Requalificação da 2.ª Circular só avança quando Câmara de Lisboa tiver “projeto mais vasto”
Presidente da câmara de Lisboa diz que a grande intervenção na Segunda Circular só vai avançar quando o município tiver "condições para um projeto mais vasto".
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), afirmou na terça-feira que a grande intervenção na Segunda Circular só vai avançar quando o município tiver “condições para um projeto mais vasto”.
“Depois de termos de tomar a decisão sobre o projeto da Segunda Circular, eu anunciei que íamos fazer um conjunto de intervenções de urgência sobre os pontos críticos”, começou por dizer o socialista aos deputados da Assembleia Municipal de Lisboa. Segundo o presidente da autarquia, “essas intervenções de urgência foram feitas, estão listadas, estão identificadas e quantificadas”.
“E iremos continuar a fazer, até ao momento em que a câmara apresente, aprove e tenha condições para avançar com um projeto mais vasto relativamente à Segunda Circular”, precisou o autarca.
Medina foi questionado sobre a obra da Segunda Circular pelo deputado do PSD António Prôa (que foi vereador social-democrata no último mandato), durante o período destinado à informação escrita do presidente. O social-democrata disse ter estranhado que o documento não referisse Segunda Circular e que o orçamento municipal em vigor também não.
“O presidente teimou que a obra era urgente”, afirmou Prôa, salientando que “passadas as eleições não há obra e passadas as eleições não há orçamento que as preveja”.
Assim, o eleito questionou Medina sobre se “a obra deixou de ser urgente ou se a Câmara mudou de ideias”. Em resposta, o presidente da câmara apontou que o deputado “está ansioso por uma nova polémica”. “Cá estaremos prontos para isso”, acrescentou.
Em setembro de 2016, a Câmara de Lisboa anulou o concurso da Segunda Circular e abriu um inquérito para averiguar eventuais conflitos de interesses, detetados pelo júri do procedimento, por parte de um projetista que também comercializa a mistura betuminosa que iria ser usada no piso (RAR).
Entretanto, uma auditoria interna admitiu que o projetista poderá ter prejudicado as empresas concorrentes devido à forma como prestou esclarecimentos, tendo sempre como referência esse produto que comercializa. Esta conclusão levou o presidente da Câmara de Lisboa a pedir ao Ministério Público para analisar o caso.
Orçada em mais de 10 milhões de euros, a empreitada visava melhorar a fluidez do tráfego e conferir mais segurança. Ainda em resposta ao PSD na reunião plenária da Assembleia Municipal, Fernando Medina afirmou que a requalificação da Praça de Espanha “vai ser das intervenções mais importantes de espaço público deste mandato”. Esta zona terá “um jardim que será cerca o dobro em área do que é o Jardim da Estrela”, salientou.
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