Mais de metade das linhas de comboio está em mau estado
Relatório da Infra-Estruturas de Portugal dá conta de que 60% das linhas de caminho de ferro estão em mau estado. Os descarrilamentos dos últimos anos ocorreram em troços não modernizados.
O número é assustador. Mais de 60% das linhas de comboio em Portugal estão em mau estado. Um relatório da Infra-Estruturas de Portugal classifica mais de metade das linhas de comboio como medíocres ou más no que respeita ao seu índice de desempenho, escreve o Público (acesso condicionado) esta terça-feira.
Os piores troços registam-se nas linhas do Norte e do Douro, mais concretamente Ovar-Gaia (35 quilómetros) e Tua-Pocinho (32 quilómetros), e ainda a via Estreita de Espinho a Oliveira de Azeméis e de Aveiro a Sernada do Vouga (68 quilómetros).
Com a qualificação de medíocre encontram-se praticamente todos os troços que há anos aguardam por modernização. Devido ao grau de utilização, o relatório dá conta de que o troço Ovar-Gaia é o mais problemático. “A via útil dos ativos neste troço da Linha do Norte há muito que foi excedida e qualquer tipo de intervenção de manutenção produz efeitos pouco duradouros”, pode ler-se no relatório. Logo a seguir acrescenta que há “necessidade de intervenção urgente”.
Já a rede suburbana de Lisboa está pior do que a do Porto, com o relatório a atribuir à linha de Cascais e a da Cintura (Alcântara Terra-Braço de Prata) uma classificação de medíocre. Também com esta classificação aparece o ramal de Tomar, a linha do Algarve entre Lagos e Faro e a da Beira Baixa entre Entroncamento e Sarnadas (Vila Velha de Ródão).
Apesar de o relatório evidenciar que “não se pretende aqui assinalar ativos que representam risco do ponto de vista de segurança de pessoas e bens” a verdade é que têm sido as linhas com pior desempenho que têm ocorrido descarrilamentos, como é o caso da linha da Beira Alta que tem mais de metade do seu percurso classificado como medíocre.
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