Afinal, quem aumentou mais as comissões bancárias?
Comissões, comissões e... mais comissões. Renderam 1.876 milhões aos principais bancos no ano passado, com o BCP a ser o banco que mais arrecadou, seguido da CGD. Quem aumentou mais? O Montepio.
Os bancos têm vindo a aumentar comissões à procura de receitas. Desde as mais simples, como as de manutenção de conta, aos custos relacionados com o crédito à habitação. No espaço de apenas um ano, houve um aumento médio de 5% nas comissões líquidas, mas esta variação esconde aumentos de apenas 3% e outros que chegam aos 15%.
Os cinco principais bancos a operar no mercado nacional captaram 1.876 milhões de euros em comissões durante o ano passado, num bolo em que a maior fatia foi obtida através dos clientes particulares. Houve um aumento de praticamente 100 milhões de euros, levando a que a cada dia que passou as instituições financeiras tivessem obtido 5,14 milhões de euros.
O aumento médio nas receitas com comissões foi de cerca de 5%, mas houve quem tenha aumentado muito mais: três vezes mais. É o caso do Montepio. O banco liderado por Félix Morgado definiu no plano estratégico aumentar as comissões como fonte de geração de receita. E foi o que fez: as receitas subiram 15,3% para 117 milhões, “beneficiando da dinâmica comercial na adequação do preçário à proposta de valor do grupo”. Apesar deste aumento, foi o banco que arrecadou menos em comissões.
Foram os bancos que menos subiram comissões que conseguiram arrecadar mais dinheiro, o que se justifica pela base de clientes que é bastante superior. O BCP, que aumentou 3,6% as comissões líquidas, foi o que arrecadou mais dinheiro: 666,7 milhões de euros. Uma subida “impulsionada pelo desempenho da atividade internacional, principalmente da operação na Polónia”, de acordo com o banco.
A CGD, que tem estado em foco devido ao aumento das comissões bancárias, nomeadamente para os jovens e os mais idosos, revelou um aumento de 3% das comissões líquidas, para 465 milhões — mas a subida “fica muito aquém” em comparação com os anos da crise e com os concorrentes, disse o presidente do banco público, Paulo Macedo, durante a apresentação dos resultados para 2017.
Espanhóis aumentam mais
Olhando para os bancos espanhóis, os aumentos das comissões rondam os 8%. No caso do Santander Totta, este cobrou 331,1 milhões de euros em comissões em 2017, mais 25,4 milhões do que em 2016.
Quanto ao BPI, o banco liderado por Pablo Forero registou um aumento nas comissões líquidas de 8,3%. Mas nas comissões bancárias, aquelas que são efetivamente cobradas aos clientes particulares, esta subida foi menos pronunciada: 4,4%. Uma evolução que permitiu à instituição financeira arrecadar 180 milhões de euros no ano passado. No total, estas receitas ascenderam a 297 milhões.
Aumentos futuros? Nem todos
Comissões, comissões… e mais comissões. Alguns dos bancos não afastam a possibilidade de virem a aumentar ainda mais o que cobram aos clientes. É o caso do BCP. Na apresentação das contas, Nuno Amado afirmou que as comissões estão “estáveis em Portugal”, mas que estas podem vir a subir este ano. “É possível que em 2018 haja algum aumento de comissões”, disse o presidente da entidade.
É possível que em 2018 haja algum aumento de comissões.
No caso da CGD, os clientes entre os 26 e os 29 anos vão deixar de estar isento da cobrança de comissão de manutenção de conta a partir de maio. E quem fizer levantamentos ao balcão com a caderneta vai passar a pagar um euro.
Mas o presidente do banco estatal não prevê mais alterações este ano. “Temos claramente a intenção de aumentar o volume de comissões, mas não de alterar o preçário este ano”, esclareceu o gestor na apresentação das contas, reforçando a ideia de que a instituição financeira “continua a ter o maior número de isentos no país e a não cobrar qualquer valor nos serviços mínimos bancários”.
O Santander Totta deve seguir o mesmo caminho. António Vieira Monteiro afirmou que as comissões do Totta estão num nível “razoável”, garantindo que a instituição financeira não deve avançar com mais alterações neste âmbito. Mas relembrou que é o mercado que vai determinar se o banco volta a mexer nas comissões.
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