necessidade estratégica para a sua defesa e desenvolvimento como banco público ao serviço do povo e do país, mas não poderíamos, nem podemos aceitar um plano de reestruturação assente em centenas de despedimentos e no encerramento de dezenas de balcões“, afirmou o líder do PCP.

“As dificuldades por que tem passado a Caixa não estão no número de balcões, nem no número de trabalhadores. Essas dificuldades têm origem na forma como foi gerida a carteira de crédito, nos créditos concedidos aos amigalhaços, sem nenhuma garantia de reembolso, nos negócios ruinosos, como aconteceu com o negócio de Espanha, entre outros”, afirmou Jerónimo de Sousa.

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Durão Barroso: “A UE existia antes e vai continuar, tal como o Reino Unido”

  • Lusa
  • 28 Maio 2017

O antigo presidente da Comissão Europeia afirmou a sua crença numa União Europeia “com um futuro”, apesar do “erro” da saída do Reino Unido.

O antigo presidente da Comissão Europeia Manuel Durão Barroso afirmou a sua crença numa União Europeia (UE) “com um futuro”, apesar do “erro” da saída do Reino Unido, o denominado ‘Brexit’.

Eu acredito na UE com um futuro. Agora mais do que nunca precisamos de uma UE, que é um exemplo de globalização”, comentou o português, numa intervenção no Horasis Global Meeting, a decorrer em Cascais (distrito de Lisboa), referindo-se à cooperação transnacional alcançada entre países com interesses diversos.

Revelando estar com um “nível de sinceridade a aumentar de dia para dia” e falando a nível pessoal, o ex-primeiro-ministro afirmou a sua desilusão com o “erro que foi o ‘Brexit’” e com a forma como o processo foi “gerido desde o início ao fim”.

“A UE existia antes e vai continuar, tal como o Reino Unido”, comentou Durão Barroso, que destacou a necessidade de adaptação e de “sabedoria dos dois lados”, ambos com interesse em colaborar.

“Eu penso que vai haver um acordo no final [do processo de saída]”, acrescentou, numa intervenção sobre o futuro da Europa, sublinhando que a União Europeia é um parceiro muito importante nas áreas do investimento e do comércio para os britânicos.

Sobre o novo cenário político francês, com Emmanuel Macron na presidência, Durão Barroso perspetivou um aumento de “autoconfiança” do país, assim como uma relação mais estreita entre Paris e Berlim. O antigo político sublinhou, porém, que há outros países, como Portugal, com uma “palavra a dizer” na Europa.

“Eu estou hoje mais confiante no futuro do que há algum tempo”, resumiu Durão Barroso, referindo ainda o desejo de ver a nova administração norte-americana, liderada por Donald Trump, a reconhecer que a Europa “é de longe o maior parceiro dos Estados Unidos”.

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33 novas razões para sorrir: a Malo Clinic está em expansão

  • ECO
  • 28 Maio 2017

A Malo Clinic vai estender largamente a sua rede de clínicas. São 31 no estrangeiro, mas em Portugal também há novidades. Leiria abre ainda este ano e a Loulé já só falta a inauguração.

33, as contas que Maló fez: em 2017 o grupo Maló vai inaugurar 31 clínicas no estrangeiro e duas em Portugal. A Malo Clinic é a única empresa médica que está presente em tantas localizações: as unidades estão espalhadas por 20 países. “Portugal é o número um na cortiça e nos dentes”, afirma Paulo Maló. O ECO falou com o gestor da rede de clínicas sobre a numerosa expansão — aquilo que a sustenta e os horizontes que abre ao grupo.

O investimento no estrangeiro já é uma história antiga nas clínicas Maló, e com algumas reviravoltas. Em 2008, quando o negócio crescia 35%, o grupo Maló viajou com um largo investimento para a China, um mais humilde nos EUA e um pequeno investimento no Brasil. Quando em 2009 a crise bateu às portas da clínica em Lisboa, o volume de negócios retraiu-se 20% de acordo o gestor, o que afetou todo o processo de internacionalização. Foi “complicado” admite Maló. Algumas clínicas ficaram a meio, outras cortaram no marketing e não entraram no mercado como previsto. Só no Brasil, acabaram por se perder quatro milhões.

