Governo e PSD já deram pontapé de partida para negociação de fundos europeus
Objetivo da reunião entre Pedro Marques e Castro Almeida era partir com posição forte para negociação. Governo quer ter apoio dos seus parceiros de maioria.
Preparar o argumentário português em Bruxelas para que Portugal parta com uma posição forte para a negociação das próximas perspetivas financeiras. Este era o objetivo da reunião desta terça-feira entre o ministro Pedro Marques e o vice-presidente do PSD, Manuel Castro Almeida. O encontro “correu muito bem”, na avaliação do PSD que se mostrou disponível para dar o braço ao Executivo nesta matéria.
“Há bastante sintonia. Estou convencido de que vai ser possível chegar a acordo”, afirmou o vice-presidente do PSD, Castro Almeida, à saída do primeiro encontro com Pedro Marques. “Esta primeira abordagem foi positiva e de âmbito bastante construtivo”, classificou, por seu turno, o ministro Pedro Marques, sublinhando que não tem nenhum ponto de divergência para valorizar. Apenas ressalvou “a disponibilidade mútua para trabalhar”, mas não apenas com o PSD, já gostaria de que este diálogo fosse alargado aos partidos da maioria. “O nosso foco é trabalhar com o PSD mas também com os outros partidos no reforço do quadro financeiro plurianual”, disse o ministro. “Queremos chegar à Europa com uma posição fortalecida e foi por aí que começámos”, acrescentou e a prioridade ficou definida.
Quanto a estar de braço dado com o PSD, Pedro Marques brincou e disse: “Tenho dois braços neste momento, por isso a figura ou a imagem para mim não serve porque consideramos muito importante o entendimento com o maior partido da oposição, mas valorizamos muito os outros partidos com assento parlamentar e, por maioria de razão, aqueles que têm apoiado esta solução política”.
“Queremos que o país saia destes trabalhos e de este debate muito mais forte na sua posição em Bruxelas”, concluiu, seja em termos de abordagens estratégica sejam em termos de prioridades. E, “dependendo daquilo a que se chegar a acordo, depois será defendido o âmbito da sua validade futura”, acrescentou. Mais perentório, Castro Almeida garantiu que “o PSD está de muito boa-fé nestas negociações” e lembrou que, “o que está em causa é o interesse do país e os partidos só se justificam para defender os interesses do país”.
Os dois responsáveis — que estiverem reunidos cerca de hora e meia —, já têm novo encontro marcado para daqui a 15 dias. Mas, à partida, deverão estar presentes outros interlocutores, nomeadamente o eurodeputado social-democrata, José Manuel Fernandes, sendo que os trabalhos já incidirão sobre textos e propostas concretas. Em mente está a meta de “chegar a acordo até ao verão. Caso contrário já não valerá a pena, porque é necessário chegar a acordo antes de a Comissão Europeia formular a sua proposta”, explicou Castro Almeida.
Uma das principais preocupações dos partidos nacionais é assegurar um bom volume de fundos para o próximo quadro comunitário, mas também garantir que é dada prioridade à Política de Coesão, assim como à Política Agrícola Comum. Não houve acordo em todos os pontos, mas nenhum dos responsáveis quis avançar aos jornalistas onde se encontram as divergências. “Demos algumas sugestões ao Governo — que o Governo vai avaliar e ponderar –, e o Governo também nos passou pontos de vista que vamos ponderar”, disse Castro Almeida.
Menos seguro está o acordo para uma fase posterior, tal como Manuel Castro Almeida já tinha dito ao ECO. “Uma fase de negociação na qual vamos ter de decidir onde vamos ter de colocar os recursos que vierem da Europa“. “Haverá uma segunda fase, na qual vamos igualmente chegar a acordo. Mas onde o acordo é mais difícil e mais exigente”, previu o antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional que teve a seu cargo a negociação do acordo de Parceria do Portugal 2020 com o Partido Socialista.
(Notícia atualizada às 22h21 com mais informação)
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