Vem aí a Uniphi. Esta app diz-lhe onde pode estudar
O que é que um aspirante a advogado e dois estudantes de Engenharia Mecânica têm em comum? A Uniphi -- a aplicação que permite saber os espaços ideais para se estudar. A Advocatus foi saber.
O que é que um aspirante a advogado e dois estudantes de Engenharia Mecânica têm em comum? A Uniphi — a aplicação que permite saber os espaços ideais para se estudar. Desde cafés, esplanadas a bibliotecas e faculdades, a Uniphi quer dar aos estudantes e profissionais todas as ferramentas para se poder trabalhar fora de casa, podendo indicar se existe Internet ou tomadas nos locais escolhidos, e se estes se encontram cheios ou não.
A aplicação está a ser desenvolvida por Guilherme Oliveira e Costa, 23 anos, vencedor do prémio Pessoa Jorge, mestrando em Direito Internacional e Europeu, pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Ricardo Santos, 22 anos, e João Araújo, 21 anos, estudantes de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico, no quinto e quarto ano do curso, respetivamente. Em conversa com a Advocatus, revelam como tem sido o processo.
“Nós não começámos numa garagem, mas arrancámos numa sala”, começa por contar Ricardo. Foi no verão de 2017, quando “cada um estava ocupado a trabalhar”, que ao fim do dia se encontravam religiosamente os três em sua casa para jantar e debater ideias. “O primeiro grande ativo da empresa foi um quadro branco, que custou sete euros no olx, onde começámos a fazer brainstorming e a desenvolver a ideia”, contam os três amigos, divertidos. Apesar de terem hábitos de estudo bastante diferentes, o que os juntou foi a necessidade de saber quais os locais indicados para se estudar. “Muitas foram as vezes em que batemos com o nariz na porta quando quisemos estudar num domingo à tarde e os sítios estavam fechados”.
"O primeiro grande ativo da empresa foi um quadro branco, que custou sete euros no olx, onde começámos a fazer brainstorming e a desenvolver a ideia.”
A realidade de hoje é que os universitários cada vez mais procuram estudar fora de casa, tanto em espaços académicos como comerciais, e muitas vezes não têm a informação necessária para saber qual o sítio adequado – se tem Internet, se está cheio, se tem tomadas… Estas são algumas das funcionalidades que a aplicação vai dar aos estudantes sobre vários locais nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra. A ideia é numa fase posterior alargar-se a todo o país.
A Uniphi divide-se, assim, em quatro formas-chave de pesquisa:
- Básica – “rapidamente defines o teu horário, com quem queres estudar e o nível de silêncio que preferes”;
- Proximidade – “encontras os locais mais perto de ti para que a pausa da procrastinação não seja desperdiçada em transportes”;
- Avançada – “podes definir características como wi-fi, tomadas, ar condicionado, transportes, microondas, vending-machines, admissão ou acessibilidade para encontrares um espaço à tua medida”;
- Nome – “usaste a Uniphi durante a semana, descobriste o teu espaço de eleição e só queres confirmar o horário para o fim de semana? Pesquisa-o pelo nome e confirma todas as informações”.
Para o arranque da startup o grupo contou com alguns contratempos: “partimos desta ideia inicial, que é boa, mas depois surgiu o problema – nós não fazemos dinheiro com isto. Tivemos de desenvolver um plano de negócio subjacente à plataforma e ideias extra além do core.” Para desenvolver a parte técnica da aplicação contrataram duas pessoas de engenharia informática. “Temos um servidor que serve de base de dados – tudo o que a aplicação tem ou gera está no servidor e a aplicação móvel apenas consulta as nossas bases de dados para dar ao utilizador a melhor experiência possível”, revelam.
Para já, a startup conta apenas com financiamento próprio: “somos a startup mais barata de sempre”, brincam os jovens, que já investiram 10.000 euros no projeto, fruto de trabalhos de verão e poupanças. Guilherme, que venceu o Prémio Pessoa Jorge, da SRS e Lexdebata, que distingue trabalhos académicos de investigação em Direito, no valor de 3 mil euros, revela também que parte dele foi diretamente para a Uniphi.
"Muitas foram as vezes em que batemos com o nariz na porta quando quisemos estudar num domingo à tarde e os sítios estavam fechados.”
A Uniphi arrancou já no fim de fevereiro, numa fase beta, como tentativa de captar investimento e patrocínios. Pretende estender-se, numa fase posterior, a atividades culturais e de lazer, indicando também eventos, festas, conferências e workshops a acontecer nas três cidades.
Para mais informações, consulte o site da aplicação aqui.
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