"Portugal é pequeno. É difícil crescer a passos maiores”

Paulo Maló, acerca da necessidade de expandir para o estrangeiro

A expansão continuou então mais tímida, mas não chegou a ser interrompida. Atualmente a Malo Clinic tem 12 unidades em Portugal e 65 no estrangeiro. Estas últimas têm portanto bastante peso no volume de negócios, mas ainda assim, ficam-se pelos 42%, peso que deve aumentar para quase metade — 49% — em 2017. No estrangeiro, as clínicas são mais, mas de menor dimensão. Em Portugal, só a clínica lisboeta tem mais salas de bloco operatório do que o Hospital da Luz, diz o gestor.

Paulo Maló nos corredores da maior clínica do grupo, a de Lisboa.Paula Nunes / ECO

 

A empresa assinala um retorno à saúde financeira no ano passado, com um crescimento de 16% no volume de negócios: dois dígitos, à semelhança do que se passou nas clínicas de Angola e da China. A China trouxe 10,8 milhões de euros na bandeja e Angola um milhão. Estes números, dos quais a empresa espera uma continuidade positiva, dão agora força aos novos investimentos da Europa à Ásia, assinalados no mapa:

Infografia de Raquel Sá Martins

 

A expansão para o estrangeiro vai custar ao grupo 6,3 milhões de euros, mas espera-se obter no próximo ano um volume de negócios de 9,3 milhões de euros nas clínicas autónomas e de 700 mil euros com as parcerias. Nestas últimas, o grupo entra com capital consoante o interesse e o que a lei do país permita. São especialidades complementares, não para diversificar o risco mas para conseguir sinergias que ofereçam um serviço mais completo, já que os clientes, reconhece Paulo Maló, “vêm pela estética e conforto”.

Por cá, investem-se 500 mil euros em Leiria e Loulé. Dentro de quatro meses, Leiria vai ter a terceira maior clínica Maló no país, atrás da de Lisboa e da do Porto. A Loulé, já só falta a inauguração oficial, pois a unidade já se encontra em funcionamento. Capitais de distrito como Viseu e Braga são outras localizações em vista para o futuro.

Apesar dos vários projetos confirmados para 2017, Paulo Maló não quer fechar o número em definitivo para o futuro e declara-se ainda em negociações. As empresas de negócios relacionados, como seguradoras ou farmacêuticas, por vezes tomam a iniciativa e avançam com propostas, pois acreditam que irão beneficiar da existência deste novo serviço na sua área. “Querem o know-how e o nome da Maló” explica Paulo.

“Não somos ativos, somos reativos”: Paulo Maló continua a receber propostas de expansão.Paula Nunes / ECO

“Grandes grupos hospitalares nunca conseguiram uma presença como a que nós temos”. A Malo Clinic “é a única empresa médica presente em 20 países”, e de acordo com Paulo Maló, o segredo é a diferenciação permitida pela inovação. A clínica tem de momento a patente de vários tratamentos, com destaque para a reconstrução da maxila. Paulo Maló estima que, entre custos fixos e novos investimentos, o departamento de inovação represente uma despesa de cerca de 40.000 euros por mês.

Para além da inovação, “os dentistas portugueses estão na base do sucesso”, não só pela educação técnica mas também pela educação cívica, defende o gestor. Quando uma unidade autónoma abre, o grupo exporta os profissionais que forma em Portugal, de forma a assegurar a qualidade dos serviços. O departamento de educação recebe atualmente cerca de 4.000 alunos por ano. As novas clínicas autónomas vão exigir a alocação de 100 novos profissionais no estrangeiro e 15 no país.

Para Paulo Maló, os profissionais da sua clínica são uma das chaves que permitem o atual sucesso.Paula Nunes / ECO

Mas voltando à terra: os grandes voos da empresa também enfrentam alguma turbulência. Cada vez que se abre uma clínica, geralmente esta acaba por canibalizar outras já existentes. Este efeito não preocupa Paulo Maló, uma vez que até agora a parcela de canibalização tem sido compensada pela afluência de novos clientes nas novas localizações.

