Fitch avisa bancos portugueses: reduzam malparado enquanto economia é favorável
Agência de rating avisa bancos do Sul da Europa, incluindo os de Portugal, para reduzirem malparado de modo a ficarem protegidos quando o ciclo económico inverter.
A Fitch avisou, esta quarta-feira, os bancos do Sul da Europa, entre eles os portugueses, para reduzirem os ativos problemáticos enquanto as condições económicas forem favoráveis, para ficarem mais protegidos quando o ciclo se inverter.
Segundo a agência de ‘rating’, em 2018 e 2019 deverá melhorar a qualidade dos ativos dos bancos europeus ajudada pelo crescimento económico, mas avisa que há uma diferença entre os bancos do Norte e do Sul da Europa, com estes últimos a apresentarem mais elevados montantes de crédito malparado e outros ativos problemáticos.
“Os non-performing loans [ativos problemáticos] continuam muito mais elevados no Sul da Europa do que no Norte e os bancos que não reduzirem os stocks podem ficar sob pressão quando o ciclo económico se alterar”, disse a Fitch numa nota sobre os bancos europeus.
A agência destacou, nomeadamente, que o rácio de empréstimos malparados continua acima de 10% (a média europeia) em sete países europeus, com Portugal a ocupar a terceira posição.
O país que tem um rácio mais elevado de crédito malparado face ao total do crédito concedido é a Grécia (44,9%), seguida de Chipre (38,9%), sendo Portugal o terceiro país com mais alto rácio, ainda que bem abaixo destes dois, nos 15,2%.
A Fitch diz ainda que a cobertura de reservas para ativos problemáticos em Portugal é apenas “média”, isto apesar da fragilidade do mercado imobiliários e do elevado endividamento do setor privado, não obstante os progressos feitos, ajudados pelas melhorias macroeconómicas.
A Fitch diz que os ativos problemáticos do setor bancário caíram cerca de 16% no primeiro semestre de 2017, mas que ainda eram 43 mil milhões de euros, quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.
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