Caso Manuel Pinho: “Receber 15 mil euros/mês em funções é inédito e grave”, diz Marques Mendes
Marques Mendes, no seu comentário semanal na SIC, diz que as revelações do caso Manuel Pinho mostram “como funcionava Ricardo Salgado”.
“Receber 15 mil euros todos os meses em funções é inédito e grave”. É assim que Marques Mendes comenta a notícia do Observador que dava conta que Manuel Pinho terá recebido “meio milhão do Grupo Espírito Santo quando era ministro”.
Isto mostra “como funcionava Ricardo Salgado. Paga-se debaixo da mesa, é Ricardo Salgado no seu melhor”.
Recorde-se que Ricardo Salgado, o antigo líder do GES, foi formalmente constituído, esta semana, arguido no âmbito do “caso EDP”. Em causa estarão suspeitas de corrupção no âmbito de contratos de receitas garantidas da EDP, os chamados CMEC, que resultaram em benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à elétrica pelo então ministro da Economia do Governo de José Sócrates, Manuel Pinho.
“Não sei se é corrupção do ponto de vista judicial, mas é do ponto de vista moral”, afirma o comentador na SIC que defende que Manuel Pinho tinha a “obrigação de vir dar uma explicação pública”, já que ocupou o cargo de ministro no passado.
Este caso para Marques Mendes, “não afeta só Manuel Pinho, afeta toda a classe política em geral”
Para Mendes, este caso não pode ser justificado com o argumento de que “os políticos são mal pagos”. “Acho que são mal pagos, sobretudo os autarcas que desempenham funções executivas, mas isso não serve de desculpa a Manuel Pinho”, remata o comentador.
O Ministério Público já terá na sua posse os dados fiscais e bancários do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, e também do presidente executivo da EDP, António Mexia. A notícia foi avançada este sábado pelo semanário Expresso. De acordo com o jornal, estes elementos chegaram ao DCIAP no início deste mês de abril. Isto depois de, no ano passado, o juiz de instrução criminal, Ivo Rosa, ter recusado a obtenção destes documentos.
Sobre estas revelações, Ana Gomes, eurodeputada do PS, veio defender esta semana que o PS deve aproveitar o próximo congresso para fazer uma “autocrítica”. “É a oportunidade para escalpelizar” como é que o PS “se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos”, afirmou numa publicação feita na rede social Twitter.
Em declarações ao Diário de Notícias, Ana Gomes confirmou que a mensagem que publicou deve, “obviamente”, ser vista “à luz das revelações” das reportagens da SIC sobre o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, acusado de corrupção no âmbito da operação Marquês e, também, pelas suspeitas de corrupção que recaem sobre o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, agora investigado no “caso EDP”.
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