UE considera impor tarifas de “salvaguarda” em resposta aos EUA
A comissária europeia para o Comércio diz que a Comissão Europeia tem de responder às tarifas às importações de aço e de alumínio. Responsáveis aguardam por anúncio formal dos EUA.
A Comissão Europeia disse que ia responder à decisão de Donald Trump de aplicar tarifas às importações de aço e de alumínio. E cumpriu. Bruxelas diz que vai considerar a possibilidade de vir a impor tarifas de “salvaguarda”. Cecilia Malmstrom, a comissária europeia para o Comércio, afirma que a Comissão Europeia vai aguardar pelo anúncio formal por parte dos EUA para tomar uma decisão.
Numa entrevista ao Financial Times (acesso pago/ conteúdo em inglês), Cecilia Malmstrom alerta que a União Europeia não terá escolha se não responder às medidas que o Presidente dos EUA quer impor nas próximas semanas. Donald Trump disse, durante um encontro na Casa Branca com executivos de empresas produtoras e transformadoras dos dois metais, que quer aplicar penalizações de 25% nas importações de aço e 10% nas importações de alumínio.
"A imposição deste tipo de medidas não é o caminho a seguir. Arriscamos assistir a um efeito dominó.”
A comissária europeia com a pasta do Comércio salienta que a decisão de Trump é preocupante. “A imposição deste tipo de medidas não é o caminho a seguir”, afirma Cecilia Malmstrom. “Arriscamos assistir a um efeito dominó”, acrescenta. Depois do anúncio dos EUA, a responsável já tinha afirmado que estas tarifas “vão ter um impacto negativo nas relações transatlânticas e nos mercados mundiais”.
Para Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, a iniciativa dos EUA parece ser “uma intervenção flagrante para proteger a indústria” norte-americana e “não se basear em justificações ligadas à segurança nacional”. Juncker acrescentou que “esta decisão [de Trump] só pode agravar as coisas, em vez de favorecer uma solução”. “Não vamos ficar de braços cruzados quando a nossa indústria é atacada com medidas injustas”, frisou.
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel, também já veio pedir uma resposta “firme” por parte da União Europeia contra a decisão do presidente norte-americano acerca da tributação sobre as importações do aço e alumínio. “A União Europeia deve reagir de forma firme às taxas aduaneiras punitivas dos Estados Unidos que ameaçam milhares de postos de trabalho na Europa”, disse.
China pede a Washington que trave medidas protecionistas
Já a China apelou a Washington que “trave” as medidas protecionistas e “respeite as regras” do comércio multilateral. “A China pede aos Estados Unidos que travem o recurso a medidas protecionistas e respeitem as regras do comércio multilateral”, afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
“Se outros países seguissem o exemplo [norte-americano], teria um grave impacto na ordem do comércio multilateral“, referiu Hua.
A porta-voz da diplomacia chinesa afirmou que os EUA oferecem já uma “proteção excessiva” aos seus produtores de aço e alumínio, tendo adotado “mais de uma centena” de medidas contra a importação daqueles produtos. Hua Chunying não mencionou, no entanto, possíveis represálias por parte de Pequim.
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