Outra nuvem negra sobre as negociações no estrangeiro é “a marca Portugal”. “Somos pequenos e sempre tivemos pouca agressividade diplomática”, aponta Paulo Maló. O gestor acredita que é necessário um maior investimento nas relações comerciais da parte das embaixadas e do próprio governo. Contudo, o ICEP, a agência para o Investimento e Comércio Externo em Portugal tem contornado o problema graças ao “bom trabalho” dos seus representantes, elogia Maló.

As perspetivas do grupo para 2017 são assim otimistas. O grupo Maló prevê que o crescimento este ano se mantenha nos 16% e seja assim atingida a fasquia dos 86 milhões de euros em volume de negócios.

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App Kik lança moeda digital em pleno boom da bitcoin

  • Bloomberg
  • 28 Maio 2017

Aplicação de mensagens é a empresa mais recente, e possivelmente a mais bem estabelecida, a apostar numa nova forma de captar recursos: criar sua própria moeda digital.

A Kik, que tem sede em Waterloo, no Canadá, revelou os planos para realizar uma “oferta inicial de moedas” (ICO, na sigla em inglês), um processo pelo qual vende fichas que podem ser usadas para comprar serviços em sua plataforma. A ideia é que, à medida que mais e mais pessoas usem a aplicação Kik, o valor das fichas, chamadas “Kin”, aumente.

O interesse na oferta de moedas é elevado graças ao aumento de preço das bitcoins e de outras moedas virtuais. As ICOs dão a um amplo grupo de pessoas a oportunidade de investir numa empresa ou em qualquer outro projeto desde os primeiros passos. Embora desregulamentadas, estas moedas alternativas são populares e os investidores gastaram cerca de 330 milhões de dólares nestas fichas nos últimos 12 meses, segundo dados compilados pelo blog de moedas criptografadas The Control. No início do mês, a startup especializada em armazenamento em nuvem Storj conseguiu quase 30 milhões de dólares em cinco dias, através de uma ICO.

A Kik, que levantou cerca de 120 milhões de dólares em dinheiro real — com investidores como a Tencent Holdings –, pode servir para aumentar a legitimidade ao processo.

“A Kik será a maior base instalada de utilizadores de moedas criptografadas do mundo”, explica o CEO da empresa, Ted Livingston. “A Kin será a moeda criptografada mais usada do mundo desde o primeiro dia.

A decisão coincide com a revelação de que a Kik é usada regularmente por 15 milhões por mês. A diferença é grande em relação ao total de 300 milhões de utilizadores registados que a empresa divulgou mais ou menos na mesma época do ano passado.

A Kik é mais popular entre os adolescentes porque, ao contrário do Messenger ou do WhatsApp, ambos do Facebook, não é preciso ter um número de telefone para usá-lo. Mas tem sido difícil crescer nos últimos anos, porque os adolescentes passaram a ter smartphones mais cedo e os utilizadores trocam a app da Kik pelas do Facebook quando saem do liceu.

A Kik está a planear oferecer a Kin a cada utilizador: a nova moeda servirá para comprar jogos, realizar streaming de vídeos ao vivo e outros produtos digitais. O objetivo da empresa é atrair novas empresas que vendam na plataforma, criando um efeito bola de neve no qual a Kin se torna mais valiosa, o que aumentará a sua popularidade.

Nós vamos criar uma economia na qual milhões e milhões de consumidores em massa ganharão com uma moeda criptografada pela primeira vez na história”, disse Livingston. “E eles vão querer gastar nessa mesma moeda criptografada.”

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Proteção de dados: “Não vamos ter sistemas à prova de bala”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 28 Maio 2017

O novo regulamento para as empresas sobre a proteção de dados "vai dar dores de cabeça às empresas". E a perfeição, neste campo, é inatingível, dizem os profissionais da tecnologia.

Depois de cinco anos de negociações e quatro mil adendas, o Parlamento Europeu aprovou um novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) que garante mais proteção aos cidadãos europeus, no que diz respeito à privacidade e aos dados, mas mais trabalho para as empresas. Ainda assim, e com todas as melhorias que se estão a fazer neste campo, os profissionais da tecnologia não garantem resultados perfeitos, nem a plena aplicabilidade dos pressupostos do RGPD.

