Turismo: número de hóspedes sobe em novembro, mas proveitos desaceleram

  • Margarida Peixoto
  • 15 Janeiro 2018

A atividade turística continuou a bom ritmo no final do ano passado. Os dados do INE mostram o número de hóspedes e as dormidas a acelerar, mas os proveitos das empresas abrandaram o crescimento.

Cada vez mais hóspedes: os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o número de hóspedes, bem como o número de dormidas, registados pela hotelaria em Portugal continuou a acelerar em novembro. Contudo, os números dão conta de estadas mais curtas e mostram algum abrandamento no crescimento dos proveitos das empresas.

Segundo o INE, o número de hóspedes cresceu 10,2% face ao período homólogo e o número de dormidas registou um aumento de 8,8%. Ambos os valores representam uma aceleração do ritmo de crescimento face a outubro. Ainda assim, a estada-média registou uma quebra de 1,3% e o crescimento dos proveitos totais foi menos pronunciado, embora ainda elevado: 15,5%. Também os proveitos apenas de aposento aumentaram de forma expressiva (17,4%), mas menos do que em outubro.

Olhando para os dados de janeiro a novembro, verifica-se que 2017 foi um ano muito positivo quando comparado com 2016. Os resultados preliminares do INE apontam para um aumento de 8,7% no número de hóspedes, de 7,2% nas dormidas e um aumento de 16,5% dos proveitos totais.

No final de novembro, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, já tinha classificado o aumento das receitas do turismo esperado para 2017 como “o maior crescimento do século”. Agora, os dados de novembro mostram que o panorama continua bastante positivo, apesar da subida não ser sempre a acelerar.

Estadas médias mais curtas: menos de três noites

Segundo os dados do INE, face ao ano passado as estadas-médias estão a ficar mais curtas. No período de janeiro a novembro registou-se uma quebra de 1,4%, sendo o período médio de permanência de 2,81 noites.

Tanto em outubro, como em novembro o número de noites também diminuiu, tendo em novembro ficado nos 2,53. Segundo o boletim do INE, esta redução foi mais expressiva nos Açores e na Madeira (no Centro e no Alentejo até aumentou) e justificou-se exclusivamente pelos hóspedes não residentes — “no caso dos residentes houve um aumento de 3,5% neste indicador”, lê-se no boletim.

Ainda assim, a taxa de ocupação-cama subiu, em termos líquidos, para 53,3% na média dos 11 meses e para 37,1% só no mês de novembro.

Mais turistas brasileiros, norte-americanos e polacos

O número de turistas brasileiros, norte-americanos e polacos registou um crescimento expressivo, com subidas de 37,4%, 33,6% e 29,6%, respetivamente. Ao mesmo tempo, os turistas do Reino Unido — que são a maior fatia dos hóspedes estrangeiros — continuam a diminuir: a queda foi de 7,7%.

Mesmo assim, o Reino Unido continua a manter a liderança no peso dos hóspedes estrangeiros, representando 16% do total. De seguida estão os espanhóis (13%) seguidos pelos alemães (10%) que continuam a aumentar.

 

(Notícia atualizada)

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