Economist revê PIB de Angola em baixa de 2,4% para 1,8% em 2018
A revisão em baixa é justificada pela depreciação e as pressões da inflação que devem ter um impacto negativo no consumo privado. O Governo prevê, no orçamento para este ano, um crescimento de 4,9%.
A Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando para este ano uma expansão de 1,8%, menos 0,6 pontos do que os 2,4% previstos.
“Revimos em baixa a nossa previsão de crescimento para 2018, já que a depreciação e as pressões da inflação devem ter um impacto negativo no consumo privado“, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
Na análise mensal à economia angolana, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que “o PIB deve crescer, em média, 2,4% até 2020 devido ao ajustamento aos preços mais baixos do petróleo, a uma expansão ligeiramente maior no consumo privado e na despesa pública”.
A depreciação e as pressões da inflação devem ter um impacto negativo no consumo privado.
A partir daí, acrescentam, “o crescimento deve acelerar ligeiramente, para uma média de 2,9% em 2021 e 2022, já que os preços internacionais do petróleo devem subir cerca de 6,7% ao ano”. No entanto, sublinham, “o investimento fora da área dos hidrocarbonetos vai continuar a ser constrangido pelo difícil ambiente de operações”.
Assim, concluem, “o crescimento médio de 2,4% em 2018 é menos de um quarto da taxa registada na década até 2014, e o PIB real per capita deve contrair a uma média anual de 0,8% neste período”. O Governo prevê, no orçamento para este ano, um crescimento de 4,9%.
Para os analistas da Economist, um reequilíbrio da economia que afaste a dependência do petróleo é fundamental, “mas um processo deste género deve ser demorado, mesmo que as autoridades estejam completamente focadas numa reforma em larga escala”.
Ainda que o Presidente de Angola, João Lourenço, tenha “um apetite reformador maior do que o esperado, continua por esclarecer se tem vontade – ou se é capaz, dados os interesses instalados – de adotar as reformas duras e a transparência que é necessária para um envolvimento genuíno com o Fundo Monetário Internacional“, concluem.
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