Esta problemática foi discutida na conferência “O Novo Regulamento Europeu de Proteção de Dados”, promovida pela Ordem dos Advogados e a Microsoft Portugal, tendo juntado advogados, politólogos e profissionais de tecnologia. A conclusão foi abrangente: estes são os primeiros passos para um longo caminho que, como afirmou Rui Gomes, sócio de IT Advisory da KPMG, “vai dar dores de cabeça às empresas.” No âmbito da discussão, foi também apresentado o estudo levado a cabo pela consultora KPMG e que teve como objeto de análise o impacto do novo RGPD.

A proteção total é impossível

No rescaldo do WannaCry, o ataque informático global que atingiu mais de 45 mil utilizadores um pouco por todo o mundo, as garantias de uma proteção total e sem falhas não pode ser dada por ninguém. Sandra Miranda Ferreira, CTO da Microsoft Portugal, afirmou em painel que “não vamos ter sistemas à prova de bala, as brechas vão sempre existir.” Ainda assim, garantiu que, em todos os casos, “faz-se sempre a melhor proteção de dados possível”.

"Esta regulação também tem uma face positiva, podendo vir a ser uma factor diferenciador, uma oportunidade para atrair novos clientes.”

Filipe Pinto Ribeiro

Representante da HP

O determinismo em relação aos ataques e às brechas de proteção também foi expressado por Rui Gomes da KPMG: “A pergunta sobre a cibersegurança, deixa de ser ‘será que eu vou ser afetado’ para ‘quando é que eu vou ser afetado’.”

O primeiro passo é a educação

Ainda que o caminho a seguir a partir de agora passe maioritariamente pela via judicial, através das obrigações e das punições impostas às empresas, a importância da educação e da formação para as tecnologias foi sublinhada pela maioria dos constituintes dos painéis. Para Sandra Miranda Ferreira “a protecção dos dados começa em cada um de nós”, através da maneira como utilizamos as ferramentas online.

A CTO da Microsoft Portugal afirmou também que as empresas e as instituições públicas têm de educar os seus colaboradores para que sejam o mais responsável possível com o manuseio dos seus próprios dados, como é o caso das credenciais de acesso.

Também Filipe Pinto Ribeiro, representante da HP, especificou que esta transição de regulamentos não será fácil para as empresas, e que, ainda que a perfeição não seja atingida, que “temos [as empresas] de passar a tratar os dados de uma forma diferente.” Este fez ainda questão de sublinhar que “não vamos poder fazer uma dieta rápida para tratar os nossos dados, vamos ter de criar um estilo de vida.”

Mais que um obstáculo, uma oportunidade

Se regras mais restritas significam mais atenção por parte das empresas, as falhas significam grandes quebras na imagem da marca. Estas vão passar a garantir a conformidade das normas para se manterem competitivas. Além disso, e como destacou Sandra Miranda Ferreira, este cumprimento não se pode limitar a “picar uma checkbox”, mas sim manter esse fator, o que para a gestora é um dos maiores desafios.

Num tom menos negativo falou Filipe Pinto Ribeiro, que considerou que as novas regras não são necessariamente negativas. “Esta regulação também tem uma face positiva, podendo vir a ser uma fator diferenciador, uma oportunidade para atrair novos clientes”, os que valorizam o rigor na proteção de dados.

O que é que muda para as empresas?

O novo RGPD entrará em vigor em 25 de maio de 2018. Com este, os princípios de protecção de dados pessoais não vão sofrer alterações substanciais, sendo que as maiores mudanças serão ao nível das regras de operacionalização, como por exemplo:

  • As organizações passam a funcionar num modelo de auto regulação, sendo que a responsabilidade pela interpretação, operacionalização e manutenção da conformidade passa da CNPD para as próprias.
  • O quadro sancionatório será agravado, sendo que a coima máxima pode atingir os 20 milhões de euros, ou 4% do volume de negócios global.
  • O conceito de dados pessoais será alargado para incluir quaisquer dados suscetíveis de identificar, mesmo que de forma indireta, um determinado indivíduo.
  • Os direitos dos titulares de dados pessoais, como direito ao esquecimento e à portabilidade, serão reforçados.
  • Quaisquer incidentes relativos ao comprometimento de dados pessoais passarão a ter de ser reportados à Autoridade de Controlo e, em certas condições, aos próprios titulares afetados.

