Pires de Lima e Sérgio Monteiro entre os interessados em comprar torres da PT

António Pires de Lima e Sérgio Monteiro estão entre os potenciais concorrentes à compra das três mil torres de telecomunicações que a Altice Portugal pôs à venda este ano. O Expresso (acesso pago) escreve este sábado que o antigo ministro da Economia e o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações juntaram-se a um consórcio liderado pela Morgan Stanley Infrastruture.

Segundo o semanário, os dois antigos governantes criaram um fundo para investir em infraestruturas e ainda estão a levantar o capital para o financiar. O primeiro investimento deste fundo, se a proposta que fizerem tiver sucesso, será a compra das torres da antiga Portugal Telecom.

Este consórcio liderado pela Morgan Stanley conta ainda com a Perella, uma casa de investimento anglo-saxónica que tem feito negócios em Portugal nos últimos anos, através de Paulo Cartucho Pereira, um dos seus sócios. A Perella já assessorou a Altice em 2015, quando o grupo multinacional comprou a operadora portuguesa. Foi também acusada por José Maria Ricciardi, então presidente do BES Investimento (BESI), de estar a assessorar o Estado português na vend ada EDP e da REN, sem ter sido contratada através de concurso público.

Para além deste consórcio, acrescenta o Expresso, há vários outros investidores interessados em ficar com as torres da PT. As ofertas ainda não estão concretizadas, mas, segundo a Mergermarket, a espanhola Cellnex, as norte-americanas Digital Bridge e American Tower, a capital de risco francesa Antin e a italiana Ei-Tower estão entre os interessados.

A intenção de vender as torres em Portugal foi anunciada pela Altice em março, altura em que o processo de venda já estava em curso. As três mil torres em Portugal, bem como dez mil que tem em França e que também pretende vender, estão avaliadas entre os três mil milhões e os quatro mil milhões de euros.

A empresa espera que a venda da totalidade destes ativos renda dois mil milhões de euros. O Expresso escreve agora que só as torres em Portugal poderão valer mais de 500 milhões de euros. O montante arrecadado servirá para reduzir a dívida de cerca de 50 mil milhões da Altice. O objetivo é que as vendas fiquem fechadas ainda durante o primeiro semestre deste ano.