Reforço da Mutualista avalia Montepio Seguros em 197 milhões
A compra de uma posição inferior a 1% por 1,5 milhões de euros avalia o ramo segurador num valor abaixo do implícito na proposta dos chineses da CEFC.
A Associação Mutualista comprou à Futuro – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, empresa do grupo Montepio, uma participação no Montepio Seguros inferior a 1% por 1,5 milhões, revela o relatório consolidado de 2016 da entidade liderada por Tomás Correia. Um reforço que avalia o ramo segurador em 197 milhões, abaixo da avaliação que deverá ser atribuída ao negócio na entrada dos chineses da CEFC China Energy, de 250 milhões.
A Associação Mutualista reforçou a sua posição nos seguros do Montepio, passando a ter 99,73% de interesse económico após esta transação.
"A aquisição, à Futuro – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões (SGFP), SA, da participação que esta detinha no capital social do Montepio Seguros SGPS, S.A., no montante de 1.500 milhares de euros.”
Esta compra de 0,76% por 1,5 milhões de euros avalia o Montepio Seguros em 197 milhões. Isto numa altura em que está em cima da mesa um aumento de capital no ramo segurador no valor de 150 milhões, a ser totalmente subscrito pela CEFC China Energy , que deverá passar a deter 60% dos seguros. Nestes termos, o negócio segurador da mutualista estaria avaliado em cerca de 250 milhões de euros.
Menos prejuízos, mas ainda no vermelho
O Montepio Seguros conseguiu reduzir os prejuízos, de acordo com as contas consolidadas da Associação Mutualista. O ramo segurador registou um desempenho negativo de 7,2 milhões de euros, “traduzindo uma recuperação de 15,1 milhões de euros, face a -22,3 milhões de euros obtidos em 2015”, explica a dona do Montepio.
Mas esta melhoria deve ser temporária. Tal como o Público (acesso condicionado) tinha avançado, o Montepio Seguros deverá fechar o exercício de 2017 com prejuízos de 20 milhões de euros, com esta deterioração das contas a pôr em risco a venda ao grupo chinês.
Ao ECO, a CEFC China Energy reforçou o interesse nesta compra, garantindo que “não há obstáculos” e que esta operação “está a seguir os procedimentos regulatórios e legais”. Isto depois de se ter avançado que as negociações estariam suspensas, já que a CEFC China Energy teria concentrado os seus esforços noutra oportunidade de investimento em Portugal: a Partex.
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