Segundo o dados do estudo levado a cabo pela KPMG, 65% das organizações sondadas considera ter um grau de consciência médio ou alto sobre as novas obrigações em matéria de proteção de dados. No entanto, 85% reconhece que “ainda não iniciou o processo de implementação de medidas efetivas para responder” aos novos requisitos. Neste participaram 101 organizações, de sete setores de atividade, inquiridas entre novembro de 2016 e janeiro de 2017.

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Passos: autárquicas não são “concurso de estrelas, nem feira de gado”

  • Lusa
  • 28 Maio 2017

Passos Coelho desafiou os autarcas social-democratas a fazerem uma campanha com sobriedade, porque as autárquicas não são "concurso de estrelas, nem uma feira de gado".

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, desafiou este sábado os autarcas social-democratas a fazerem uma campanha com sobriedade, porque as autárquicas não são “concurso de estrelas, nem uma feira de gado” e não precisam de “transumância ideológica”.

“Isto não é um concurso de estrelas, nem uma feira de gado”, disse esta noite Passos Coelho, referindo-se à expressão utilizada no passado por “outras pessoas que a usaram para caracterizar o país”, alertando que é preciso “sobriedade” nas promessas, porque há “políticos que gostam de vender demasiada ilusão”.

O presidente do PSD reconheceu que os candidatos podem não ter soluções para todos os problemas e reiterou o aviso de que é necessária prudência, falando no encerramento da Convenção Autárquica Nacional do PSD, que culminou na noite na Maia, Porto, com a assinatura da carta de sete compromissos entre os candidatos às autárquicas.

“Podemos não ter soluções para todos os problemas, mas por favor, em época eleitoral, é bom ter prudência, apesar dos entusiasmos das campanhas, e não deixar na ideia das pessoas que fazemos milagres, porque essa não é a nossa especialidade”, declarou durante a sua intervenção no púlpito.

“Na política, é preciso talento, é preciso trabalho (…), rigor exigência e depois também ser suficientemente prudente”, reiterou.

“Creio que podemos com isto mostrar ao país que estamos em condições de servir as pessoas, sem autossuficiência, sem narcisismo”, prosseguiu, mas “com abertura democrática, sem prescindir do que somos, sendo genuínos, autênticos”.

Não precisamos de transumância ideológica apesar de sermos gente pragmática que quer resolver problemas, mas não queremos resolvê-los com as soluções dos outros. É com as nossas crenças, com as nossas convicções que o temos de fazer. Umas vezes ganhamos, outras vezes perdemos, mas só vale a pena esta atividade política se realmente podermos ter a consciência de o fazer com os nossos princípios, os nossos valores, as nossas ideias”, defendeu Passos Coelho.

Descentralização não deve ser feita a mata-cavalos

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, alertou ainda que os social-democratas não vão andar “a mata cavalos” para concluir o trabalho sobre a descentralização antes do fim da sessão legislativa e avisa que precisa de garantias.

“O PSD aproveita esta Convenção [Autárquica Nacional] para reafirmar que sim, somos um grande partido defensor da descentralização, fizemos muito por ela em tempos de responsabilidades governativas, na oposição suscitámos esta questão várias vezes convidando os outros a fazer esta discussão”, afirmou no discurso de encerramento da Convenção Autárquica Nacional do PSD hoje à noite na Maia, Porto.

“Infelizmente a maioria não foi sensível e isso, e agora andamos a mata cavalos, à pressa para ver se conseguimos fechar isto a tempo de podermos dizer que concluímos o trabalho antes da sessão legislativa”, declarou Passos Coelho.

Acrescentou que a reforma tinha de ter “substância efetiva” e que o PSD tinha de ter a “confiança” de que era produzida de “forma substancial”, que estava “bem preparada”, bem “alinhada”, e que entraria em vigor com as condições que garantissem “bons resultados”.

Não fazemos as coisas de qualquer maneira e não as faremos seguramente sem garantias. Não andamos distraídos e não substituímos essencial pelo acessório e não estamos disponíveis para a troco de um título para campanha comprometer um processo que precisa de ser bem feito para poder produzir bons resultados por muitos anos“, considerou o líder do PSD, lamentando que as recomendações que o partido fez sobre o plano de reformas tenha sido “letra morta”.

 

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