Petróleo no Alentejo pode dar até 1,10 euros às ações da Galp Energia, diz o BPI
A avaliação das ações da Galp Energia pode subir entre 0,80 e 1,10 euros caso se confirme o potencial de se alcançar até 1.500 milhões de barris no Alentejo, como prevê o estudo da Eni e Galp.
O Alentejo pode ter até 1.500 milhões barris de petróleo. A conclusão, revelada num estudo do consórcio composto pela Eni e Galp Energia para a exploração da matéria-prima na Costa Vicentina, se provada, pode levar a avaliação das ações da petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva a subir até 1,10 euros, afirmam os analistas do BPI. Apesar do otimismo, os títulos da Galp Energia estão a recuar, ainda que ligeiramente.
“Se assumirmos que os volumes recuperáveis de petróleo ascendem a 1.500 milhões de barris, com base num valor líquido de cinco dólares por barril [diferencial entre o custo de exploração e o seu valor comercial] num período temporal de sete anos, prevemos que a avaliação das ações da Galp possa subir entre 0,80 e 1,10 euros em relação ao fecho de sexta-feira”, de acordo com os analistas do BPI. Os títulos da Galp Energia encerraram a semana nos 15,835 euros. Seguem a cair 0,38% para 15,7750 euros.
Ações da Galp Energia seguem nos 15,7750 euros
Um estudo do consórcio, Eni e Galp para a exploração da Costa Vicentina, estima um volume potencial recuperável de petróleo que varia entre os 1.000 e os 1.500 milhões de barris, um valor equivalente a 17 anos de importações de petróleo, com um impacto evidente na balança comercial portuguesa, revelou o Expresso na edição deste sábado.
"Se assumirmos que os volumes recuperáveis de petróleo ascendem a 1.500 milhões de barris, com base num valor líquido de cinco dólares por barril [diferencial entre o custo de exploração e o seu valor comercial] num período temporal de sete anos, prevemos que a avaliação das ações da Galp possa subir entre 0,80 e 1,10 euros em relação ao fecho de sexta-feira.”
Caso as estimativas do consórcio se confirmem, e atendendo à atual cotação do crude, as receitas potenciais são de 57 mil milhões de euros. Nos 30 anos de concessão, o Estado poderá receber quatro mil milhões de euros de royalties.
A perfuração da Eni e da Galp na Costa Vicentina tem sido alvo de forte contestação. Este sábado, associações ambientalistas e cívicas, a que se juntam alguns partidos políticos, organizaram, em Lisboa, uma manifestação a pedir o cancelamento da prospeção de petróleo perto de Aljezur, no Algarve. Em causa está o risco de esta exploração “comprometer irremediavelmente a imagem internacional da região” e implicar riscos para toda a faixa costeira, ameaçando a riqueza ambiental e ecológica.
A atribuição da licença para pesquisa de petróleo ao largo de Aljezur, no Algarve, foi considerada o pior subsídio a combustíveis fósseis na Europa, distinção contrária à imagem de país que pretende ser neutro em carbono. Entre os oito países selecionados para votação final à escala europeia, “em primeiro lugar, com a medalha de ouro, ficou Portugal”, com o furo de prospeção de petróleo na zona de Aljezur, disse à Lusa o presidente da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero.
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